A cada animal que abate ou come sua própria espécie
E cada caçador com rifles montados em camionetas
E cada miliciano ou atirador particular com mira telescópica
E cada capataz sulista de botas com seus cães & espingardas de cano serrado
E cada policial guardião da paz com seus cães treinados para rastrear & matar
E cada tira à paisana ou agente secreto com seu coldre oculto cheio de morte
E cada funcionário público que dispara contra o público ou que alveja-para-matar criminosos em fuga
E cada Guardia Civil em qualquer pais que guarda os civis com algemas & carabinas
E cada guarda-fronteiras em tanto faz qual posto da barreira em tanto faz qual lado de
qual Muro de Berlim cortina de Bambu ou de Tortilha
E cada soldado de elite patrulheiro rodoviário
em calças de equitação sob medida & capacete protetor de plástico
& revólver em coldre ornado de prata
E cada radiopatrulha com armas antimotim & sirenes e cada tanque antimotim com
cassetetes & gás lacrimogênio
E cada piloto de avião com foguetes & napalm sob as asas
E cada capelão que abençoa bombardeiros que decolam
E qualquer Departamento de Estado de qualquer
superestado que vende armas aos dois lados
E cada Nacionalista em tanto faz que Nação em tanto faz qual mundo Preto Pardo ou Branco
que mata por sua Nação
E cada profeta com arma de fogo ou branca
e quem quer que reforce as luzes do espírito à força
ou reforce o poder de qualquer estado com mais Poder
E a qualquer um e a todos que matam & matam & matam & matam pela Paz
Eu ergo meu dedo médio na única saudação apropriada
Lawrence Ferlinghetti
Prisão de Santa Rita, 1968
[Tradução: Nelson Ascher]
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
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