quarta-feira, 30 de julho de 2008

Papos sérios

Tem muita pauta pra hoje, minha gente. Vamos tratar só das duas mais interessantes. Post longo, aviso logo.

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O secretário de (in)segurança pública andou falando besteira de novo. Depois de falar que um tiro em Copacabana não é o mesmo que no Alemão, de ver seu governador dizer que é a favor do aborto porque favela é uma fábrica de marginais, Beltrame disse ontem que a violência praticada por criminosos “vem do ventre da mãe”. Os fatos (fonte: folha online):

O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, declarou na noite desta terça-feira que criminosos do Rio trazem "do ventre da sua mãe" a cultura da violência. Ele participou de um debate sobre segurança pública no auditório do jornal "Extra", no centro do Rio.

"[O Rio vive] uma cultura [da violência] que o marginal traz do ventre da sua mãe", declarou o secretário, após chamar a atenção para as especificidades dos criminosos do Rio, ao responder uma comparação entre índices de criminalidade no Rio e em São Paulo.

(...) [Questionado sobre sua fala] Beltrame reafirmou a declaração, mas disse ter sido mal interpretado. "O que é forte é uma mãe transitar com seu filho na rua e ter que passar por pessoas com granadas e fuzis [Oi, e o caveirão? E a forma como seus policiais realizam 'policiamento ostensivo'?]. Durante décadas, o Rio de Janeiro foi criado com isso. Foi isso que quis dizer".

Ele anunciou também que os fuzis serão substituídos por armas mais leves no policiamento ostensivo na rua.

As perguntas:

- Será que vão substituir os fuzis por carabinas nas favelas também? (não sei se o secretário considera favela como rua)

- Fico pensando, então, que as mães paulistas passam outra cultura a seus filhos, durante a gestação. Não sei nomeá-la, mas se crime se aprende no ventre da mãe, São Paulo vai mal, porque por lá se matam pais e atiram crianças pela janela

- Alguém sabe onde nasceu a mãe de Daniel Dantas?

- Sim, porque a teoria do secretário é bem elucidativa. Podemos localizar as culturas criminosas das várias cidades brasileiras e eliminar aquilo que não gostamos. Ele já começou por aqui. Ta matando geral... uma hora a cultura acaba

- A palavra cultura, vem do verbo latim colere. Na origem quer dizer cultivar. Ela trás consigo a idéia de uma ação que conduz à realização de potencialidades de alguma coisa ou alguém (isso é Marilena Chauí, não sou eu não). Pois bem. Voltamos a um tema antigo: criminalização de certos grupos sociais (que nem vou falar quais são). De que mães o secretário falava? As que moram na Vieira Souto? Que perfil de mãe gesta um filho cultivando violência? Pensemos!

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Mudando o assunto, mas ainda tratando de coisa séria: cuidado com o Google!

Não é novidade pra ninguém que o Google vai dominar o mundo. Eu acho que junto com ele, estarão o Steve Jobs e o Edir Macedo (família Marinho é coisa do passado). Os caras têm uma ferramenta de busca violenta, um oráculo que acabou com o uso de dicionários. Os caras têm o Orkut. Têm o blogspot. E têm, aquilo que pra mim, é o melhor de tudo, o Gmail. Eu sempre odiei o hotmail, sempre. Tinha umas coisas simples que eu ficava me perguntando: por que essa merda é assim? Aí vem o Gmail e muda minha vida.

Só que o mesmo Google que apascenta os corações, vai tirar seu sono um dia. Lembro que quase surtei quando o Orkut começou a denunciar quando você visitava o profile de alguém. Eu e muita gente. Tudo bem, saí do Orkut em pouco tempo. Não é meu artefato-google favorito. Agora, acabo de descobrir duas novidades das ‘formas de controle que só o Google tem pra você’.

Primeiro: Google Analytics. Sensacional. Viciante. Curioso. (muitos de vocês já devem ter ouvido falar, mas só descobri recentemente) Trata-se de uma ferramenta que você instala no seu site, no nosso caso, blog e aí você pode ver relatórios profundos sobre o acesso e uso do site. Vamos aos fatos:

- Ontem, o ombudsman recebeu 25 visitas, de 17 pessoas

- São Paulo anda competindo com o Rio, foram 7 visitas lá e 10 aqui

- Mas temos visitantes de Recife, Natal, Passo Fundo e Ribeirão Preto, também

- Muitos desses podem ter chegaram ao blog com buscas como: brinquedo para sala de espera consultório. Esse aí caiu naquele post de Capilo sobre o Gabriel na sala de espera do médico

- Mas o leitor de Passo Fundo acessou, gostou e voltou. Leitor de Passo Fundo, comenta aê

- Temos apenas uma pessoa que usou Mac pra entrar no ombudsman ontem, mas o Firefox concorre de igual pra igual com o Internet Explorer

- A página de agosto do ano passado é das mais visitadas (lá tem um poema ótimo de Bodão: burguesinhos de havaianas), só perdendo para a página inicial

- Dos acessos de ontem, 1 é desconhecido, 19 usam a rede Brasil a fora (identifica sem liberar o IP) e 3 foram feitos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (guarde essa informação, será útil adiante)

Ok. Agora me viciei nesse troço. Monitorar o ombudsman é divertido.

Outra coisa que descobri, é que no Gmail, no fim da página, agora tem um link que te avisa quando foi último acesso na sua conta. Aí você clica em ‘detalhes’ e vê os IPs que acessaram sua conta recentemente e se ela está logada no mesmo momento em outro computador. Daí ontem, mexendo nisso, descubro que o último IP que acessou meu e-mail é de onde? Universidade Federal do Rio de Janeiro. Que horas? Quando eu estava no show na Fundição! Surtei. Quero meu hotmail de volta. Essa coisa de controle que o Google adora é enlouquecedor.

Quem quiser falar comigo, manda uma carta, meu e-mail está sendo monitorado por maníacos da UFRJ, que visitam meu blog 3 vezes por dia.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

OMBUDSMAN DO CAPETA
poesias devaneios desvarios


Deus está morto
Marx está morto
eu estou morto

vou enterrar os três
depois de amanhã

nicolas behr

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eu e capilo hoje conversávamos sobre 'ser vagabundo'. bodão fala disso melhor que a gente, com certeza. não que ele seja vagabundo, mas porque vem a mais tempo pensando sobre a questão. inclusive, tem um samba ótimo composto por ele com o tema. ou é sobre trabalho, tudo a mesma coisa.
capilo concluiu que há que se tomar logo uma decisão na vida: ser trabalhador ou ser vagabundo. levar a vida no meio termo é cansativo demais. mais até do que ser trabalhador. o interessante dessa dicotomia é que geralmente as pessoas passam a vida trabalhando para um dia se tornarem vagabundos. não tou falando do povão não, que se não se matar na ralação não come, não ajuda a mãe, apanha da polícia e vê os filhos morrerem de fome. tou falando de quem trabalha e diz que 'quando se aposentar', 'quando as crianças saírem da faculdade', 'quando...quando...quando...': 'vou correr todo dia na praia, comprar um barco, dormir até tarde, ler mais, ir ao cinema e aproveitar a vida'.
felizes são os vagabundos, aproveitam a vida com pelo menos uns 30 anos de vantagem.


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coincidências dessas da vida, hoje eu ouvi uma música velha e
me ocorreu uma preocupação, digamos, existencialista:
o pra sempre, sempre acaba?
tá, e se acabar, é pra sempre?

domingo, 27 de julho de 2008

Ombudsman music indicator

Nós somos a banda Seu Chico, direto de Pernambuco. Nós tocamos exclusivamente canções de Chico Buarque de Holanda. E é uma honra. Começam a tocar Samba e Amor.

Não são tudo o que eu imaginava, é bem verdade. Mas só de tocar Chico a noite toda, os caras já merecem atenção. O show, no fim e ao cabo é bão. O sotaque pernambucano dá charme ao que já é lindo. E o tecladista é excelente. Vale a pena conhecer. Pra quem gosta do Senhor Buarque de Holanda, é obrigatório. Eles estarão no Odisséia, dia 2 de agosto. Recomendo.


sexta-feira, 25 de julho de 2008

É preciso viver e viver não é brincadeira não

Baiano burro, nasce morto

Só nervos de aço (olha o Paulinho aê) pra aguentar esse rojão, porque a cachaça não tá dando conta não. Sorte que ainda tem coisas como:

Cineclube Sem Tela em sessão no dia 24/07

Né sacanagem não. Pensa em duas pessoa felizes ontem. Eu e Capilo. Não dávamos nada pela sessão. Até pensei em cancelar na terça. Pois bem. Lotou. Lotou mesmo. 300 pessoas. Num lugar que chamam de Largo da Morte. Um largo no alto do Morro do Alemão, que quando chegamos tava sendo limpo e lavado pelos moradores. Criança tinha mais de 200. A pipoca foi pouca. O filme? O Menino Maluquinho. Depois? Depois deu vontade de ficar lá. Cerveja barata, criançada na rua, funk rolando e um clima gostoso como poucos. Bodão, tu ia adorar, mané!!

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Aconteceu que quem deu play no DVD fui eu. Quando o filme começou a rodar a criançada sentada começou a gritar (olha a rima boa):
- Tia! Tia! Tia!

Parece bobeira, e é. Mas é dessas bobeiras boas.

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Tem outros detalhes interessantes. Alguns não me lembro. Alguns não valem a pena contar aqui. Alguns não dá pra descrever. Por isso, a quem interessar possa, as sessões no Largo da Vida no Alemão, agora são mensais. É sempre uma farra. Filme bom. Cerveja barata. Quem quiser ir, é só dar um toque. Eu e Capilo vamos adorar levar.

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Outro alento é que ELES chegaram. Ansiedade da porra!!! Já tinha mais de uma semana que comprei e nada. Enfim...

Agora passou o mau humor.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

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Uma pálpebra,
Mais uma, mais outras,
Enfim, dezenas
De pálpebras sobre pálpebras
Tentando fazer
Das minhas trevas
Alguma coisa a mais
Que lágrimas
leminski

Eu vim de lá pequenininha

Eu não tenho nada interessante pra falar não. Então, raro leitor, se você quer ler algo interessante, clica num dos blogs aqui do lado, pega um livro ou entra no Uol (lá sempre tem umas galerias de fotos de artistas que eu adoro, além dos artigos educativos da Folha).

Mas é que ontem, teve aquele samba que tava rolando todas as terças de julho e acabando com as minhas quartas. Acabando não, que a culpa nunca é do samba. O problema é que tinha trabalho no dia seguinte, um absurdo. E lá ontem, pela primeira vez eles tocaram uma música que eu adoro. "Alguém me avisou". Acho bonita. E tem aquela parte que diz assim: "quando eu voltar pra Bahia, terei muito contar, ô padrinho não se zangue que eu nasci com o samba, eu não posso parar". Uma música conhecida, nada demais. É que fiquei com ela na cabeça e hoje tava viajando nisso, essa coisa de voltar pra Bahia. É legal achar que somos de algum lugar né? Eu inflo o peito pra dizer que sou baiana; Faveleiro pra dizer que é da favela; Capilo pra falar que é do interior do Rio e Bodão, Bodão é o que há de mais carioca: mora na Glória, bate ponto na Lapa, torce pro Flamengo, bebe água e canta samba. Precisa nem dizer que é carioca. "Nessa vida tudo passa", mas é bom saber que há sempre algo que fica. Isso que somos...

Bom, avisei antes que não tinha nada de interessante pra falar. Você leu até aqui porque quis. Não reclame.

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Bodão, enfim, tomou vergonha nessa cara suja e carioca e liberou a senha. Ou melhor, nos fez administradores do blog. Já era hora. Isso mostra que o povo unido, pode vencer as forças opressoras. Bodão, que é o que temos de mais hegemônico e imoral em nosso blog (flamenguista, carioca, morador da zona sul), oprimiu seus companheiros representantes das minorias (o favelado, a mulher e o interiorano) até não poder mais. Mas resistimos e vencemos. Somos admin. A revolução começa no ombudsman.

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Eu sei raro leitor, o que você quer mesmo é um novo layout. Fique tranquilo. Depois de tomarmos o poder, as reformas virão num ritmo frenético.

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Você leu até aqui? Falei que não era interessante. Vai ler um livro ou assistir "Nome próprio" no cinema que é melhor.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Frase do dia...

"Essa prisão é uma covardia... Sou um pai de família..." - Natalino Guimarães

Nunca, jamais, em hipótese alguma...

... deixem de ouvir Ricardo Boechat na Band News FM (tem que ser na rádio, pois é onde ele tem mais liberdade)

Estava com uma enorme vontade de escrever sobre aquilo que mais mexe comigo: Segurança Pública, violência urbana...

Mas após ouvir, na ultima semana (não lembro qual foi o dia) o nosso querido jornalista, senti-me contemplado na sua fala. O cara foi excepcional!
Por ocasião do assassinato do menor (por que não menor?) da Tijuca, falou tudo que deveria ser dito por um veículo de comunicação, no que se refere a política de segurança pública vigente. Se tivesse uma ereção, teria gozado.
Boechat aproveitou o episódio e proferiu com mais veemencia o que já vem há algum tempo gritando em seu programa. Dentre tantas coisas ditas, destaco quando disse que o Cabral, Beltrame e toda a cúpula da Segurança Pública deveriam responder criminalmente como co-autores de todos os crimes cometidos pela polícia nessa gestão. E ainda: "... baixa de guerra porra nenhuma...!!! Quem mais sofre com essa política do confronto, que autoriza matar, são os moradores das favelas... quantas crianças nas favelas já morreram? E não adianta vir com esse dicurso de que há uma perseguição à polícia, de que ninguem fala quando bandidos matam, torturam... o que se espera de bandido é que sejam bandidos, não se pode esperar mais nada deles. Mas o que se espera da polícia, que são servidores públicos, é que garantam a segurança e a integridade fisica das pessoas e não executem cidadãos por ai..."
Vale a pena ouvir Boechat toda manhã!

Nunca, jamais, em hipótese alguma...

... deixem de assistir ao recem lançado Nome Próprio!
Bodão, esse filme precisa de você como expectador!

responde aê

lá do buteco pessoal. achei divertido, mas é difícil escolher as música! Bodão, podíamos fazer o mesmo com poemas...

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"(...) Coisa de uma nova febre na internet, um tal de meme (derivado de memética). E uma das idéias dessa febre é conhecer melhor os outros, interação, sei-lá-mais-o-quê. Aí recebi esse email com umas perguntas e você responderia com músicas de seu artista ou banda favorito. Num sei quem é meu favorito, mas ficou mais ou menos assim:"


artista: Chico buarque

1 Descreva-se: Dura na queda

2 O que as pessoas acham de você: Pivete

3 Descreva sua última relação: Sem açucar

4 Descreva a atual relação: O que será?

5 Onde queria estar agora: Subúrbio

6 O que você pensa sobre o amor: Vai passar

7 Como é sua vida: Pelas tabelas

8 Se tivesse direito a apenas um desejo: Samba e amor / Mil perdões (difícil escolher)

9 Uma frase sábia:
“Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora, senhorio
Felino, não reconhecerás”

10 Uma frase para os próximos:
“Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando que, também, sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão"

ORIELEVAF OD ONROTER O

Meus companheiros,
estou, enfim, de volta!!!
Sei que meu sumiço do blog talvez não se justifique, mas um misto de questões diversas desestimularam-me a escrever por um período neste irreverente e sábio espaço virtual.
Isso não importa agora!! Foda-se!! O que importa é que estou de volta (se é que eu já estive aqui)! E com ânsia de expor idéias, relatos, lamúrias, gozações e provocar "arengas"...
Longe de deter o domínio jornalístico, a sapiência e a fala na velocidade 5 de Clementina, o feeling, o discernimento e o tic nervoso de Dom Capilo e a arte das palavras e inspiração etílica de Rodrigo Bodão, pretendo discorrer aqui sobre as questões que minimamente domino e relatar as minhas constatações a partir das minhas diversas vivências, experiências, saliências... que obtive enquanto favelado, ex-católico, ex-soldado, ex-militante do PT, ex-universitário, ex-namorado, ex-aluno, ex-viado (opa, isso não)... e que ainda obtenho enquanto professor de sociologia, mestrando, porradeiro, militar combatente e atirador, militante de direitos humanos (parece contraditório, né?), pai e consumidor voraz do precioso líquido derivado da cevada indignado com a ordem estabelecida.
Aguarde e confie

Até
Faveleiro
vão é tudo que não for prazer
repartido prazer
entre parceiros
vãs
todas as coisas que vão

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leminski para a boa noite.

boa noite. durma bem.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Uma cidade longe daqui

Fui ao Leblon ontem visitar um amigo e, como sempre, dividir com ele boas risadas, bom papo, café com açúcar mascavo, boa música e sanduíche de pão integral com tomate e queijo branco. Vou pouco ao Leblon, e na maioria das vezes, para visitar esse mesmo amigo. Então, quando penso no bairro, não imagino muita coisa além disso: boas risadas, bom papo, café com açúcar mascavo, boa música e sanduíche de pão integral com tomate e queijo branco.

Talvez por isso, toda vez que vou ao Leblon fico impressionada. É um lugar diferente do resto da cidade. Mas é um diferente, diferente. Penso, por exemplo, na Urca. A Urca é diferente do resto da cidade. Um bairro mais tranquilo, mais arborizado, quase nada de comércio, não tem muitas vias de entrada. Enfim, a Urca é meio oásis no caos carioca. Mas o Leblon não. O Leblon é o diferente no olho do furacão, o Leblon reproduz o caos, mas o faz diferente.

Cheguei no bairro um pouco antes do combinado com meu amigo. Resolvi fazer hora caminhando numa feira de livros que tá rolando na praça da Bartolomeu Mitre. No Leblon, as praças são espaços lotados de crianças, locais bonitos, bem cuidados. Achei um livro interessante. Não comprei. Porque na feira de livros usados do Leblon, o livro usado custa o preço de um novo.

Cansei da feira e fui num daqueles muitos locais aconchegantes, de mesinhas e cadeirinhas de madeira bem fofas, com carpete na calçada. Aliás, que calçadas. Minha gente, as calçadas do Leblon são tão largas, que os cafés e bares aconchegantes podem colocar um carpete nelas que ainda sobra espaço pro carrinho de bebê passar confortável sem incomodar os três seguranças do prédio ao lado. Haja calçada.

Sentei, então, numa das mesinhas fofas, pedi um café pelo preço de uma cerveja de garrafa nos bares da Zona Sul e um pão de queijo, no valor da quentinha que almoço aqui na Maré. Bom café, ótimo pão de queijo e aquele clima gostoso que só o Leblon tem: o segurança boa praça, os carrinhos de bebê passando, a velhinha simpática, e as crianças voltando da pracinha. Delícia de fim de tarde. Tão gostoso que me lembrei de uma música do Leandro Sapucahy com Marcelo D2, sorte que está na lista das tocadas ultimamente no celular...

Numa cidade muito longe,
Muito longe daqui
Que tem problemas que parecem
Os problemas daqui
Que têm favelas que parecem
As favelas daqui
Existem homens maus
Sem alma e sem coração
Existem homens da lei
Com determinação
Mas o momento é de caos
Porque a população
Na brincadeira sinistra
De polícia e ladrão
Não sabe ao certo quem é
Quem é herói ou vilão


No início da noite voltei pra minha cidade. A viagem é tão longa que só me dei conta que já tinha chagado nela quando vi o rapa dando dura em ambulantes em Copacabana. O Leblon parece com minha cidade, pena que é muito longe daqui. Aqui existem homens maus. Será que se mudarmos todos para o Leblon viramos homens bons?


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Durante o cafezinho, escutei a conversa de dois desconhecidos que estavam na mesa ao lado. Escutei porque notei que estavam falando do Tricolinho, que perdeu na quarta pro Verdão.

- Fiquei sabendo que a Inter tá de olho no Fernando Henrique, rapaz.
- Ãhn? Só se for a Inter de Limeira - rindo.
- É sério. A Inter de Milão.
- Rapaz, o Fernando Henrique tem que dar graças a Deus se continuar nas Laranjeiras, porque ele nunca devia ter saído de Bauru.

Gostei do moço.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Li a postagem da clê e me deu vontade de escrever. Não ando muito bem. Pra quem acompanha os comentários, e pros que não, tive problemas recentes. Ficou pra mim a constatação de que o rumo que estava tomando não era aceitável e a promessa de mudança.

Parar de beber, traduzo...

É foda... difícil.

Consegui, motivado pela humilhação que vivi (fui atendido na Lapa, desmaiado, na sarjeta literalmente), ficar de pronto uma semana. Só.

Voltei bebendo bem mais devagar, com ajuda da culpa e de um número aumentado de baseados.

Bebi hoje.

Na verdade, estou bêbado.

Cheirei.

Fumei.

Misturei cerveja com whisky.

Mas, menos mal:

Estou em casa.

Ficar sóbrio seria bem mais fácil se a vida não perdesse

Quase
De bate pronto

A graça

E o sentido.

Tintim!!

Para não deixar o blog morrer, nem o samba...*

As atualizações andam fracas mesmo! A gente sabe. E olha que são 3 vagabundos para manter isso aqui (Faveleiro nem conto mais, só aparece pra cerveja, o danado). Bom, mas pra não deixar o blog morrer, eis aqui um post sem quê nem pra quê (olha a rima boa).

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Hoje, eu e Capilo voltávamos do trabalho comentando sobre sambas. Comentávamos de como é agradável uma música que trata do cotidiano e de outros temas que não o amor, retratado exaustivamente nas canções ditas de massa. Mais, falávamos de como é bonito ver o amor tratado juntamente com o cotidiano, vinculado à realidade. Na hora me veio a mente "Coisas do mundo minha nêga" do Paulinho da Viola. Capilo, como sempre, exaltava João Nogueira.

Pois bem. Isso me fez recordar uma música que venho escutando há dias (eu tenho essa mania de ficar escutando a mesma música sem parar. Faço listas com apenas 15 ou 20 música no meu player no computador e no celular e fico ouvindo as mesmas, 3, 4, 10 vezes no mesmo dia. No momento, além dessa que vou postar aqui, ando ouvindo umas 3 do Chico Buarque, dentre as quais, "Meu caro amigo", afinal de contas, sem cachaça ninguém aguenta esse rojão). Fecha parênteses. Então, lembrei da música, que esqueci de comentar com Capilo no carro (Capilo, esse post é pra vcoê). A canção é do Paulo César Pinheiro e do Wilson das Neves. E é linda. Fala sobre tradição, sobre mantermos vivo aquilo que é produto de nossas relações enquanto homens que vivem em sociedade. Porque é isso minha gente, que vai continuar nos constituindo enquanto sociedade. A ausência de vínculo com nossa memória, enquanto seres sociais, e a total perda de ligação com o mundo do qual fazermos parte é que faz dele essa desgraça que está aí. Ou um dos fatores que o faz. Bom, é claro que nem todo mundo precisa gostar de samba (mas devia). Só que ter memória, fazer dela instrumento de resistência ao que nos é posto e naturalizado (mas que não passa de objeto de consumo), é mais do que urgente. O esquecimento é um pecado pelo qual pagamos diariamente, enquanto sociedade.

Com vocês, "O samba é meu dom", na voz de Fabiana Cozza (queria a versão do Wilson das Neves, não achei. Mas essa música ficou bem famosa na voz dessa mulher). Aproveitem.



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*o título desse post é uma paráfrase de um título dado por uma velha companheira de copo e de samba. Com sua licença.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

“Polícia do Rio de Janeiro é a que mais mata no mundo”

Me deparei com essa frase aí de cima na manchete do Yahoo Notícias. A primeira frase da notícia é a seguinte: “Nunca policiais fluminenses mataram tanto quanto neste ano. E se distanciaram ainda mais num ranking negativo: é a polícia que mais mata no mundo, como já mostravam dados de 2003”.

E continua falando que os 1.195 autos de resistência de 2003 já superavam todos os países que têm dados oficiais. DESDE 2003. Mas é preciso que morra alguém fora da favela pra isso virar notícia, virar manchete do Jornal Nacional, virar capa dos principais (no sentido de maior circulação) jornais.

É relevante notar que o Rio de Janeiro mata mais que os países. Eles contabilizam o Estado do Rio, mas a cidade fica com cerca de 90% dos autos de resistência. É só termos uma morte fora da favela que esses números (de pobres mortos pela polícia) viram escândalo e servem apenas para a mídia, a sociedade, o escambau, mostrar que agora (depois de cinco anos matando mais de mil pessoas por ano) o negócio está feio, e que alguma coisa precisa mudar.

Esquecem, é claro, de dizer que essa “política de enfrentamento” hoje questionada por ‘todos’ é a mesma defendida por esse ‘todos’. Se os absurdos começarem a acontecer no outro lado do túnel (CLÊ, 2008), começam a questionar a política de extermínio. Não sei se isso é bom ou ruim.

O tempo é minha matéria... a vida presente

Eu queria (do verbo não vou) escrever sobre minhas andanças hospitalares nas últimas semanas e os diagnósticos que vão de viroses à estafa num minuto. Mas não dá.

Me explico. No domingo fui ao Canecão (casa de shows) e assim que sentei, notei uma família na mesa ao lado. Reparei na família porque os filhos me pareciam muito novos para o espetáculo e depois, porque o pai, mesmo estando de costas para mim, era uma figura fácil de reconhecer. Fiquei incomodada com a presença daquele homem ali. Loucura da minha cabeça, claro. Mas no fim, não conseguia não olhar pra ele, não pensar na imagem que tanto vejo na televisão, no sotaque marcante e nas mortes espetaculares, sempre seguidas de desculpas.

Quando acabou a peça, meio que sem querer, eu e o secretário de segurança, José Mariano Beltrame, nos encaramos. Fiquei tentando imaginar o que ele pensou naquele momento, algo do gênero: "opa, ela me reconheceu. Claro, tem pinta de quem mora na Zona Sul, se sente mais segura agora que tem um secretário de pulso firme, que sabe que um tiro em Copacabana não é a mesma coisa que um tiro no Alemão". E aí me deu vontade de dizer pra ele, pra deixar claro, que eu o reconheci, óbvio, mas que não o admirava.

Bom, só que eu não disse nada. Fiquei incomodada com a presença dele do meu lado. Cruzamos olhares por alguns segundos. E foi só. Deixei que dentro da minha cabeça meus sentimentos se misturassem a meus pensamentos e por ali ficassem.

Pois bem. No outro dia de manhã descubro que enquanto eu, José Mariano Beltrame, os filhos dele e sua esposa nos divertíamos no Canecão, tomávamos um vinho e ríamos das piadas do tal espetáculo, os subordinados do secretário - um grupo de policiais - perseguiam um carro na Tijuca. O carro perseguido ultrapassou o automóvel de uma senhora que voltava pra casa com seus dois filhos. Esta senhora parou quando percebeu a perseguição. A polícia também. Parou e abriu fogo, acertando o carro dela com 16 tiros. 16 tiros num carro que tinha uma mulher e duas crianças. 3 desses tiros atingiram um garoto de 3 anos que morreu. O resto da história a gente nem precisava ver pra saber. O pai desesperado no Jornal Nacional e todos os outros atos de uma cobertura espetacular. A polícia inventando explicações absurdas, querendo culpar a mulher. A intervenção firme do governador, dizendo que faz parte da 'guerra', que policiais 'despreparados' são exceções e serão punidos. E finalmente, o secretário de segurança na televisão pedindo desculpas. Daí lembrei porque essa figura me causa tanta repugnância.

Eu já escrevi sobre o tema diversas vezes, eu sei. Chego a ser repetitiva. Mas não entendo como ainda é possível tratar casos como esse com a simples explicação de 'despreparo da polícia'. Não é. Nunca foi. Nem no Rio, nem em lugar nenhum. O Estado tenta até aonde a cara de pau aguenta e a mídia ajuda até não poder mais, e juntos isolam casos, tratam como exceções, personificando aquilo que é resultado de ações coletivas. Como se as mortes fossem fruto da ação deste ou daquele que é uma maçã podre. Isso é a mais suja estratégia para encobrir a lógica que toma conta dia após dia das ruas dessa cidade.

O que aconteceu na Tijuca, no domingo, acontece todo dia em algum lugar do Rio de Janeiro. A diferença é que existem territórios onde a polícia é 'autorizada' a abrir fogo, sob a benção do Estado e da sociedade, valendo-se de uma fantasiosa 'guerra contra o tráfico'. É essa a perspectiva de ação da PM do Rio de Janeiro. É com essa intenção que todo dia funcionam batalhões e delegacias. Os policiais que mataram o garoto podiam ser outros, mas a atuação provavelmente seria a mesma. Porque não se trata de vontade própria, se trata de uma política, de uma forma de atuação institucional. Política esta que é tocada pelo meu vizinho de mesa do Canecão juntamente com o governador celebridade.

Morrem mais de 500 pessoas por mês nesta cidade. Nós não sabemos nem da metade dessas mortes. Mas a tendência é que saibamos cada vez mais. Porque é ingenuidade achar que a barbárie seria um privilégio da periferia. Digo mais, uma hora ela cruza o túnel, não tenho dúvida (ou já cruzou, se pensarmos no PM que matou o garoto na porta da Baronetti). A lógica de que o Estado pode matar indiscriminadamente já foi aceita por todos nós. Nós já dissemos sim quando concordamos que bandido bom é bandido morto ou aceitamos que pobres podem morrer se a polícia estiver perseguindo bandido. Agora, é só esperar, porque cedo ou tarde, numa esquina perto de você, pode acontecer uma megaoperação ou uma megaperseguição. E aí, vendo nossos sonhos, desejos e amores ameaçados, talvez consigamos pensar por um instante que vivemos numa coletividade.

Mãos Dadas


Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considere a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os
homens presentes,
a vida presente.


(Carlos Drummond de Andrade)

sábado, 5 de julho de 2008

não entendo

Ontem foi um dia atípico pra mim. Não trabalhei (nem em casa), não liguei o computador (só à noitinha) e fui do Rio pra Valença (isso é comum, mas não numa quinta-feira), com escala no aeroporto internacional.

Mas o mais atípico e o que me deixou mais intrigado foi quando cheguei em Valença. Era umas cinco da tarde e em frente à rodoviária (quem não conhece que me desculpe, mas não vou explicar onde fica – e também não tem necessidade para ler isso daqui) e uma pedra bate no carro. Fiquei puto, afinal o carro é novo, e jogar pedra é o caralho, vai se fuder.

Aí parei o carro, mais no impulso de dar um esporro em quem tacou a pedra, que isso num tinha graça nenhuma, que a porra do carro é novo, num tinha um arranhão e agora está como capô amassado (pouco, mas deu uma raiva danada).

Mas pra minha ingrata surpresa, quem eu imaginei que tinha tacado a pedra tinha levado a pedrada. Eram duas crianças, e quando parei o carro um gritava com o ouro que chorava. Imaginei – o mais velho está brigando com o mais novo porque ele tacou a pedra no carro. Antes fosse.

Ele estava consolando omais novo que estava com a cabeça rachada com a pedrada, se esvaziando em sangue. De onde a pedra saiu não tenho (nem eles) a menor idéia. Mas que ela existiu, existiu. O Welington que o diga.

Coloco os dois irmãos dentro do carro (Welington e Uanderson – isso mesmo, com U) e vamos pro hospital. Entra no primeiro: - é no outro. Chega no outro: - é ali do lado. Chega ali do lado: quem é o responsável. - Tomá no cú, atende a criança e depois a gente conversa.

O irmão mais velho (de 11 anos, o mais novo tem 10) fez comigo a ficha, com nome, idade, endereço. Aí tinha que avisar alguém da família. Ele ficou com medo, não queria avisar a avõ, que ficaria desesperada. Poderia falar com uma tia dele, que seria melhor. Dou o telefone, ele liga, mas fala que não chegou ainda porque o ônibus atrasou, mas estava chegando. Ele ficou com medo, porra! E eu queria que ele falasse com alguém ainda (11 anos, eu com 26, e nem sou parente da criança, estava meio desnorteado).

Aí o moleque tinha que ficar pelo menos umas duas horas em observação. Num dá pra falar que o ônibus atrasou. E pra sair precisava de um responsável. – Vamos lá buscar sua mãe, alguém, pra vir pra cá Uanderson.

Fomos. No caminho resolvi ligar pra casa dele pra pré-avisar, pra pessoa se arrumar pra ir pro hospital. Falei calmo, não falei que o corte era na cabeça. Chequei lá e tinha umas seis pessoas na porta da casa (longe, num bairro afastado do centro uns 10 km, numa rua que nem sabia que existia). Pessoal chorando e agradecendo. Eu era um herói pra eles. Devo estar sendo até agora.

Deixei ela no hospital com ele, tudo ok, tomou lá os pontos, estava mais calmo (no carro, indo pro hospital, ele gritava “não me deixa morrer, não me deixa morrer!”). Ela é tia dele. A mãe, descobri no caminho, morreu há menos de cinco meses (completa cinco meses dia 16 de julho agora), infarto do nada. Tinha pouco mais de 30 anos. A avó dos dois até hoje não se conformou com a morte da filha.

Mas falei isso tudo porque fiquei encucado. Porque cargas d´água uma pedra vai cair na cabeça de um garoto, de 10 anos, que estuda de manhã numa escola e à tarde em outra porque num tem mais a mãe pra cuidar deles, mora longe das escolas, são super pobres e simples, tem uma família que pareceu no mínimo carinhosa com eles... porque que essa criança tem que passar por esse susto (interrogação). Não sei.

PS: mais à noite liguei pra casa do Welington e estava tudo bem. Tirou raio-x, ficou sob observação durante uma hora e estava tudo ok. Foi só um susto.

PS2: porque o Word, quando você coloca PS ele muda automaticamente pra OS. OS não quer dizer nada pra mim.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

UH UH!!!!!!! LDU!!!!!!!








































































Chora filho da puta!!!!!!!
















Esse sim é campeão!!!!!


Reconhecem as taças??????




Não é mole não, aqui no Rio ninguém gaha do Fluzão...

... Só o Fogão e a LDU.

Eu transei com mil mulheres antes dos 20 anos.

Eu já estou na história do Fluminense. Fiz o gol de barriga e agora ajudei a levar o clube para a final da Libertadores. Quero ficar ainda mais importante. Além disto, serei o primeiro brasileiro a conquistar a Libertadores da América como treinador e jogador.

Renato Gaúcho em entrevista à Folha, no dia 02 de julho de 2008



- Daí que o Fluzão tinha mais time, mas não levou a Libertadores

- Tem mais time, mas não tem técnico nem goleiro

- De tudo, achei bom, porque Renato Gaúcho não entra pra história e o frangueiro do Fernando Henrique vai dançar

- Como assim o FH pula atrasado em TODAS as bolas? Como num jogo de 120 minutos ele não sai do gol uma única vez?

- A LDU não tinha banco, mas fez alterações quando meio time já tava morto. Renato Gaúcho esperou Gabriel, seu melhor batedor de pênalti, ter cãimbra pra fazer uma sustituição

- Não satisfeito, colocou Conca, que já estava só o cadáver, para bater o primeiro pênalti

- Washington não mata nem barata

- Thiago Neves só fez o que vem fazendo desde o início da temporada, jogando muito bem. Não só pelos 3 gols, que fique claro. E você vê que o cara nasceu pra ser craque pelo cabelo. Pode ver, bom jogador brasileiro acha maneiro ter cabelo ridículo. E não tou pensando só nos Ronaldinhos não...

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E como sempre, eu chorei de rir escutando o jogo na Transamérica. Eu e todo mundo do hospício onde eu moro, porque não sei porque diabos agora a TV de lá não emite o audio da Globo. Eu juro que não fui eu...

Sim, mas anotei algumas boas da transmissão do rádio para partilhar com vocês. É preciso ressaltar que assim como eu, os caras odeiam o Renato e o FH, o que faz tudo mais agradável. Vejamos:

- "Washington na sua rotina de poste é incapaz de fazer o que um centroavante com o mínimo de QI faz" [naquele gol feito perdido por ele no 1º tempo]

- "Alteração boa é colocar o Dodô no ataque e trazer o Poste [Washington] pra defesa pra ficar querando todo mundo"

- "Basta jogar o mínimo de futebol para saber que hoje aqui no Maracanã assistimos a um jogo sem goleiros"

- "Fernando Henrique não vai pro meu time nem amarrado no kit gás"

- "O cara cobrou de trivela e isso é humilhação pra qualquer goleiro. Esse é meu sonho, humilhar o FH. Cobrar um pênalti de bunda e ver ele tomar"