domingo, 30 de agosto de 2009

Fé em Deu$$$$$$


Pois é gente... o tempo passa, o tempo voa, minha mãe continua assinando a ‘veja’ e eu lendo, não propriamente numa boa. Muito pelo contrário.

Semanas atrás, esse fatídico veículo da mídia publicou um grande bloco especial de reportagens sobre o fenômeno das igrejas evangélicas embaladas por mais um escândalo de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito envolvendo bispos, pastores e outras figuras, basicamente da Igreja Universal do Reino de Deus.

Não pretendo aqui nem defender esses caras, muito menos atacá-los... Confesso que não tenho muito ânimo para esse assunto. Mas eis que um reporterzinho dessa revista, que eu prefiro não dizer o nome pra não dar ibope, escreveu uma pequena análise de dois parágrafos sobre o avanço das igrejas neopentecostais, indicando vantagens, desvantagens e explicações para o fenômeno. Transcrevo abaixo o segundo parágrafo em outra cor de fonte para não ser confundido como autor dessas ridículas linhas e idéias...

"O pentecostalismo, com sua doutrina do bem-estar econômico indissociável da espiritualidade religiosa, teve o mérito de barrar o avanço de ideologias revolucionárias de esquerda na América Latina. As novas fés protestantes abordam o descontentamento social de maneira radicalmente diferente das teorias marxistas. Para os pentecostais, a pobreza é resultado do fracasso pessoal, não de um sistema econômico injusto. Na década de 70, quando as igrejas pentecostais começaram a crescer mais rapidamente na América Latina, o foco no conforto espiritual e na realização material serviu como contraponto à Teologia da Libertação, aquela estranha concepção marxista de catolicismo que transformou Jesus Cristo numa espécie de Che Guevara da Antiguidade (15/08/2009)”

[respira profundamente na falta de cigarros]

Uma primeira comprovação com esse texto é a tese de que quem acusa um discurso de ser ideológico em prol de uma suposta realidade dos fatos, já está sendo ideológico. Na verdade,ideologia é justamente um dos fatores que sustentam a leitura de um suposta realidade dos fatos...Ainda que isso não esteja claro no texto acima, a simples freqüência com que parte majoritária da mídia nos metralha semanal, mensal, diária e insistentemente com ataques a ideais de esquerda ou teorias filiadas a um pensamento de esquerda que procuram entender e analisar as nuances, problemas e movimentos das sociedades existentes já demonstra um caráter panfletário das suas concepções e publicações. A impressão que dá é que todos formam uma mesma voz e, nessa operação, procuram nos convencer acerca de sua veracidade pela repetição estridente.

No entanto, o que acontece é que por vezes tropeçam em suas próprias ladainhas e argumentos tolos – tal como no trecho acima da Não-Veja...

Um dos pontos positivos que sempre percebi nas ações e na própria organização das igrejas evangélicas é um senso de comunidade e uma rede social, uma coletividade voltada para a criação de oportunidades. A solidariedade é tomada como um fator fundamental para o crescimento e sucesso pessoal. A pobreza, antes de um fracasso pessoal é um Mal, com M maiúsculo, fruto da obra do Diabo ou dos milhões de nomes utilizados para a denominação do que é oposto ao caminho de Deus, do Bem e da salvação. Apesar de ter sim uma ênfase numa ética do trabalho e no investimento individual como caminhos da virtude, é justamente no acolhimento, na caridade e no trabalho social que reside o segredo do sucesso individual.

Tive contato com algumas pessoas que procuraram a igreja principalmente por conta de problemas com drogas. O sentido de irmandade, o apoio de uma rede que disponibiliza desde uma internação em sítios no interior até a oportunidade de ingressar em um trabalho, geralmente tendo como patrão algum outro irmão de fé, é que justificam em última instância a recuperação, a gratidão com quem os acolheu, reforçada ainda por valores divinos. Esse laço entre o divino e etéreo com o terreno e concreto geram uma disciplina e devoção que fazem alguns fiéis chegarem ao ponto de pagar o quanto for pedido de dízimo e fazer o que o pastor bem quiser.

Obviamente, existe um pensamento de natureza mística e a presença de dogmas cristãos favorece alguns exageros, fanatismos e aberrações. Mas no geral, ao contrário do que se propaga, os fiéis não se deixam enganar pura e simplesmente. Antes se deixam levar por uma corrente coletiva que gera frutos concretos em sua vida individual – a partir da inserção nessa coletividade organizada segundo preceitos bem mais próximos de algumas teorias de esquerda do que parece num primeiro momento.

Talvez a dimensão individual se manifeste mais fortemente na transgressão dos valores religiosos e no enriquecimento a qualquer custo, para sustentando exemplos mirabolantes e falsos testemunhos. Ainda que a ambição e o desejo de ascensão social sejam comuns ao rebanho, é por respeito ao próximo e à coletividade, além das leis divinas, obvviamente, que sustentam uma vida regrada, uma ética do trabalho e toda a disciplina cristã.

Independente das críticas que nutro ao papel social das religiões, no caso especiaolmennte as de base cristã tradicionais, por não estimular uma crítica social ou a percepção dos problemas relacionados a um sistema econômico injusto, e mesmo exista certa alienação na leitura de base divina do mito moderno do indivíduo criando uma espécie de self made man de Cristo, é inegável que se elas produzem a conquista de um bem-estar social e realização material estas se dão basicamente por razões e arranjos de ordem social e coletiva – as mesmas que sustentam as propostas e paradigmas próprios de um pensamento de esquerda.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

falando em jornalismo, em ideologia...

O programa Entre Aspas, da Globo News, com sua apresentadora Mônica Waldvogel, tenta a todo custo acusar a Petrobras e o aparelhamento criado pelo governo. Ela começa falando e é, durante todo o programa, desmentida pelos três entrevistados. Chega a ser engraçado ela perguntando: "Mas ñão tem isso e aquilo?", e as respostas, "Não".

Retirado do Blog do Luis Nassif

Entre Aspas liquida com o factóide da Receita

Por Fábio Macedo
Bom dia Nassif,

Você já deve estar informado, em todo caso, acabei de ver o vídeo do programa Entre aspas dessa terça e me parece que acabou a farsa.

Everardo Maciel insistiu, “isso é um factóide”, sobre essa novela da Lina Vieira.



Comentário de Luis Nassif
O comentário inicial lido por Mônica Waldvogel é vergonhoso, antijornalístico, desonesto, porque desmentido ao longo de todo o programa pelos três entrevistados convidados. A Globonews perdeu o rumo.

Os três convidados são unânimes em afirmar que politização ocorreu na fase de Lina Vieira, não agora. Mônica atropela as conclusões da mesa redonda, desrespeita os telespectadores ao antecipar conclusões falsas. Principalmente sabendo-se que a abertura sempre é feita após o programa, com base nas conclusões levantadas.

Paulo Antenor, presidente do SindiReceita, sindicato dos Analistas-Tributários da Receita Federal, denuncia o aparelhamento da Receita… por Lina. Mostra que o pedido de demissão coletiva dos antigos superintendentes foi apenas uma antecipação para demissões que ocorreriam. O advogado tributarista nega crise na Receita. Disse que está mais preocupado com as taxas de juros dos bancos e temas mais relevantes.

Mônica tenta se socorrer do ex-Secretário da Receita Everardo Maciel, da gestão FHC, pedindo que confirme a politização. Everardo diz que a politização ocorreu com Lina e que agora não há ingerência política, porque é atribuição do Ministro definir o Secretário.

Depois disso tudo, Mônica volta ao papo de que Mantega estaria pressionando para não apertar os grandes contribuintes. Os entrevistados negam. Everardo mostra que esse foco nos grandes contribuintes começou em sua gestão. Mônica diz que houve aumento na arrecadação dos grandes contribuintes na gestão Lina. Everardo desmonta com números.

Mônica vem com a história da opção do regime de caixa pela Petrobras foi manipulação. Everardo é incisivo: a Petrobras está certa. O factóide criado foi para justificar a queda da arrecadação na gestão Lina - embora admita que a queda tem muitos outros fatores deflagradores, entre os quais a crise.

Mônica: se fosse tão clara a possibilidade de mudar o regime no meio do ano, não haveria essa controvérsia.

Everardo: a regra é clara e foi feita em 1999 justamente para enfrentar o problema da desvalorização cambial.

Mônica: mas até agora a Receita está para soltar um parecer.

Everardo e os demais: já foi feito, concordando com a Petrobras. Essa prática existe há muito tempo, não existe qualquer ilegalidade ou manobra contábil.

Mônica, balbuciando: a lei foi feita. Houve então uma manipulação da opinião pública?

Todos concordam com a cabeça.

Aí ela deriva a entrevista para o caso Sarney, perguntando se é legítimo pressionar a Receita para abrandar a fiscalização.

O presidente do Sindicato disse que é impossível essa pressão, que nunca essa informação correu na Receita. Disse que sempre trabalhou próximo à chefia da Receita, tanto no governo FHC e Lula, e nunca viu esse procedimento. O chefe da Receita conversa com políticos todos os dias. Mas esse tipo de ingerência é novidade para a gente.

Everardo disse que se ocorreu, o momento certo seria na época em que foi feita. Se não fez, cometeu prevaricação.

Conclusão final dos três entrevistados: Lina foi um desastre para a imagem da Receita e caberá a todos os funcionários trabalharem para o resgate de sua imagem.

Assista o programa e depois volte à abertura.

PS - O programa é ao vivo. Então na abertura Mônica definiu conclusões que não foram avalizadas, posteriormente, pelos entrevistados.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

isso que está escrito não é nada, não, tá...

confesso que estava com saudade de escrever aqui. mesma saudade que sentia de minha casa, de minha mulher que viajava pelo nordeste, de meus cds e mp3's, do net-virtua meio lento, mas ágil o bastante para minha velocidade mental e de teclado. assim como confesso alguma saudade da comidinha pronta quando chegava na casa da minha mãe em Niterói e dos inúmeros canais da tv por assinatura disponíveis...

escrevi um texto abaixo daqueles que me dá vontade de excluir logo depois. menos pelo tema e mais pelo seu desenvolvimento. aliás, um dos motivos desse presente texto é fazer um quase mea culpa acerca da sua fragilidade retórica. Quase, porque esse texto abaixo fora escrito desde semana passada, quarta ou quinta feira, quando realmente comecei a ver o Superman IV, e que na verdade é uma espécie de colcha de retalhos de curtas brechas no trabalho, que anda tenso.

minha bola está quicando seriamente na beira do precipício, que bem pode virar um grande campo florido, mas penso que não é hora de arriscar...

sabe quando você vê que sua vida está prestes a se autodestruir em trinta segundos e isso parece que pode ser bom, pois junto vem a sensação de que pela frente pode vir coisa melhor...

até porque já vivi isso antes...

mas por agora, melhor me aquietar e preparar a virada!!!

pois bem, o outro motivo é um disco que ganhei de minha gatinha do Antônio Nóbrega, repleto de poemas do Suassuna que ouço agora depois de assistir à tortura diária noturna do horário nobre dos telejornais. lembrei que quando estava nos states, uma coisa que me angustiava era a televisão e como os telejornais e a (grande) imprensa em geral do mundo todo é parecida em sua ladainha ideológica de afirmação de uma realidade não ideológica não sei se por cinismo ou ignorância mesmo... a merda é geral...

aliás, não leva a mal, mas se tem um bicho ignorante no mundo é jornalista toupeira que pensa que sabe das coisas... quanta banca, quanta soberba e quanta superficialidade...

ainda bem que estava ainda digerindo a galinha cabidela com que me refelestei na janta... sofre-se menos ouvindo as toupeiras de barriga cheia...

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um outro, ou talvez o grande motivo dessas linhas mal escritas é a busca por algo que me inspire, por uma conjunção de palavras e fonemas interessante, por comunicação com gente que preste e valha a pena, por preencher meu tempo com o som de meu catar de milhos acelerado nestes teclados quebrados de casa... a busca por um sentido novo nessa vida que parece bola quicando num beco sem saída, mas onde o muro cinza bem pode virar uma passagem secreta para outra dimensão menos vazia de sentido do que a que vivo agora e que somente encontra nexo nas palavras do Suassuna no sorriso da minha gatinha e no seu ronronar presente enquanto pesco ênfases nesse dicionário disperso da página em branco na lacuna da tela vazia do blog que ainda me inspira esperança de que a vida vale a pena...

e de que aqui tem gente que presta e vale a pena e o esforço da pesca...

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uma poesia antiga então...

ÚLTIMO DRINQUE

Se o acaso quiser
que eu caia inconsciente
num canto qualquer,
deixe-me lá:

a Morte convidou-me para um drinque.

E não me impeça
se eu quiser tomar um porre:

é que meu espírito quis trocar de roupa.



*****

e o beco se ilumnia um pouco... e eis que percebo que o muro é ou já foi branco antes de cinza...

e do outro lado está sol e crianças brincam..

reflexão enferrujada de um blogadicto sumido...







(A Clê falou que não vinha aqui há muito tempo e que era para eu escrever qualquer coisa... Escrevi isso aí então...)
Outro dia desses assisti ao começo de Superman IV, em algum canal por assinatura da TVA. Assisti somente ao começo, até onde tive estômago e humor...

Fora o alter-ego de Kal’El, Clark Kent ou o apresentador do RJ TV, ser a personagem mais escrota e desinteressante de todas as HQ’s já publicadas, o teor moralista e imperialista desse super-herói é deprimente. Não era à toa que eu sempre torcia pro Lex Luthor, pensei... Ainda mais que o Gene Hackman é infinitamente superior ao Christopher Reeve, que já parecia tetraplégico desde aquela época.

A cena derradeira para minha paciência de Kripton é quando o Super Homem, atendendo a uma carta de uma criança americana, vai à ONU, que fica em Metrópolis, e diz que vai acabar com as armas nucleares de destruição em massa do mundo, sendo ovacionado por todos os líderes mundiais presentes e saindo dali direto para sua missão de paz...

Não sei se pelo caráter tolo e inverossímel dessa cena, ou pela assepsia moralista puritana yankee, ou ainda pela lembrança da visita recém realizada à sede da – meio conversa para boi dormir, meio caô imperialista – ONU, localizada em terreno doado pelo Rockfeller, eu não agüentei mais ver esse filmeco.

Apesar de mudar de canal imediatamente, fiquei um tempo pensando nesse poder midiático e cultural norte-americano.

Tem horas que eu penso que a gente desenvolve um anti-americanismo por vezes juvenil, como outro dia um camarada acenou para mim no Facebook... Sem dúvida, os caras são foda do ponto de vista cultural e, mais especificamente, da cultura pop...

Não é á toa que o ‘King of Pop’, Michael Jackson, era americano e daquele jeito louco meio ficção científica meio maníaco depressivo da Augusto Severo...

Toda minha vida e percepção estética foi influenciada pela cultura pop estadunidense, de Woodstock a Gotham City, passando por todo o universo Marvel, Disney, todos os grandes cantores e as grandes divas do jazz, do blues e do soul, do hip hop, os poetas da geração beat, Bukowski, Ginsberg, Ferlinghetti, Kerouac, os ácidos da aventura hippie, o álcool e a maconha punk rock californianos, a cocaína pura do Scarface, os bang bangs à italiana, os filmes de
gângster, os filmes de ação, os filmes de guerra, os filmes e os filmes e os filmes de Scorcese, Woody Allen, Tarantino, irmãos Coen, Joel Shumacher, etc, etc, etc...

Temos que tirar o boné pros caras nesse aspecto.

Não quero justificar a arrogância que em geral permeia as falas e análises que vêm de lá e parece que vêem o mundo como se fosse seu grande playground... O imperialismo deles é nojento... Mas é compreensível... E é até natural essa postura de certo modo...

Mas não podemos esquecer de que eles são capazes de gerar um Milton Freedman e um Noam Chomsky...

Generalizar, renegar, menosprezar, pura e simplesmente negar o valor dos caras, está mais do que por fora... E digo isso para mim, mais do que para os possíveis leitores desse blog...

Cabe a nós, antes, virar o jogo e construir nossos heróis de quadrinhos e cinema, de Zumbis a Besouros Mangangás, de Otelos negros, capitães de areia e até mesmo também os Nascimento, de Gabrielas a Mandrakes e Filhos do Samba e de Gandhi...

O Brasil também é pop de POPULAR!!!

E é mais que sabido que somos super respeitados lá fora por isso...

Só temos talvez que perder aqui dentro do país essa nossa vergonha de nós mesmos e esse complexo de inferioridade ridículo...

Que por vezes se manifesta como um anti-americanismo juvenil, tolo e ressentido...


muito burro demais

A Televisão
Me deixou burro
Muito burro demais
Oi! Oi! Oi!
Agora todas coisas
Que eu penso
Me parecem iguais
Oi! Oi! Oi!...

televisão, dos titãs



aí vc chega em casa e tá passando um jornal qualquer. aí vc ouve sem dar importância - pq vc deixou de dar importância a jornais há bastante tempo - e solta um comentário sem importância. tava passando a milésima matéria sem fundamento sobre o encontro da dilma com a secretária da receita. ok, nem me interessa se se encontraram mesmo. JURO que não. se dilma pediu ou não pediu, nada muda na naçã0 - posso te garantir. mas me interessa a forma discarada como mentiras viram verdades. ou absurdos que sejam. pq cara, já surgiu um milhão de indícios CONCRETOS de que o encontro não aconteceu. e dizendo que ele aconteceu só tem o depoimento da mulher. nem queria que dissessem que não aconteceu, não. pode continuar dizendo que rolou, mas podia ter a decência de cobrir os fatos concretos.

aí tá. volta pra milésima matéria. vc está na sala só pra pegar o telefone fixo e ligar pra sua amiga em salvador que vai te fornecer rivotril pelo resto da vida pq é médica e gente boa. no que vc ouve a matéria, vc solta: - porra, é muito discarado não darem nem a declaração do palácio do planalto, que abriu TODOS os registros de cadastrados que ingressam lá dentro e o nome da mulher não consta NUNCA.

dica de quem frequenta ministérios e bastidores do poder: vc nunca entra sem ser fichado antes. com exceção, como explica o documento do planalto, de minsitros de estado.

volta pro meu comentário sem pretensões. foi um comentário solto. nem indignado nem nada. só uma espécie de constatação de como o mundo que me rodeia é patético. no que as massas se levantaram contra mim - isso tá ficando recorrente. "é claro que houve o encontro". "tá mais do que provado". "essas suas concepções extrapolam né?"

eu não sei vocês, mas isso exerce um fascínio absurdo em mim. tá provando como, imbecil? vc leu aonde? diga um dado, um número... as pessoas não sabem. elas simplesmente sabem da verdade. mas não sabem dizer como sabem. é um tipo estranho de convencimento coletivo que eu acho muito doido. e aí, claro, que eu, a zé ninguém que lê bukowski não vai saber de porra nenhuma. e tudo que vc pega e ouve e lê é de uma fragilidade tão grotesca que assusta a maneira como as pessoas estão passivas a isso. alô, minha gente, há dois meses atrás a folha deu na CAPA uma imagem de photoshop grosseiro duma ficha do dops da dilma que nunca existiu. ninguem repara que é só o picareta do marco antonio villa que dá entrevista sobre ciencia política? vc sabe quem é ele? oq ele escreveu? onde estudou? certamente não. mas vc lê a manchete e a palavra especialista e tá bom.

óh, nem é pra "defender" dilma. minhas opções políticas nunca estiveram ligadas à ELA. nada pessoal. ultimamente, nem ao PT. e isso não tem a ver com política (essa política). poderia ser a dilma ou o zé das couves. eu tou falando é de jornalismo (argh!), de comunicação e essas merdas que só me irritam.

os caras mentem. mentem deliberadamente. os caras tão na redação ouvindo as verdades sozinhos, mas construindo as mentiras juntos, assim na cara dura. é discarado. e tá ficando cada dia mais discarado.

eu só queria que as pessoas fossem menos idiotas. lê oq vc quiser, assina oq quiser e defende a opção política que for. tou nem aí... mas meu irmão, bancar o imbecil não. aceitar uma mentira grosseira como verdade e defendê-la sem nem saber porque, é isso. e o mundo tá cada dia mais assim. o que que vc sabe dele?



uma mostra de quem podem ser esses caras um dia - um amigo mandou o link, tem uma conhecida em comum entre os novos estagiários da folha. vou nem comentar, tirem suas conclusões:

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

se nada mais der certo.


meu candidato a filme do ano.

"a vida ao lado de outro ser humano é impossível. o que estamos assistindo é só ilusão".


eu recomendo.

domingo, 23 de agosto de 2009

há muito que bom humor, paciência e mínimo de educação vieram, mas encontraram a porta fechada. ontem de manhã briguei com a minha sombra. a noite chutei a própria canela e hoje se alguém vacilar perde os dedos.



a criatura chega ao ponto de ônibus com fones no ouvido. abre parênteses. uma coisa que eu não entendo é porque nêgo conversa com quem está de fones. vontade de andar com uma placa na mão: estando com fones, não fale comigo nem em caso de incêndio.

quem falou? turista, claro. ela gringa, ele sei lá de onde. parecia gaúcho, não sei se pela cara de pouco sagaz ou se pelo sotaque. laranjeiras? pega o 583.

entramos todos no ônibus, no 583. e os fones lá, a toda altura. puxa papo de novo. o carinha com cara de pouco sagaz. rua ipiranga? fala com o cobrador pra te dar um toque depois da entrada do túnel na rua das laranjeiras. aí o cara não satisfeito, me solta:

- e me diz uma coisa - assim falando baixinho, forçando simpatia e intimidade -, lá é perigoso?
- um pouco.
- já é zona norte?
- [vontade de mandar ir pra putaqueopariu] é. é do lado da tijuca.
- ai ninguém me avisou.

e acabou o assunto e sentou cada um do seu lado. não sei o que rolou, mas quando chegou em copacabana ele e ela desceram do ônibus assim do nada. aí antes de descer ele me olha e pergunta:

- passa outro né?

eu ri.

depois tinha essa festa de despedida. eu juro que é alguém que não me fará a menor falta. ok, gente boa e coisa e tal. aquele abraço, boa viagem e me tira da lista dos e-mails coletivos. mas o sujeito te convida, te pede pra levar o ipod pra você tocar umas músicas, "porque sua seleção de sambas é muito boa". aí bate um arrependimento profundo e fico me perguntando: onde eu tava com a cabeça quando fiquei colocando música em festa do sujeito? deu vontade de responder: então, esquece, porque naquele tempo eu tinha paciência e achava o seu amiguinho paulista bonitinho. e contra todos os anjos que me cercam, lá fui eu, ipod e má vontade.

festinha vai, festinha vem, algum desgraçado propõe uma batalha de ipods. eu explico que não faço a menor questão de tocar. não sou dj. nem tenho ritmo. assume aí amigão, porque já são meia-noite e tá na hora do meu leitinho. nêgo insiste e eu caio. e os anjos que me rodeiam, de tanto avisar e eu fazer o contrário, desistem de mim de uma vez.

como era de se esperar, a seleção do djzinho de merda era ótima. pensei: maravilha, o cara assume e eu vou pro bar da tamoios beber minha cerveja do sono e vou pra casa. no que o cara cede a vez pra mim. do pouco que me restava de opção no meu humilde ipod, mando uma listinha que se abria com um funk. o suficiente para que as massas se levantassem contra mim, com seus baseados em punho e copos de plásticos, dispostos a fumar meu ipod.

em casa de revolucionários de havaianas e vanguardistas que vivem de mesada, não se toca funk. o sujeito que estava sendo despedido, olhava pro chão quando me disse "você já foi melhor".

olha, eu podia escrever horas aqui sobre o tanto de estupidez que escutei. mas correria o risco do post ficar engraçado e não é essa a intenção.

tirei o ipod ao melhor estilo fiquei puta e não tenho esportiva. não que eu tivesse puta, mas seria mais fácil sair assim. nem entrei no debate, como seria de costume. "então, tou indo nessa". fica chateada não. magina, era a deixa que eu precisava. era tão cedo, que deu pra tomar a cerveja no boteco da esquina e comentar sobre a rodada do futebol.

saco cheio e tolerância abaixo de zero. nem vem que não tem - era a música seguinte. otários, perderam uma boa seleção.

sábado, 22 de agosto de 2009

o filme da madrugada

public enemies

recomendo. vi essa madrugada por conta de leve insônia e ainda que dispersa, gostei.


eu nunca fui boa de decorar poemas. e isso é uma frustração, devo admitir. além daquele do pessoa, citado recentemente aqui, há um outro que me recordo agora e não por acaso. é um drummond. que diz assim:

amo, porque te amo
e não precisa ser amante,
porque nem sempre sabe sê-lo.

amo, porque te amo
e amor com amor
não se paga

eu já recitei esse poema aos prantos numa quadra qualquer e hoje eu recitaria de novo, e se você der bobeira eu recito amanhã no seu ouvido lá. é o modernismo.

meu coração dolente em plena afinidade com o dia-a-dia da pessoa bem feliz que o faz pulsar.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

diretas que encantam ou diálogos imaginários dos quais eu queria ter participado



- aconteceu alguma coisa?
- aconteceu.
- posso ajudar?
- pode.
- então conta!
- é uma obstinação. sei lá, um tipo de neurose.
- qual?
- só consigo pensar na mesma coisa e no mesmo lugar.
- o que? aonde?
- na sua nuca, na altura da minha boca.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

por mim e por vocês

tem um blog aí que eu tou acompanhando ultimamente e hoje a autora, que assim como eu é baiana, escreveu sobre racismo. e daí que eu resolvi escrever também. porque o sentimento que me toca é meio parecido.

aqui em casa são quatro filhas mulheres. uma delas está com um meio namorado. digo meio porque ainda não tá oficializado. e o cara deu as caras por aqui ultimamente. e o cara é negro. e agora nos momentos familiares ele é tratado como 'o chocolate'. ocorre que como ainda não está oficiliazado, minha mãe e meu pai não sabem que o chocolate já tá pegando a filha deles, loira, do olho azul.

daí ontem família reunida, domingão, só o amor rolando e eis que surge o chocolate no assunto. mamãe foi categórica: "amigo é uma coisa, agora dizer que eu ir gostar de vocês namorando um chocolate, ah não ia não. eu sou das antigas". da tia, na cadeira ao lado, escutou-se: "já imaginou se casa? o cabelo dos filhos..." e o riso foi geral...

o que que você faz com gente que ainda tem coragem de expor seus sentimentos mais vis sem o menor constrangimento? sem ao menos fazer um mea-culpa safado? sem antes fazer aquele melindre fake de que sabe que tá errado? eu não sei. daí eu sinto vergonha.

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as férias acabaram, mas os prazos que me enforcavam foram adiados. e aí, a gente faz o que? a gente alivia a tensão. desencana e volta ao normal. pq ser uma pessoa tensa, não combina comigo.

agora é planejar a ida pra coritiba pra um congresso chatíssimo, pro qual vou obrigada. minha esperança é chegar lá, ficar logo rica com capilo depois de umas duas cervejas e bater em porto alegra pra tomar a saideira com bruno bandido - aquela que acha que no sul tudo é perto.

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quando comecei a escrever isso aqui tinha várias paradas na cabeça. a raiva do primeiro ponto me fez esquecer.

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só mais uma coisa: elogios casuais, que vêm do nada... taí uma coisa que conquista!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

quando eu piso em folhas secas


se tivessem me avisado, há dois anos atrás, que entrar no mestrado significava não poder ir à gravação do dvd da dona ivone lara, eu nunca tinha tentado essa merda. avisaram tarde demais. se ela morrer antes de eu vê-la tocar ao vivo de novo, te cuida Capes. eu jogo uma bomba.

sábado, 8 de agosto de 2009

só pra constar...

no dia 03/08, segunda-feira última, esse blog fez 2 anos. eu jurava que era dia 7 e acordei com isso na cabeça hoje e só me lembrei agora.

2 anos. 463 postagens.

capilo sumido.

bodão internacionalizado.

e faveleiro deixou recentemente um post nos rascunhos que tem como título: "Ói eu aqui otra veiz..."

eu continuo falando demais, como de costume.

=*

foi o primeiro poema que decorei uma estrofe inteira. não que eu decore muitas. mas esse foi o primeiro. e daí que ele hoje caiu como uma luva:

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.

trecho de 'tenho tanto sentimento', do pessoa

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

por onde andei II

andei mergulhando nos corais da praia de picãozinho.
joão pessoa, paraíba. agosto de 2009.

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bebeto: rainha é mesmo muito forte. confesso que dei uns 2 goles apenas e caí no mar soprando fogo. até porque a boa do dia eram as caipirinhas de siriguela. conhece siriguela?

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hoje não que ainda estou com o ritmo da maresia no corpo e quero dormir com ele. mas amanhã o papo fica sério, rapá! que iemanjá me ajude.

domingo, 2 de agosto de 2009

por onde andei


caranguejo, jambo, ostra, lagosta, esse mar aí, caipirinha de siriguela e cachaça rainha.
praia de coqueirinho, litoral sul da paraíba. agosto de 2009.

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no momento, passei pra tumar um banho, que vou ali comer uma tapioquinha de fim de tarde. hoje é dia de xote, ôh cabrita. o sotaque tá a flor da pele.

um alô pro vizinho que liberou seu sinal de internet e permitiu esse contato rápido.

sábado, 1 de agosto de 2009

saudade é palavra que existe apenas em nosso vernáculo...

não sei se é verdade... nunca pesquisei... mas sei que isso, por vezes, não é privilégio algum.

melhor seria não tê-la, quando dela sofre...

afinal, a presença da palavra não absorve a dor da ausência que a justifica e descreve.

melhor quem não a tem e busca similaridades e analogias.

angústia: a palavra não elimina.
vazio: muito menos.
falta do que dizer ou fazer: ela ilude em sua morfologia trôpega.

capacidade de nomear o que nos falta, esvazia e angustia: de que adianta.

melhor que poder dizer saudade seria

poder trazer de volta.