quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

feliz ano novo meu rei!

morro de são paulo, mas na bahia, cerveja quente, falta de luz, cerveja quente, champagne mais ou menos quente, música no computador (por pouco tempo, que tá sem luz), calorão doido, nada de chuva, sol quente, costas ardendo, sem ar, suando, cerveja quente, ainda sóbrio, mas por pouco tempo, assim espero, cerveja quente, chegando a hora da virada, sem horário de verão, ceia improvisada, queijo, ruffles, torrada, patê, cerveja quente, feliz 2010!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

das minhas dores

mertiolathe no joelho ralado.
bola na cara durante o futebol.
deslocamento do menisco.
picada de agulha para injetar o diazepan antes da endoscopia.
endoscopia.

manicure descuidada e um bife tirado.
soco no estômago.
joelho na quina da cama.
cabeçada no irmão.
furo novo na orelha.
depilação com cera quente.
luxação no braço.
dedo quebrado.

lembro das minhas dores e fico certa de que nada se compara à dor de passar os dias batendo cabeça tentando esquecer a dor de estar aqui enquanto você está aí.

se eu soubesse tinha pedido anestesia.

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um alô e toda minha devoção para quem inventou a mensagem via celular: vencendo distâncias.

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eu tenho dois primos mudos. um dele é bem sagaz. leva a vida numa boa. e coisa que aprendi com ele: problema não é ser mudo. é que todos os outros escutam.

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se dona maria lícia de araujo estivesse entre vocês faria hoje 47 anos. sorte dessa distinta senhora que não viveu para ver isso acontecer.

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o capeta me deu alta. nos encontramos em outros butecos por aí.


clementina, dita marianna.

joão pessoa, 21 dez 2009

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

eu queria escrever aqui. mas meu vôo sai em uma hora e minha mala não fecha. então deixo vocês com andrelima, o segundo melhor colo depois de capilo no meio da teixeira (com minhas lágrimas no ombro):

"felicidade é para poucos.
a nós, é reservada a cerveja e o bom papo. e isso deveria ser suficiente".

vou ali, tomar banho de água quente e comer queijo coalho. dia 26 tou aqui. te esperando.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

e se depois, amanha nao sobrar nem hoje
e se hoje, pensando bem, ja eh amanha
de manha
pior que ontem...
e se a falta de acento e crases fassam uma cedilha circunflexa no meu peito
e se nada eh direito e tudo eh torto
e se eu estiver morto...
e se nao sobrar nem verbos que traduzam e comuniquem minha partida...
quem vai saber que eu fui....

precavido que sou, vos aviso:
jah estou indo...

porque vontade mesmo
daquelas que injeta sangue nas pernas e vontade de correr

de viver
jah nao tenho...

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

ferreira gullar vem que vem com tudo

Cantada

Você é mais bonita que uma bola prateada
de papel de cigarro
Você é mais bonita que uma poça dágua
límpida
num lugar escondido
Você é mais bonita que uma zebra
que um filhote de onça
que um Boeing 707 em pleno ar
Você é mais bonita que um jardim florido
em frente ao mar em Ipanema
Você é mais bonita que uma refinaria da Petrobrás
de noite
mais bonita que Ursula Andress
que o Palácio da Alvorada
mais bonita que a alvorada
que o mar azul-safira
da República Dominicana

Olha,
você é tão bonita quanto o Rio de Janeiro
em maio
e quase tão bonita
quanto a Revolução Cubana

*sei que o poema já passou por aqui. leia de novo.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

você já se boicotou hoje?

eu tenho pensado muito numa tendência que os seres humanos têm ao auto-boicote. ainda não desenvolvi uma boa teoria sobre o tema, mas tenho pensado muito e isso já é o suficiente pra escrever aqui.

primeiro é preciso distinguir o auto-boicote da ausência de sentimento de auto-preservação (eu estou bem achando que esses hífens não existem, mas rola uma preguiça de olhar no dicionár...google). porque o sentimento de auto-preservação, eu diria, é menos profundo. se eu não o tenho, eu encho a cara entre meus colegas de trabalho. agora, se eu me auto-boicoto, eu encho a cara entre meus colegas de trabalho e elogio a bunda da mulher do meu chefe para eles. entende? se não me auto-preservo eu me exponho, agora se eu me boicoto, dou as razões para a demissão por justa causa sem aviso prévio. e além disso, o sentimento de auto-preservação está muito ligado à exposição. o auto-boicote é isso e mais um pouco. exemplo: me boicoto profissionalmente quando não sou competitivo, quando não puxo saco ou quando acho que vou chegar a algum lugar sendo simpática com meus colegas, nem preciso me expor pra me prejudicar (análise feita em um cenário ideal: empresa capitalista padrão).

feita essa consideração inicial e primordial, vamos aos meus devaneios. o que eu acho é que todos, em algum lugar, temos uma tendência ao auto-boicote. agora, isso pode se desenvolver ou não. cabe a nós não criarmos as condições para que ele não se desenvolva e caso aconteça, nos previnirmos de nós mesmos - é como uma doença sem cura, onde apenas amenizamos efeitos.

mas nem tudo é tristeza. há pessoas que trabalham essa tendência e transformam o auto-boicote em um talento. não precisam de concorrência ou disputa, elas mesmas são capazes demonstrar sua total incapidade no que for que a possa promover em qualquer sentido. fazem sua própria propaganda negativa de uma maneira invejável. nem é preciso observar seus defeitos (fofoca nunca) ou tentar copiar suas ideias: simplesmente não há ideias e os defeitos/problemas saltam aos olhos nos momentos mais inoportunos - não que sejam cheios de defeitos, só que dão o azar de o vacilo mais grave ocorrer no pior momento (como o cara que conta uma piada de aleijado no primeiro encontro para a menina que tem um pai coxo).

meu dilema é se aviso aos amigos e demais chegados quando estão no ápice de seu auto-boicote. dúvida cruel. dúvida também de quando vou parar de me auto-boicotar orgulhosa - pelo menos já tenho consciência do processo. muitas dúvidas... porque, muito louco, o auto-boicote pode ter lá seus prazeres.

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verdades da vida que você precisa saber:

1. sinceridade é algo pra ser usado com parcimônia. todo esse papo de como é legal a sinceridade é hipocrisia no seu modo lenda urbana. não gaste a sua destruindo corações e mentes por aí.

2. se o que você faz, por mais legal que for, não for inteligível na sua fala e não puder ser compreendido por seus pares em 2 frases, então não é legal o que você faz - legal é aqui usado com o significado de: merece meu respeito e atenção.

3. coçar as costas é o carinho que vem depois de apertar as orelhas no top 10 dos carinhos que um ser humano pode fazer em outro.

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- pronto, já te dei 2 características minhas.
- falta uma.
- não sei o que pode ser.
- qualquer uma.
- me dá um tema.
- sexo.
- de manhã, antes do café.
- sem escovar os dentes?
- sem.

da série diálogos imaginários baseados em diálogos que realmente aconteceram e eu não tive a sacação na hora; ou diálogos imaginários baseados em diálogos que aconteceram, nos quais eu optei por não operar com sentimento de auto-preservação - nos imaginários eu penso em alternativas caso eu tivesse optado por me preservar.

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confuso né? mas o mundo é assim, gatinha...

gatinha?
gatinha?

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

desabafo

estudar em excesso não está me fazendo bem. e não me refiro apenas ao fato de que minhas idas ao bar estão cada vez mais raras.

o problema é que tem me causado muita irritação. em alguns momentos raiva mesmo.

páginas e páginas dos clássicos sobre urbanização e tudo gira em torno do mesmo: o estado subsidia a idustrialização, abre rodovias, constrói portos, oferece incentivos. isso estimula a migração. a cidade cresce, vira metrópole e cadê o dinheiro pra dar de morar e comer a essa gente? tá nos portos, nas rodovias e nos incentivos. o que que faz com essa gente, então? paga salários mais baixos, que daí todos terão um salário. vamos socializar a pobreza. melhor muitos pobres e pouquíssimos ricos; do que muitos-muitos miseráveis, muitos pobre e pouquíssimos ricos.

mais páginas e páginas sobre cidadania e democratização. a lógica da urbanização permanece: políticas públicas, solidariedade e migalhas. sempre migalhas. me assusta a forma como não nos envergonha o fato de oferecermos a milhões de outros seres humanos apenas migalhas.

não raro leio parágrafos que me fazem arrepiar os pelos dos braços. de vergonha. outros me provocam uma lágrima tímida e solitária - falo sério. de raiva. muita raiva.

antes de abrir esse blog pra escrever, fechava o livro e imaginava que feliz seria o dia em que todos os trabalhadores acordassem e se recusassem a sair de suas moradas vagabundas, de seus colchões destruídos, de pegar ônibus lotado, de se dedicar à subserviência e simplesmente não fossem trabalhar. apenas um dia sem domésticas. sem garis. sem o cara da bilheteria das barcas. sem garçons. um dia em que todos os encanadores e pedreiros se recusassem a trabalhar. um dia sem operários - sim, porque ainda existem operários, por mais fantasioso que isso pareça. seria fantástico. não que eu queira que o mundo pare. mas sei lá, talvez isso funcionasse para que as pessoas enxergassem as coisas de maneira diferente.

e aí tá outra coisa que me dá raiva. muita raiva. eu vou passar por essa vida sem que esse dia chegue. pior, sem que esse quadro de uma maneira geral se altere. e isso não é pessimismo ou qualquer tipo de niilismo. é apenas a avaliação consciente da realidade. essa certeza, no entanto, em nada diminui minhas motivações para dedicar-me à transformação do cenário e também não abala de forma alguma uma outra certeza: a de que outro mundo é possível.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

É ÉQUIÇA!!!!!!!

não é sacanagem não...

comprei meu ingresso na sexta-feira por 100 reais, cadeira, e até entrar ainda tinha dúvidas se ele era verdadeiro ou falso

peguei um ônibus lotado de Niterói para o Maracanã

lá chegando me entupi de cerveja quente

enfrentei um empurra empurra brabo para entrar enquanto uma galera invadia o Maraca e a polícia baixava a porrada

fiquei com os olhos e a garganta ardendo pra caralho por causa do gás de pimenta

vi o primeiro tempo na ponta do pé enquanto fazia sombra com as mãos para tapar o sol que me cegava e fervia

o Flamengo joga mal para caralho e termina o primeiro tempo empatado

volta um pouco melhor no segundo, mas ainda me domina a sensação estranha que vai dar merda e no dia seguinte Michelle, Clementina, Capilo, Francisco Marcelo e outros iam me sacanear e rir da minha cara

a galera está tensa e empurra, xinga, grita, fede e se desespera

Flamengo está em terceiro

Aí vem o Angelim... e todo meu sofrimento é recompensado

quase choro de emoção

rezo uns 50 pai-nossos enquanto ainda ronda a sensação de que pode dar merda

me dá uma taquicardia sinistra e meu coração quase pula do peito

apito final

É HEXA!!!!!!!! PORRA!!!!!!!!

CERVEJA!!!!!!!!!!

(e para vocês que não sabem o que é isso, eu vou falar: ressaca de hexa é uma delícia!!!)





quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

já ia esquecendo...

... capilo lembrou. vale a pena:


Intervozes - Levante sua voz from Pedro Ekman on Vimeo.

algumas coisas pouco relevantes

primeiro, o futebol.

eu quero dizer que pra mim não tem nada que ver esse bairrismo pelo futebol carioca, que meus companheiros de blog expressaram por aqui. é absolutamente indiferente pra mim o fato do vasco ter subido - guardo um rancor daquela final de campeonato em 97 que é eterno. não me alegra em nada o fato do flamengo ser campeão. e minha simpatia pelo fluminense vem de algum tempo, admiro algumas passagens na história do clube e outros detalhes mais. ocorre que no momento rola uma empolgação, que é natural para quem gosta de futebol, porque o time vem numa onda muito boa, a torcida tá dando um show (estive no jogo contra o palmeiras e conferi pessoalmente) e ele deu uma animada sinistra no campeonato.

sobre domingo, eu não vou ao engenhão porque sou realmente muito pé frio. estou bastante tendenciosa ao botafogo, não quero que caia. mas não vou dizer que se o palmeiras fosse campeão não ficaria feliz. ocorre que o palmeiras não anda merecendo ser campeão. presidente, equipe técnica, torcedores e jogadores há muito perderam a mão e a cabeça. só que do jeito que sou azarada, vou ao jogo, o palmeiras ganha - e não adianta de nada - e botafogo cai. não quero carregar essa culpa. a única vez que fui ao estádio e o botafogo ganhou foi na semi-final da copa do brasil contra o corinthians. assim mesmo, porque saí dez minutos antes do fim. quando cheguei na saída do estádio o botafogo desempatou. ganhou de 2x1.

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segundo, as frivolidades.

* no meu prédio tem um cara que toca violão clássico. tem sido gostoso ouvi-lo no fim de tarde. a ver até quando será gostoso e passará a ser chatopracaralho.

* fui buscar um livro e tava voltando agora pra casa. no caminho planejava o jantar. pensado o jantar tive a ideia de comprar um guaraviton pra acompanhar. vou àquele bar ao lado da minha casa, do português que trocou a torneira.
- su fulano, dois guaravitons.
- aconteceu alguma coisa?
- não. por que?
- não tá doente nem nada?
- não.
- ah, bom. porque numa quinta a noite você tomando guaraviton.
- vou levar pra casa pra estudar.
- ah bom.

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tenho aparecido pouco por aqui e devo aparecer cada vez menos por um período - não muito longo. cuidando na vida, preparando o futuro e garantindo a aposentadoria. nem vou dizer que não há tempo pra escrever. até há, porque entre uma obrigação e outra sempre paro para ver grey's anatomy, ouvir uma maria gadu e ler blogs. o que não há é inspiração. aí fica difícil.

agora deixa eu ir nessa, que acabou o miojo. logo, acabou o intervalo.

Xilique Inoportuno

olha, eu já vi muitas expulsões escrotas no futebol.

Vi o Junior Baiano completamente destemperado em um FlaFlu dar duas tesouras voadoras seguidas no Renato, que não era o Gaúcho pois este se não me engano jogava na época no Flamengo ou no Botafogo, e ir para o vestiário com menos de 15 minutos de jogo.

Vi o Leonardo dar uma cotovelada digna de um confronto de vale-tudo numa reação infantil a um jogador estadunidense que o segurava em plena Copa do Mundo de 1994, ficar de fora da Copa e quase complicar uma partida fácil contra a seleção dos Estados Unidos, donos da casa naquela ocasião.

Vi o Passarela estupidamente entrar de sola e cravar as travas de sua chuteira na virilha do Batista na Copa de 1982, nas oitavas de final, e até hoje confesso que não lembro se o filho da puta desse argentino foi expulso - mas deveria ter sido.

Quando vi o Obina e o Maurício tirarem pontos do Palmeiras na reta final do campeonato por conta de uma troca de ofensas que evoluiu para uma troca de agressões físicas dentro de campo, eu achei que tinha visto a expulsão mais ridícula da minha vida. Mas não...

O que o Fred fez ontem, no momento em que o time se recuperava da mexida infeliz do Cuca que botou o Rui(m), jogador esquisito e descompensado, e fez sei lá o quê, deixando o time do Fluminense torto e minando seu poder ofensivo, quando o zagueiro tricolor Gum, um guerreiro, diga-se de passagem, fez o terceiro gol e a torcida se inflamou, em um momento crucial do jogo quando o Fluminense parecia estar de braços dados com o Sobrenatural de Almeida e poderia ter feito o quarto e até o quinto gol apesar do juizinho e da catimba equatoriana, Fred vai e dá uma cabeçadinha no árbitro em meio a uma série de gritos por conta de um lateral. Um lateral!!!

Olha, eu estava empolgado (confesso) com o futebol do Fluminense e com o próprio Fred, um dos responsáveis diretos pela reação tricolor, junto com Conca, Diguinho, Gum e Maicon, principalmente. Já estava até pensando que ele merecia ser convocado, na medida em que jogava um futebol objetivo, bonito e maduro, liderando o time e passando a confiança para a torcida que respondia comparecendo em massa.

Mas ontem, sinceramente, ele jogou tudo fora.

Ridículo.

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Talvez embalado pelo comentário do Faveleiro na postagem anterior, eu comecei a olhar desarmado para meus rivais diretos do Rio de Janeiro. Realmente parece que o futebol carioca renasceu das cinzas, os torcedores vestem com orgulho as camisas de seus times do coração e enchem as ruas, os bares, os escritórios e coletivos com um colorido e eufórico mosaico que há tempos eu não via.

O Vasco ganhando a segundona e a presença maciça de sua torcida (que eu odeio!!) fizeram bonito... A torcida tricolor (que eu também não nutro o menor carinho) deu show ao lotar o Maracanã, coisa que parece que a Libertadores do ano passado mostrou que eles podem e devem fazer, ainda que jamais igualem a torcida do Flamengo, que é inigualável em número e força mesmo. Mas os tricolores demonstraram força, criatividade e apoio incondicional, coisa rara...

A torcida do Flamengo repete o show tradicional lotando o Maracanã como nenhuma outra torcida é capaz, ainda que da forma enlouquecida de sempre - brigando entre si. Aliás, a torcida do Flamengo me parece de tal forma descompensada em sua loucura, inflamada, agressiva e indisciplinada, que merecia até um estudo de caso...

Até o América parece reviver algum momento de glória e dar orgulho aos seus torcedores que também tem desfilado pelas ruas com seu uniforme.

Já o Botafogo...

Acabo de ler que dos 40 mil ingressos postos a venda no Engenhão, somente 13 mil foram vendidos até o momento. Sem sacanagem... Ae Bebeto, ainda dá tempo!!!! Clê, me admira você!!!!!

Ao que parece, essa torcida se acostumou ao chororô tradicional e ao 'tudo acontece com o Botafogo' e prefere ficar domingo torcendo em casa... contra o Flamengo.

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Fred, vai tomar no cu!!!!

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Ao pensar no Hexa, lembro daquela música do Alceu Valença... 'tu vens, tu vens, eu já escuto os teus sinais...'