sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Querido Cajibrina...

Primeiro:

eu lamento muito pela falta de vírgulas em seu texto... Eu e a língua portuguesa.

Tudo bem...

Tem que caber na diagramação do buteco, né????

Segundo:


(bom, acho bom lembrar, segundo, numeral ordinal, não é medida de tempo)

: (dois pontos) ceroula é e, que eu saiba, sempre foi, uma vestimenta íntima que cobria todo o corpo... shortinho apertado e cavado é e sempre foi outra coisa.

Cajibrina... adoro seu blog, seus textos, seu tema, mas... sinceramente...

Acho melhor que vc saia logo da gaveta, de trás (desse negão chamado) armário, do closet rosa pink, e se assuma logo um *&%$# de bêbado desvairado.

Sério. Fica mais bonito.

Não dê uma de fenômeno...

Santa...

****

Sobre o emo...

duas colocações (sem duplo sentido):

Primeiro: já vi que a carapuça serviu pra descrição do botafoguense.

Segundo (numeral ordinal, não é medida de tempo, sic): adorei a versão!!
Gosto muito de Chitãozinho e Xororó, gosto mais das músicas antigas que remetem a modas de viola e um primeiro movimento nacional (NACIONAL E ORIGINAL) de fazer uma leitura pop, meio country rock, das modas de viola sertanejas,pantaneiras...

Aliás, adoro essa música, em particular.

Clê... eu até acho que vc deve conhecer... mas... procure ouvir Renato teixeira, Rolando Boldrin, Pena Branca e Xavantinho, Almir Sater, Tonico e Tinoco...

Dá vontade de virar sapo... ou vaga-lume... e medo de onça...

robow... frog... robow... ssss... rrrraaaauuuu!!!!

Ê coisa boa, sô...

****

Por falar nisso, um de meus poetas prediletos...

Aliás,


VIVO,

O preferido:

(e me desculpem a formatação infiel... peguei na net... sem pressa... nem livro à mão)


MANOEL de BARROS


Seis ou Treze Coisas que Aprendi Sozinho
de "O Guardador de Águas", Ed. Civilização Brasileira.


1
Gravata de urubu não tem cor.
Fincando na sombra um prego ermo, ele nasce.
Luar em cima de casa exorta cachorro.
Em perna de mosca salobra as águas se cristalizam.
Besouros não ocupam asas para andar sobre fezes.
Poeta é um ente que lambe as palavras e depois se alucina.
No osso da fala dos loucos têm lírios.

3
Tem 4 teorias de árvore que eu conheço.
Primeira: que arbusto de monturo agüenta mais formiga.
Segunda: que uma planta de borra produz frutos ardentes.
Terceira: nas plantas que vingam por rachaduras lavra um poder mais lúbrico de antros.
Quarta: que há nas árvores avulsas uma assimilação maior de horizontes.

7
Uma chuva é íntima
Se o homem a vê de uma parede umedecida de moscas;
Se aparecem besouros nas folhagens;
Se as lagartixas se fixam nos espelhos;
Se as cigarras se perdem de amor pelas árvores;
E o escuro se umedeça em nosso corpo.

9
Em passar sua vagínula sobre as pobres coisas do chão, a
lesma deixa risquinhos líquidos...
A lesma influi muito em meu desejo de gosmar sobre as
palavras
Neste coito com letras!
Na áspera secura de uma pedra a lesma esfrega-se
Na avidez de deserto que é a vida de uma pedra a lesma
escorre. . .
Ela fode a pedra.
Ela precisa desse deserto para viver.

11
Que a palavra parede não seja símbolo
de obstáculos à liberdade
nem de desejos reprimidos
nem de proibições na infância,
etc. (essas coisas que acham os
reveladores de arcanos mentais)
Não.
Parede que me seduz é de tijolo, adobe
preposto ao abdomen de uma casa.
Eu tenho um gosto rasteiro de
ir por reentrâncias
baixar em rachaduras de paredes
por frinchas, por gretas - com lascívia de hera.
Sobre o tijolo ser um lábio cego.
Tal um verme que iluminasse.

12
Seu França não presta pra nada -
Só pra tocar violão.
De beber água no chapéu as formigas já sabem quem ele é.
Não presta pra nada.
Mesmo que dizer:
- Povo que gosta de resto de sopa é mosca.
Disse que precisa de não ser ninguém toda vida.
De ser o nada desenvolvido.
E disse que o artista tem origem nesse ato suicida.

13
Lugar em que há decadência.
Em que as casas começam a morrer e são habitadas por
morcegos.
Em que os capins lhes entram, aos homens, casas portas
a dentro.
Em que os capins lhes subam pernas acima, seres a
dentro.
Luares encontrarão só pedras mendigos cachorros.
Terrenos sitiados pelo abandono, apropriados à indigência.
Onde os homens terão a força da indigência.
E as ruínas darão frutos

http://www.jornaldepoesia.jor.br/manu.html#seis

****

Né, não!!!!????

Simplesmente, LINDO!!!!

2 comentários:

Rodrigo Bodão disse...

Está aqui (acima)meus caros, a melodia que compõe minha existência, a gosma que encorpa meus versos e a razão, singela, que erige meus ditos de resistência vagabunda a esse mundo de trabalho como valor em si, saúde como urgência inconteste, projetos humanitários e democracia totalitária;

o Bodão que eu me invento, caio na rua, me entorpeço e surfo o ridículo e absurdo dos séculos fugazes é um ensaio, uma tosca maquete viva de Seu França...

Por isso, digo: nunca poderei almejar o nada nem o vazio...

Pois isso seria deslumbrar-me com os mesmos castelos de areia que compõem a humanidade e sua história em busca de alento para as suas vaidades divinas...

Clementina disse...

bom eh q vc faz dos comentários, novo post...
então, almir sater e renato teixeira tão na cabeceira!! e cara, 'evidencias' é uma puta música.