leio Darwin
regozijo-me macaco
penso em Einstein
ejaculo energia
e se Freud
hoje em dia
cheira talco
é efeito
do que em Marx
mais valia
das maçãs desabam Newtons
e eu prefiro Adão e Eva
quando ao banho eurekas gritam
“quem tem seda” e “dá uma cerva”
sai daqui vê se anda ô ‘logos’
xô se manda que agonia
deixa eu ser assim sem nome
sem nem terminologia
se eu grito humanidades
não me enche sou poeta
pouco importam suas verdades
nem sua metodologia
quero ser pra ti silêncio
e aos meus, algaravia
bolinar axiomas
penetrar com minhas rimas
quero o cu do Inominável
clitóris do Indizível
a língua do Inefável
o espasmo Inconcebível
e se eu falar besteira
deixa eu ser desprezível
quero estar onde eu estava
haver onde eu já havia
vou comer água da chuva
mergulhar na luz do dia
sem conceito
introdução
revisão
bibliografia
torto o meu rio corre
certo é palavra fria
quero louco
onde são
letra oculta
poesia
e se você disser que não
foda-se sua teoria
e vem cá olha pra mim
não me diz que estou errado
porque se falei assim
eu não quis falar assado
sou poeta sim eu sei
mas poeta desbocado
se não gosta do que escrevo
guarda pra limpar seu rabo
pois meu verso é luz no breu
do teu cu mimeografado
Um comentário:
Excelente! Palmas!
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