quinta-feira, 7 de maio de 2009

Cerveja, beisebol e dardos


Ontem, finalmente tive minha primeira aventura etílico-antropológica nas terras do tio Sam. Depois de perambular por horas e hesitar por alguns instantes acabei cedendo ao desejo de me embebedar e entrei num pub. A hesitação se deveu ao total ocultamento de como as coisas funcionam em seu interior, de quem frequenta esses lugares, etc. Os lugares são fechados, sem nenhuma luzinha sedutora dessas que vibram em todos os demais estabelecimentos comerciais. Afinal, a propaganda de bebidas alcóolicas deve ser proibida.


A frieza exterior acaba constrastando com o calor interno, não somente pela calefação, mas também pelo clima cordial entre os clientes, pelo menos nesse pub.

Em menos de uma hora eu já estava conversando com os outros pés-de-cana. Todos bebiam cerveja acompanhada de algum destilado e falavam aos berros. O assunto invariavelmente girava em torno de beisebol. Nesse pub, havia três televisões ligadas transmitindo três partidas diferentes de beisebol. As pessoas chegavam, cumprimentavam a todos com um ‘good afternoon’, ou coisa que o valha e perguntava sobre as partidas televisionadas, já emendando um comentário sobre o campeonato, um jogador em especial, uma partida da véspera ou sacaneando os Mets. Pelo que entendi, os dois grandes times de Nova Iorque são os Mets e os Yankees, e nesse bar pelo menos, a imensa maioria era de torcedores dos Yankees.

Tem umas coisas engraçadas... as mulheres daqui devem pintar o cabelo ou senão aqui é uma filial da Dinamarca. Os homens em sua maioria tem cabelos pretos e a pele branca como a neve. Já as mulheres, tirando as chicas, chinas e indianas, em sua maioria são louras, mas um louro escandinavo, saca, quase branco. Amana diz que elas são louras mesmo... tudo bem, mas tão louras assim, eu duvido.

No bar tinham duas dessas. Uma era filha do dono do bar e estava chorando a morte de um cachorrinho e se embebedando pra valer. A outra estava com um carinha novo com pinta de maconheiro jogando dardos. Eu fiquei assistindo a partida, eles me convidaram e acabei jogando com eles. O alvo era diferente e os pontos eram dispostos tal como uma roleta. Perdi, lógico. Mas valeu o papo.

Aliás, quando eu disse ser brasileiro houve um alvoroço. Me pagaram irish whisky (jameson), e ficavam comentando sobre como as mulheres brasileiras eram lindas. A filha do dono do bar lamentou não ter a bunda grande como as brasileiras – ela era realmente reta como uma porta – e os caras ainda mencionaram, desprezando, diga-se de passagem, o nosso futebol, que aqui é tido como um esporte feminino. No mais, muitos elogios ao Brasil, suas praias, samba, carnaval, blá, blá blá, etc e tal.

Quando dizia meu nome eles retrucavam ‘i can’t say that’. No final das contas fizeram uma adaptação e agora para todos eu sou 'Rod, from Brazil'... Pensando bem, Rod é quase Bod, certo?! Eles chegaram perto.

Obviamente deu pra perceber uma movimentação escusa, algo ligado a drogas, pensei. Não perguntei, nem me aproximei muito, pois os caras eram meio estranhos e quietos demais, meio sinistrinhos.

Saí de lá trocando as pernas, pra variar. Fiquei pensando que aqui as normas relacionadas a beber e dirigir devem ser bem relax, porque todos chegavam e saíam de carro, os carros ficavam estacionados em uma área exclusiva para fregueses do pub, que só vende bebidas. Bem, tenho que perguntar da próxima vez.

No mais, é isso. Gostei da fauna pinguça de Highland Park. E olha, bar lotado de malucos numa tarde de quarta feira, hein, quero só ver no final de semana. Mas, bom, alguns dos malucos vagabundos de carteirinha, eu já conheci.

That’s all, folks!!! Na próxima vez eu vou levar a câmera e tirar umas fotos do bar e das figuras que o frequentam.

3 comentários:

cajibrina disse...

manda umas fotos pro butecopessoal

Faber disse...

Surpreso diante do clássico Yankees e Mets? Nunca deve ter assistido Friends.

Rodrigo Bodão disse...

Pode crer, nuca vi friends... na verdade, não gosto muito de seriados. Mas deu pra ver que a rivalidade é grande e, pelo menos entre esses torcedores específicos, bem humorada.
Confesso que acho o uniforme dos Mets mais maneiro, cinza e tal, mas os Yankees parecem ser uma das maiores e mais fanáticas torcidas do país, o que me lembra muito o meu Mengão pentatricampeão... Bom, ainda não me decidi... mas pelos motivos expostos acima estou tendendo para os Yankees, apesar do nome.