... Está chegando outubro novamente. E algumas feridas ainda continuam expostas. Abaixo uma lembrança:
“Quando milhares de mães comemoram com seus filhos o dia 12 de outubro, a Maré (favela do Rio de Janeiro) realiza manifestação contra a violência policial, a partir de 13 horas na Praça Nova Holanda. A manifestação vai relembrar a morte, no dia 1º de outubro, de Renan da Costa, de apenas três anos, e de mais outras quatro crianças nos últimos vinte dias em favelas cariocas.
Como forma de repúdio à violência praticadas pela Polícia Militar no Rio de Janeiro, diversas comunidades populares se reúnem dia 12 para reivindicar uma nova política de segurança pública para a cidade. Nos últimos 20 dias, cinco crianças foram assassinadas em ações policiais: Renan da Costa, de três anos na Maré, Paulo Vinícius, de sete anos em Vigário Geral, Guilherme Custódio, de oito anos, na Ilha do Governador, Lohan de Souza, de nove anos, no Morro do Borel e Moisés Alves, de 16 anos no Complexo do Alemão.”
Faz quase um ano, e a nossa política de segurança só aumentou a violência, só aumentaram o número de mortes (em dia, em operação no complexo do Alemão, foram 19 mortos. Destes, 16 com suspeita de execução, sendo três com tiro na nuca), e a nossa imprensa, pqp (perdão!), só faz apoiar as iniciativas violentas empregadas pelo nosso estado.
Uma política de segurança que prega a guerra, que vê a morte de inocentes como efeito colateral não dá para ser aceita (na verdade, não era para ser aceita, mas a imprensa aqui faz o seu papel (sic) e dá a maior força – quanto mais pobre morto, melhor!). E continuamos morrendo do lado de cá, enquanto os de lá continuam com medo. Um dia essa porra estoura, e vai lá saber o que pode acontecer.
Para não cair no esquecimento: As crianças mortas
• Renan da Costa Ribeiro, três anos, morto dia primeiro de outubro de 2006, com um tiro de fuzil na barriga, na comunidade de Nova Holanda na Maré.
• Paulo Vinícius de Oliveira Chaves, sete anos, morto atropelado por uma viatura da Polícia Militar, dia 20 de setembro de 2006, em Vigário Geral.
• Guilherme Custódio Morais, oito anos, morto dia 20 de setembro de 2006, por bala perdida na Favela do Guarabu, na Ilha do Governador
• Lohan de Souza Santos, nove anos, morto por uma bala de fuzil na cabeça no dia 16 de setembro de 2006, no Morro do Borel.
• Moisés Alves Tinim, 16 anos, morto dia dois de outubro de 2006, com um tiro de fuzil, no Morro da Esperança no Complexo do Alemão.
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