quarta-feira, 29 de outubro de 2008

rumo a sampa

Eu sempre tive muita sorte com amigos. Desde criança. É impressionante. Não que eu tenha muitos – não faço a linha popular. Mas digamos que tenho alguns e da mais alta qualidade.

Quando vim pro Rio, arrumei um trabalho temporário no aeroporto do Galeão. Trabalhava a cada três meses numa pesquisa com turistas, feita pela FIPE. Vinham sempre uns 2 ou 3 supervisores de São Paulo e os pesquisadores eram contratados aqui no Rio.

Numa dessas pesquisas, veio um supervisor meio estranho. Cara desajeitado, desorganizado e meio maluco. Nessa primeira vez que ele veio, lembro inclusive de uma crise de síndrome do pânico – que até hoje não sabemos se foi mesmo.

Fato é que ficamos amigos. Conquistei-o com chops diários em Copacabana e com uma picanha na chapa em Santa Tereza. Ele me conquistou com o bom papo, a esquisitice e a simpatia.

Na pesquisa seguinte, o sistema mudou e passou a ser mensal. E foi esse supervisor que assumiu de vez. Paulo, então, passou a vir todo mês, passar de 10 a 15 dias no Rio. Ano de 2006. Inesquecível.

Juntos, descobrimos a cidade. Ou uma parte bem interessante dela. Os pastéis de feijão do Mineiro, a carne de javali do Belmonte, a vista do aeroporto Santos Dumont, inferninhos na Lapa, o sanduíche do Lamas, o forró na Feira de São Cristovão e por aí vai.

Tem muita história. Tem a da caipirinha de banana (isso mesmo) na pizzaria Guanabara às 5 da madrugada que quase me matou. Tem o do cara no bar que `perdeu` 50 reais e depois achou escondido no saco (o que fica resguardado pela cueca). Tinham as rodas de música na casa que ele ficava hospedado em Santa Tereza. O dono era argentino e tinha vários amigos latinos e músicos. Juntávamos esse povo na casa. Foda.

Me lembro que planejávamos sempre sair do bar até as 5 pra pegar o nascer do sol no Joá. Nunca dava tempo. Quando se chegava lá o sol já tinha nascido. Tinha também o esquema da caipirinha no Mangue Seco, lugar onde ficamos amigos do garçom. Ele marcava uma na comanda e trazia duas. Reinventamos a dose dupla.

Como trabalhávamos de madrugada ou até meia noite, cansei de brigar com os rodos pela saideira. Cansei de beber a saideira já na calçada.

Foi com ele que fiz amizade com Alfredinho do Bip Bip. Também com ele aprendi a gostar de cigarro de palha; que garçom a gente chama pelo nome – e se não sabe é Alfredo, assoviar só em último caso -; aprendi que entre os chops uma dose de vodca com gelo vai muito bem e que bar bom é aquele que tem comidinhas boas: incluam moela, um bom pernil e iguarias que colocam a empada do Belmonte no chinelo.

Paulo não tem marca de cigarro favorita. Quem a determina é sua companheira no momento. Ficava com uma amiga minha que fuma Malboro Light. Fumou esse cigarro durante meses, até conhecer a futura namorada que fumava filtro amarelo. Acabou com essa e a seguinte ia de Carlton, ele também. Hoje, não faço idéia do que anda fumando. Faz quase dois anos que não nos vemos.

Me lembro de uma viagem que fiz pro sul e na volta meu vôo era pra SP. Liguei e disse que descia em Congonhas 6 da tarde e que poderíamos nos encontrar, porque eu pretendia pegar um ônibus meia noite. Uma hora da manhã entramos no apartamento de um amigo dele com cervejas, depois de ser expulsos de um bar. Ligamos no aeroporto e ele passou uma passagem de volta no cartão sem perguntar o valor – que demorei horrores pra pagar e ele ligando desesperado porque não tinha dinheiro. O vôo saía às 7 da manhã. Embarcamos na cerveja e no Pink Floyd. Às 6 da madrugada, tomei o último gole:

- Tá na minha hora, eu acho.

Quase perdi o vôo. Cheguei no Rio e fui trabalhar, direto. Com a roupa de ontem de manhã e 10 horas de cerveja. Fiquei meia hora no trabalho, claro.

Bom, mas os tempos de saudade terão um merecido fim. Amanhã estou partindo para Sampa. Dá até frio na barriga.

Prometo que volto para contar a marca do cigarro que ele anda fumando e outros relatos.

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Triste é não ir a feijoada da Portela com meus companheiros de blog. Aliás, Paulo ia adorar conhecer as figuras. Ele nem sabe da existência dessa porra, mas certamente falarei de Bodão, Capilo e Faveleiro com ele. Um já estava ocupado do primeiro porre quando todos seus amiguinhos se preocupavam com o primeiro beijo. Capilo num viveu nem 30 anos, mas já tem 15 de alcoolismo. O tricolor é o rei da boa iguaria de bar – ainda mais se for na Maré. E Bodão dispensa qualquer descrição, né?

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O que foi Capilo hoje de manhã me perguntando se bebemos pra comemorar um ano de blog?

terça-feira, 28 de outubro de 2008

petelecos

Wlado, se prepara que coringão vai chegar matando na primeirona em 2009. Mas o peixe é um time legal e estou acostumado a conviver com santista. Mas fora a final do brasileirão que o Santos mereceu a vitória, vocês tão mais pra freguês do Timão do que pra outra coisa. Não sei de onde tirou esse sentimento de superioridade...

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Tou aqui, doido pra tomar uma cerveja, desde cedo trabalhando. Essa vida não dá futuro pra ninguém, já concluí. Problema são as dívidas aumentando, a dissertação que não despenca dentro do meu desktop. Tô até preferindo dar uma corrida a ter que trabalhar em excesso (claro com uma cerveja de recompensa no Panamá depois).

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Bodão, que inveja de ti hoje. Eu ali, suando, cabeça já quente antes de começar o terceiro tempo das atividades trabalhistas, e você rindo, bem acompanhado de um copo de cerveja. O que já bebi de água hoje pra tentar matar a vontade...

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Ao acaso, como o próprio nome diz, leio aqui ao lado um poema de Fernando Pessoa com o título “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”. Tou aqui torcendo pra Deus querer minha dissertação pronta o mais rápido possível, que sonhando que ela vai ficar pronta de uma hora pra outra já estou.

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Na feijoada de sábado, capilo não estará presente, porque é um homem de compromissos. E o Centro Cultural da Light só oferece show pra quem trabalha lá assistir durante o almoço. Que aparecer meio dia durante a semana num é pra qualquer um não. Queria eu ter na agenda não “reunião sexta, 17:30h”, mas um “show da Dorinha Circo Voador, 22h”. Culpa da Clementina, que parece estar até fugida daqui.

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Falando nela, ela pirou com a idéia de ficar sem computador durante quatro dias numa viagem que vai fazer aí. Tô achando que tá com medo de perder o prestígio por aqui, deixando de postar e abrindo espaço pros ombudsmundanos. Um aviso, se preocupe mesmo, que Bodão falou que vai escrever todo dia. Quanto a mim, bom, quanto a mim não faz diferença mesmo...

goles, tapas e tecos (já que não sou chegado em pílulas)

Olha, essa eleição pra prefeito no segundo turno mostrou que estamos mal, muito mal aqui no Rio. Mostrou o que já sei há algum tempo: somos todos uns conservadores metidos a vanguarda ou malandros...

Esse racha entre povão e elite, subúrbio e zona sul, mais do que produto de campanhas mesquinhas ou joguetes midiáticos demonstra o quanto de ressentimento e o desrespeito impera nessas terras. Não gosto do termo cidade partida, mas essa coisa, esse racha é tão antigo e se reflete em espaços tão variados e pessoas tão distintas que não vejo solução nem a curto nem longo prazo. Ainda mais quando a corda é esticada como agora.

Bem, como bom flaneur, circulo bem em todos os cantos. Mas já tive minha fase play, em Niterói... assim como minha fase revolucionário de esquerda... hoje acho que estou mais equilibrado.

Não gosto de nenhum excesso de ressentimento, inveja ou arrogância. Os dois lugares tem bons e maus aspectos, o ar blasé de Ipanema e a farofa suburbana podem ser duas pontas de um mesmo iceberg de ignorância e falta de educação. Ninguém é melhor que ninguém... apesar de, confesso, me sentir melhor na favela ou no subúrbio, atualmente.

Aliás gosto mesmo é da Glória que se faz uma bela mistura desse universo carioca multifacetado regido pela etiqueta dos botequins e pelo bom senso da malandragem.

E costuro a cidade nas contas infindáveis do meu cartão de crédito... um porre na Lapa, outro no Méier, um saque na Maré, uma conta em Botafogo e um oásis além-poça... e assim eu vou e a vida vai...

Tin-tim!!!

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Bom, e pra começar bem a semana, a programação samba-musical carioca.

Primeiro, aviso a TODOS OS OMBUDSMUNDANOS QUE ESTÃO CONVOCADOS PARA A FEIJOADA NA PORTELA NO SÁBADO!!!!

FAVELEIRO JÁ CONFIRMOU PRESENÇA!!!!!

Combinamos melhor durante a semana.

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Hoje tem show deElton Medeiros em homenagem aos Cem Anos de Cartola

“Parceiro da lenda da música brasileira, Elton Medeiros apresentará, na CAIXA Cultural Rio, um show que celebra o centenário do nascimento de Cartola. As músicas serão acompanhadas de imagens e ilustradas por histórias da vida de Cartola contadas por Elton.

Essa é a primeira vez que as obras do Cartola serão interpretadas em show por um parceiro. Elton Medeiros apresentará canções que fez em parceria com o mestre e com outros artistas. O show será gravado ao vivo.

Data: 27 e 28 de outubro.

Horário: 19h30.

Duração: 1 hora e meia.

Endereço: CAIXA Cultural RJ - Teatro Nelson Rodrigues.

Av. República do Chile, 230, Centro.

Telefone: 2262-5483 / 2262-0942.

Preço: Grátis.”

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Além dessa, mais uma homenagem a Cartola.

Quinta sim, quinta não, o Centro Cultural da Light será palco de um show em homenagem ao saudoso compositor Cartola. Será uma série de 12 espetáculos musicais e um exposição. Os shows acontecem até 11 de dezembro, na hora do almoço, e cada edição tem um artista diferente.

A estréia foi quinta, dia 14, com a Velha Guarda da Mangueira e Nelson Sargento.

Também é possível conferir no local a exposição "Cartola de Todos os Tempos", com fotos e documentos.

Programação dos shows:

30/10 - Monarco

06/11 - Arranco de Varsóvia

13/11 - Elton Medeiros

27/11 - Nilze Carvalho

11/12 - Nei Lopes


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NO CIRCO VOADOR, DORINA recebe: Arlindo Cruz, Juliana Diniz e Bateria / Mestre Sala e Porta Bandeira da Portela

SEXTA, dia 31 de Outubro 2008

INGRESSO R$ 20 Estudante | R$ 40 Inteiro

Dorina lança seu novo CD "Samba de Fé" com participação especial de Arlindo Cruz

A cantora Dorina apresenta NOVO SHOW - Samba de fé - lançando o seu mais novo CD homônimo, com músicas inéditas de Luis Carlos da Vila, Arlindo Cruz, Roque Ferreira, Mauro Diniz, Adilson Gavião e Adauto Magalha e releitura de "Apito no samba" de Luiz Antônio e Luiz Bandeira, (gravado por Marlene na década de 50), além de Cartola, Candeia, Zeca Pagodinho, Martinho, Francis Hime, Chico Buarque e Trio Calafrio, além de musicas próprias conta também com a interpretação forte da cantora nos bons momentos do show com destaque a influência afro-religiosa no samba.


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Beijos a todos!!!!!

E Saudações Rubronegras!!!!!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Pílulas

Ô, o que a gente não faz pra ver a Clementina escrever por aqui. Na falta de assunto – e principalmente de tempo – vai qualquer coisa.
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Falando da Clê, hoje falei com ela que ela precisa trocar de mochila. Pela décima quarta vez em dois meses e três dias alguém abre sua mochila e rouba seus pertences sem que ela perceba. Vou averiguar essa mochila pra ver se não está furada. E vou comprar um cadeado para presenteá-la. Pra piorar, só abrem a mochila quando tem dinheiro (ou será mais uma desculpa pra não pagar o que me deve?)

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Bom, sábado tem o I Fórum de Mídia Livre do Sul Fluminense, em Volta Redonda.. A galera de lá está empolgada com a discussão. Estarei lá pra ver no que vai dar.

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Dos livros, ganhei mais dois. Um, Contos Para Ler no Bar (o livro é pequeno, foi dos últimos adquiridos mas já o li todo – um dos contos, muito bom, já foi reproduzido no blog do amigo e irmão cajibrina – aqui), e outro, do grande Veríssimo, Comédias da Vida Privada, que pelo autor, dispensa comentários.

Bodão, nem vem que aprendi com a vida que mais bobo que quem empresta livro ou CD só mesmo quem devolve. Como sei que você não é nada bobo...
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Falando – não eu, mas a torcedora (coitadinha) do Palmeiras que divide as páginas desse blog – da lavada que o Palmeiras levou, o Corinthians está de volta à primeira divisão do futebol brasileiro. Isso me faz lembrar que esse blog já deve ter mais de um ano e não me lembro de termos tomado uma cerveja pra comemorar (ou tomamos?)

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Já que futebol e o Ombudsman vieram à tona, lembrei também que é um blog diversificado. Um tricolor – que nunca aparece, nem quando o Fluzão ganha do Palmeiras, um flamenguista – chato quando o Mengão ganha, calado quando o Menguinho perde, uma palmeirense que torce pro Bahia e pro Botafogo (haja diversidade) e o ilustre corinthiano de volta à primeira divisão.

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E Bodão, cadê tu desdentado? Já podemos marcar uma cerveja ou ainda está nos antibióticos?

domingo, 26 de outubro de 2008

o rio de gabeira...

...elegeu a velha direita. nada de novo.

meus palpites deram empate. dois certos e dois errados. em sampa, errei: deu kassab. em salvador também: deu joão henrique. no rio e em bh acertei: eduardo 'paz' e lacerda, respectivamente. no fim, quem sai forte e sorridente do segundo turno é a corja tucana. o psdb fez sampa e bh. no rio, ainda que eduardo tenha contado com o apoio do pt, não se pode esquecer que ele é antigo secretário geral tucano que trocou de partido para ser abençoado pelo governandor - a destreza de eduardo paes para mudar de lado pode assombrar cabral em 2010. a conferir.

salvador é outra história. lá é gedel vieira lima, mafioso e matador, querendo assumir o papel de coronel. reelegeu seu prefeito e vem com tudo para o governo em 2010. um dos poucos estados em que a aliança pmdb + pt não dá frutos. e o cara é ministro de estado. política no nordeste é assim mesmo, passos lentos e curtos para mudanças mais lentas e curtas ainda. assim mesmo, o 'cabeça branca' já não apita naquela capitania: é um passo.

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mário augusto jakobskind:

"Gabeira e Paes, vale sempre repetir, retratam exatamente a decadência de uma cidade que algum dia representou a vanguarda política e cultural deste continente chamado Brasil. Pobre Rio de Janeiro.
(...)
Por estas e outras, não mencionadas, o candidato zero zero é realmente a melhor opção. Certamente será muito bem votado. Quem viver, verá".


eu votei 69. zero zero me lembra linguagem binária e não gosto.

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fui no maracanã ver o palmeiras abrir as pernas para o fluminense. decepção como poucas. nunca tinha ido a um jogo do meu alviverde. coisas do amor... nada muda, mas o coração aperta - principalmente porque tudo caminha para que tenhamos um hexacampeão (isso mesmo, um daqueles dois times que não gosto de dizer o nome: a elite paulista ou os cariocas hegemônicos).


* perdoem-me, mas sem paciência para letras maiúsculas

** aqui do lado tem um link que coloquei semana passada para uma pesquisa chamada 'os donod da mídia': vale a pena ver


*** postei duas vezes seguidas: abri uma exceção. capilo e bode: aguardo vocês

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

êêê

rapaz, funcionou! post de capilo e bodão numa tacada só. aqui agora é assim: ou escreve todo mundo (menos faveleiro, porque a gente nem sabe se está vivo) ou não escreve ninguém.

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os comentários dos meus companheiros só demonstram como eles me entendem: capilo falando de charme e bodão de tpm. sublime é o prazer de ter homens sensíveis ao seu redor. meninas, morram de inveja.

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agora que já passou e bodão mandou ele tomar no cú de forma muito educada, devo dizer que o alan brado me irritou. mas ok né? cada um fala o que quer e é isso aí. viva a anarquia. não respondi, porque irritada baixaria por demais o nível da discussão, não ia ser muito legal, além de desrespeitoso com os outros leitores que visitam esse blog. para a ignorância, a estupidez e o anonimato, só a indiferença - e risadas no bar.

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Texto do Gilson Caroni em Carta Maior. Vou votar nulo. Decidido.


Para Dani Tristão, que conheceu a ferocidade dos bronzeados que pontificam na orla, e não desistiu da militância.

Em processos eleitorais há quem veja determinadas posturas e discursos como expressões de coerência e determinação, quando o mais correto seria falar em oportunismo político com base social objetiva. São múltiplas as significações da candidatura Gabeira e da “onda verde" nas eleições municipais do Rio de Janeiro, mas a mais expressiva de todas aponta para uma parcela da classe média em permanente crise de identidade.

Um estrato que se enxerga como inovador no trabalho, nas manifestações artísticas e na política, mas como nenhum outro representa a cultura da submissão ao poder e de intolerância a quem não partilha sua cultura de classe.

Esconde seu conservadorismo autoritário empunhando bandeiras que vão da liberação sexual a movimentos ecológicos e descriminalização de usuários de drogas, mas, quando confrontada com perda de privilégios, não hesita em expressar a verdadeira face ideológica: aquela que revela seu caráter histórico submisso e seu velho hábito de festejar formas de poder que recusam a cidadania, não distinguindo o público do privado.

É dessa tensa dialética entre ideal do eu e sua verdadeira subjetividade que nasce a identidade entre a classe média carioca e Fernando Gabeira. Ambos sabem que não são como se apresentam, mas não podem viver sem a auto-imagem construída por meio de omissões espertas.

Precisam repetir como mantra: ”Somos éticos, progressistas e democratas". E se a realidade não confirmar nada disso, não haverá problema. Pois tal como na letra de Adriana Calcanhotto, “cariocas são modernos/cariocas são espertos/ cariocas são diretos/ cariocas não gostam de dias nublados”.

Se há quem diga que a passagem de Gabeira pela luta armada “teve a marca da imaginação", não há motivos para não destacar que ela só foi pródiga no seu primeiro sucesso memorialístico: "O que é isso companheiro?"

Se a narrativa não o apresenta como figura central, as interpretações posteriores, que lhe deram um protagonismo que nunca teve, nunca foram desmentidas pelo autor. Pra quê? Mais importante que o fato é a versão.

De fato, jamais sustentou ter sido o autor do texto - manifesto que jornais, rádios e TVs foram obrigados a tornar público, mas nem pensou em desautorizar os que lhe conferiram uma autoria indevida. Isso é de conhecimento dos freqüentadores do Jobi, bar de boa qualidade do Leblon, onde entre cenas de canibalismo, a nata bronzeada da sociedade carioca celebra seu socialismo de salão. Afinal, “cariocas são atentos/ cariocas são tão claros/ cariocas não gostam de dias fechados”.

Como destaca Alfredo Sirkis, em entrevista a Mário Augusto, pesquisador da Unicamp, "foi ele que contou a história e ficou com a notoriedade, ficou como referência daquela geração com idéias que não correspondem às deles". Nada mais justo. Uma discreta apropriação indébita não é pecado capital para "os inocentes da orla carioca"

As especulações sobre sua sexualidade não foram desmentidas por conta de uma estratégia efetiva de trazer a intolerância sexual para o debate político, mas, como revela Sirkis, por um cálculo erótico prosaico. "O que acontecia naquela época era que... estava na moda ser bissexual! Inclusive, dava prestígio entre as mulheres você dizer que era bissexual".

Foi assim, prezado leitor, que Gabeira se tornou o primeiro heterossexual enrustido do Ocidente. Mais uma vez se comprova que “cariocas são bonitos/ cariocas são sacanas/ cariocas são dourados”... e adoram o arbítrio de uma falsa narrativa que os fazem parecer mais "modernos" do que são.

Gabeira não tem sido diferente na campanha. Usa imagens do dia em que mandou o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, calar a boca, como se tivesse vencido uma batalha que não travou. O mesmo com as cenas em que, aos trancos, entra na Sessão do Senado onde se votava a cassação de Renan Calheiros. São ações que não ultrapassaram o marco do espetáculo, mas que se encaixam bem no acordo tácito com suas bases.

Os canibais do Jobi precisam se sentir desassombrados e importantes. Sabem que Gabeira é uma construção farsesca, mas isso pouco conta. Eles, em busca de suas ilusões perdidas, também são.

Redivivo, Lacerda vê com satisfação o PV assumir, enfim, o seu destino histórico: ser a tanga de crochê que faltava à direita carioca.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

várias

bom, pra começar fiquei pensando no que poderia escrever para o tal Alan Brado, comentarista anônimo inspirado numa piada do Romário, do Bussunda ou num programa do Casseta e Planeta com a participação do baixinho, não lembro. Boa piada, aliás. Mas...

pensei em não dizer nada, visto que sua agressividade foi direcionada para outra postagem e porque as pessoas tem mesmo o direito de falar o que quiserem, o que pensam ou deixam de pensar. Mas achei o tom muito agressivo.

fiquei dias pensando em como responder sem baixar o nível... pensei ainda em construir argumentos e divagações sobre suas colocações malcriadas... mas não deu... é difícil conversar com um texto que fala das pessoas a partir de rótulos... deve ser jornalista, daqueles que nunca entram em campo e ficam no alambrado atrás de um anonimato engraçadinho pra fazer troça do que os outros pensam e mostram.

bem... desisto do nível...

Alan Brado... VAI TOMAR NO CU!!!!!!!!

do Cheirador (totalmente careta no momento)


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Por falar em jornalistas rabugentos, essa cobertura do caso em Santo André, pelo amor de Deus. Não sei como as pessoas não tem vergonha de se aproveitar tão cruel e desladavamente da dor alheia.

Quando penso nos jornalistas, em sua maioria evidente, com óbvias exceções (será??rsrsrs!!) lembro do Abutre do Pica Pau, olhando para o pássaro e vendo um galetinho no espeto...

Triste... Patético...

E mais patético ainda é encontrar rodinhas de pessoas iradas, inconformadas, discutindo os rumos da história... demoro até um pouco pra entender do que estão falando...

Não quero dizer com isso que o assunto não seja importante, que não deva ser investigado minuciosamente, que a imprensa não deva cobrir o caso... não... mas daí a transformá-lo em show, é foda.

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Estou às voltas com uma série de pequenos transtornos e afazeres... tirei um ciso, estou com a cara um pouco torta (e sóbrio, veja só), recebi um cheque sem fundo que foi devolvido e estou, nas brechas do trabalho, escrevendo um samba para o Gentileza, enredo de um bloco de carnaval (Mão de Lata) que uma parte da galera do meu grupo (Arranca Rabo) organiza.

aliás, acho engraçado essa coisa do Gentileza estar tão na moda. Quando vivo era constante motivo de chacota, cobriram com tinta cinza seus escritos querendo apagar de vez aquilo que aos olhos de parcela da população é um lixo. Parcela da população que, aliás, é um lixo.

Mas tudo bem... eu acredito na reciclagem... assim como na reutilização e redução do consumo...

Só acho engraçado essa coisa do Gentileza porque, apesar do que dizia, o danado, longe das câmeras, no dia a dia da Presidente Vargas, Avenida Brasil, Leopoldina, era brabo que só vendo, moralista para cacete... E odiava o carnaval...

mas, como a festa de Baco não tem que fazer sentido mesmo, e alegria de folião não se explica, tô fazendo o samba. Até porque, de modo geral, gosto da figura do Profeta Gentileza.

Quando o samba ficar pronto eu posto aqui.

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Pergunta para os universitários: a postagem no blog serve como prova para direitos autorais????

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Gentileza gera gentileza, dizia o profeta...

Mas, definitivamente, eu não nasci pra cristo...

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Alan Brado, VAI TOMAR NO CU!!!!!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

a volta de quem nem foi

Tenho que confessar que estou ausente por essas bandas de cá. Nem por lá, como o Faber disse, tenho bebido muito. Nem vou mentir, não é por conta do trabalho nem da bendita dissertação, que acredito, vai cair do céu dum dia pro outro (tenho rezado todo, tou pensando até em ir na missa no domingo. Domingo não, um outro dia aí)

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Pra acalmar a Clê (ela adora ser chamada de Clê), amanhã, sem falta, devolvo são e salvo a “Crônica de um amor louco – parte I”, do Bukowski, que peguei emprestado, não terminei de ler, mas pela cobrança, vou devolver de qualquer maneira. E nem adianta falar que não precisa mais agora...

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Falando em livro, fiz umas aquisições via sebos brasileiros – eu sei que deveria estar preocupado em ler o que tem relação com minha dissertação, mas preciso relaxar antes de começar – de algumas obras que estão me agradando. Leio um pedacinho de cada por dia, uns mais outros menos. Mas todos, invariavelmente, dão vontade de ir pro bar e conversar. Dissertação que é bom (?) nada. Alguns, pra não ficarem na curiosidade: Meu lar é o botequim, do Edu; Matem o cantor e chamem o garçom, do Fausto; O encontro marcado, do Sabino (esse foi presente de aniversário); Botequim de bêbado tem dono, do Moacyr, com ilustrações do Chico; e uma leva do Aldir – Porta de tinturaria, Brasil passado a sujo e Rua dos Artistas e arredores.

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Luiz Carlos da Vila morreu ontem. Não a vila do Aldir, a Isabel, mas a Vila da Penha. “Luiz Carlos da Vila fez - como poucos compositores fizeram, dentro ou fora do universo do samba - a festa da raça negra. Com justificado orgulho, ele exaltou em muitas músicas a negritude e a mistura de raças que tinge o Brasil com as cores da miscigenação”, escreveu em seu blog o jornalista Mauro Ferreira. Deve estar agora bem acompanhado. A Clementina – de Valença – deve ter dado a ele as boas vindas no bar.

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Domingão tem feijoada em Valença. Bodão bem que podia aparecer pra tocar um samba por lá e conhecer a terrinha. Ou pelo menos dar as caras por aqui... Desde o aniversário do cajibrina que não o encontro. Me deixou lá no bar e sumiu o danado...

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Uni, du, ni, tê... Meu lar é o botequim ganhou. Vou ler e tentar dormir, que amanhã tem mais trabalho que o desejado.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

o último de muitos: algumas coisas e o poetinha

Eu tava querendo escrever sobre o espetáculo que foi o lance do seqüestro lá em São Paulo. Assustador. Mas o assunto foi tão massacrado que não suporto mais. No almoço de família, hoje, foi o tema. Eu tentei mudar o rumo da prosa, falando de carne do sol e colocando Leonardo pra tocar no rádio. Adiantou nada. Aí coloquei Chico mesmo, e sentei só com minha cerveja e o jornal. Além do mais, procurei meu livro sobre o espetáculo, do Debord, pra ver se dava uma inspirada e não achei. Emprestei pra alguém que não me lembro. Fiquei pensando nesse lance de livros e tentei listar os que não estão aqui. São 9, que me lembre. Tomara que um dia voltem. Os que me lembro a quem emprestei, vou começar a cobrar. Viu, Capilo?

Bom, aí assisti o debate do Paes e do Gabeira na Record agora à noite. Deu vontade de escrever também. Eduardo Paes é um babaca. Gabeira é melhor de retórica. Aproveita também, claro, da experiência que tem e deita e rola no populismo pueril do Paes – tipo essa história das 40 UPAs. Mas o debate e a campanha em si têm sido algo tão esdrúxulo que desanima. Desanimei.

E daí que não tinha nada pra escrever. Mas decidi que ia escrever mesmo assim, porque tinha uma coisa pra dizer, que estou querendo dizer há um tempo – mesmo sabendo que a repercussão deste post pode não ser a esperada. Vamos a ela.

Este blog nasceu da iniciativa de nosso estimado Bodão. E depois de um tempo, tornou-se casa de mais 3 amigos seus, eu inclusive. Faveleiro logo deu o cano. Depois, rolava um protesto, o danado reclamava do controle ditatorial do Bode. Eis que um dia, Faveleiro retornou, e deu-se a abertura democrática nestas terras do capeta. Fato é que o retorno do favelado não durou nem um mês. Sumiu de novo. Ele agora só aparece pra cerveja de vez em quando, trazendo consigo revistas playboy na mochila. No rastro de Faveleiro, os outros dois foram desertando com o tempo também.

Pois bem, mas este é um blog coletivo e só assim sua existência faz sentido. Para falar só, arrumo um caixote e um megafone, dá mais público.

Assim sendo, informo aos raros e pacientes leitores, e aos outros editores dessa joça, que neste espaço, só retorno acompanhada dos meus diletos parceiros de pasquim. Ou vai, ou racha.

E tenho dito.

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Para não perder o hábito, uma musiquinha. E pra quebrar o climão também, claro.

Hoje, se o capitão do mato Vinícius de Moraes, poeta e diplomata, estivesse vivo, estaria completando 95 anos. É dos meus compositores favoritos.

Saravá
A benção Vinícius, “o branco mais preto do Brasil, filho de Xangô”...



Se não tivesse o amor
Se não tivesse essa dor
E se não tivesse o sofrer
E se não tivesse o chorar
Melhor era tudo se acabar
...

Vai, vai, vai, vai amar
Vai, vai, vai, vai sofrer
Vai, vai, vai, vai chorar
Vai, vai, vai, vai dizer


* Roubei do blog do Nassif, o vídeo foi postado lá. E aqui, ele é postado tendo um tal capoeira chamado 'Covinha' em mente, porque adora essa canção, porque é 'homem de bem' e 'capoeira que não cai'.

domingo, 19 de outubro de 2008

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

praia de rico é diversão de pobre

" O supérfluo se mede pela necessidade dos outros."
Papa João XXIII





Lembro-me que em um dos muitos bons papos entre Bodão, Capilo e eu, falávamos sobre diferença de classe. E Bodão dizia que uma das conclusões de Marx que ele ainda tomava em conta era a noção de classe, apesar de não ser marxista. Segundo o Bode, a idéia de classe é absolutamente notável no dia-a-dia, no comportamento das pessoas, na forma como sua condição material interfere diretamente nos seus hábitos e na sua maneira de se colocar no mundo (corrija-me, Bodão, se exagerei ou omiti algo – na conversa tinha cerveja, claro, meu relato sofre essa influência).

Esse papo me veio à mente hoje de manhã. Eu saí de casa por volta de umas 10h para ir à praia. Gosto de ir numa praia fechada que tem no finalzinho da Urca. É vazia, pequena, tranqüila e limpa. Saí de casa e fui ao encontro do 107. Me surpreendi ao ver como naquele horário o ônibus ainda estava cheio. Daí, lembrei que hoje é feriado nas escolas. O que explicava a super lotação de crianças e suas mães com roupa de banho.

Para quem não conhece, ali na Urca tem uma praia perto do Cassino. Vive cheia. Mas, geralmente, não é freqüentada por moradores da região. Isso é fácil de notar e não tenho pudor nenhum em falar aqui. Dá pra ver que a galera que freqüenta a praia é uma maioria negra (não é a coisa mais comum do mundo você ver um morador negro na Urca – é um bairro caro); também não precisa de muita sagacidade para observar os hábitos das pessoas que são diferentes do perfil da meninada zona sul que desce pra fumar um baseado em frente à Gárcia D’Avila (arrisco-me aqui a ouvir os brados de ‘preconceituosa’ – resigno-me sabendo que estou sendo sincera); ou ainda a quase completa ausência de ambulantes, sendo que mesmo na praia que vou, que é fechada, sempre tem um – que vende um picolé pelo preço de um PF, R$ 2,00. Tudo isso, pra dizer que quem vai à praia por ali, sabe que essa praia é freqüentada por uma galera que vem da Zona Norte, Oeste, subúrbio ou seja lá qual for o território daqueles que estão na base da pirâmide.

Pois bem, estou eu lá no ônibus, em pé e ouvindo a gritaria das crianças. Eis que no ponto seguinte entram duas senhoritas bem distintas. Pele clara e lisinha, cabelos igualmente lisos, saltos, bolsas e demais apetrechos que o cartão de crédito do pai pode pagar. Nem eram tão novas, carinha de 25 anos. Viagem segue, trânsito em Botafogo, todo mundo no ônibus reclamando. Normal. Na parada da praia quase todo mundo desce. Perto de mim, ficaram apenas as duas senhoritas.

Quando a última criança nem tinha acabado de descer ainda, rumei para sentar em um banco e elas rumaram para um em frente ao meu. Antes mesmo de sentar, uma vira pra outra:

- Como se não bastasse o calor, ainda ter que pegar ônibus cheio é dose.

- Cheio não é o problema. O problema é cheio do quê. Parecia noite no ônibus.

Risos

- Essa praia é o que destrói a Urca. Vive cheio de pobre, não adianta ter apenas uma linha de ônibus que ligue o centro aqui (sic), porque eles vêm de qualquer jeito. Essa praia é nojenta.

Isso é normal, eu sei. Super comum. Conheço uma dezena de pessoas que diriam o mesmo. Mas na boa, assim na lata, dá vontade de fazer engolir o salto; de enforcar com o colarzinho de cristal; de afogar numa banheira de cremes; de assar com o secador e a chapinha. Dá muita vontade. Sorte das meninas que passa.

Quando em disserem que classe não existe mais. Quando me disserem que vivemos um tempo de ‘diversidade’, ‘pluralidade’ e que não é mais a condição econômica que determina nada, depois de mandar tomar no cú, eu vou recomendar pegar o 107 em dia de feriado. É prova empírica de que a noção de classe social é mais atual do que nunca.

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A campanha política para o segundo turno renderia bons posts. Mas ando com preguiça. Além do que, essa pressão de ter que escolher entre dois candidatos tucanos tem me incomodado. Não gosto de anular voto. Acho que a saída vai ser simplesmente ignorar a eleição, passar meu domingo ali no meu chop na esquina com as tias e vovó, e depois pagar R$ 3,50 para a União por não ter exercido ‘a minha cidadania’.

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Acabou o verão carioca. Agora começa a quinta estação: o inferno.

sábado, 11 de outubro de 2008

o blog do mino...

... voltou! ótima leitura.

http://www.blogdomino.com.br/

Chamavam-o Cartola por usar um chapéu côco para se proteger do sol quando ainda trabalhava de pedreiro. Fundou a Mangueira, dando-lhe as cores verde e rosa com base nas cores do seu time de coração, o Fluminense. Fala melosa, entonação perfeita, gosto musical apurado e não negava sua preferência pelo samba-canção. Finalmente, a poesia é de causar inveja àqueles que passaram a vida entre os livros.

Do pedreiro cantor e lavador de carros, que hoje faria 100 anos, escolhi duas canções. A primeira não é das mais conhecidas, é uma parceria com Carlos Cachaça - também brilhante -, tem uma cuíca nervosa na melodia e uma letra que eu amo. Chama-se "Não quero mais amar a ninguém". A segunda também é uma parceria com Cachaça e Hermínio Bello de Carvalho. Dizem que Carlos Cachaça saía do bar com Cartola, descendo o morro ao amanhecer. O Cachaça, então, o desafiou a fazer uns versos, já que era poeta. Ao que Cartola respondeu: alvorada no morro é uma beleza, ninguém chora não há tristeza. É o que conta a lenda, pelo menos...

Divirtam-se...




quinta-feira, 9 de outubro de 2008

em tratamento, rumo às ilhas mauricio


A tristeza me recobre
E mando a cerveja goela abaixo
Peço uma bebida forte
Rápido
Para adquirir a garra e o amor de
Continuar!

Bukowski, claro.

domingo, 5 de outubro de 2008

algumas considerações

1. sobre as eleições:

- O segundo turno no Rio não é nada mais nem menos do que a materialização do conservadorismo carioca, que de dois em dois anos se expressa de forma cretina, desde Carlos Lacerda. Ôh, pessoalzinho que vota mal...

- Será também um segundo turno histórico. Eu diria que uma releitura pós-moderna neoconcreta da segunda guerra: é o fascismo do PMDB que há um tempo mata, digo, governa o Rio; contra o neoliberalismo ambientalista-pop que resulta da aliança escrota de um partido que se denomina verde com a corja tucana. O segundo turno dirá se nosso destino é zoológico ou cemitério. Nem sei o que eu prefiro. Mas me tranquilizo pensando que sempre podia ser pior: Renato Gaúcho poderia ser prefeito (duvido nada).

- E de novo, o baiano, orgulho desta terra brasilis, mostra como é que se faz e lima o ACM Neto do segundo turno. Isso porque o filho duma égua era líder nas pesquisas. Igualzinho aconteceu com o Paulo Souto (pupilo de ACM) nas eleições para governador. Apenas um simples, desapercebido e modesto detalhe que mostra como pesquisas não são confiáveis, assim como as notícias que a mídia gorda produz a partir dela. A Bahia é vanguarda e tenho dito!

- De resto, olho no segundo turno e na totalização dos votos, sobretudo no interior. Momento decisivo para as tragédias que estão por vim: Serra presidente em 2010 depois de degolar o Aécio que vendeu a mãe para ter o direito a se candidatar; Cabral presidenciável e Beltrame chefe da polícia federal (eu peço exílio no Sudão, lá vai ser mais seguro); Dilma sem-carisma Roussef e sua benção lulista brigando para não largar o osso. Esse país me embrulha o estômago.

- Palpites para o segundo turno: Eduardo Paes (PMDB) no Rio; Marta (PT) em Sampa; Walter Pinheiro (PT) em Salvador e Lacerda (PSB) em Belo Horizonte.

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2. sobre o festival do rio:

- Não vi muita coisa. Mas o que vi não gostei.

- Há boas expectativas para essa semana que vai começar. Oremos para que eu acerte na escolha dos filmes.

- O cinema do shopping da Gávea não é bom, a sala fica clara demais, a acústica da sala 1 é um lixo, o capuccino é ruim e as cadeiras não dão uma inclinadinha na medida certa.

- Saudades do Paissandu. Dava pra ir de chinelão com a camisa do pijama por debaixo do moleton.

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3. sobre frivolidades:

- Tava vendo Danilo Caimy na TV. Gosto dele. Ele compôs Andança. Mas assim, ele falando que a voz parece com a do pai, num dá. Ele é bem fraco perto do pai. Nem precisa entender de música pra ver. Fiquei imaginando que deve ser ruim ser filho do Dorival, ser cantor e não cantar como o Dorival. Porque ele nunca vai ser Danilo Caimy. Vai ser o filho do Dorival que é autor de Maracangalha, e insiste em cantar.

- Nessas horas vejo como tive sorte com meu pai (o biológico). Ele não me causa esse tipo de problema.

- Abri a página do G1 pra procurar números da votação para vereador no Rio, porque não achei no Uol. Aí quando você abre a página, na barra fica escrito assim: Absolutamente tudo sobre esportes, notícias, entretenimento e vídeos. Depois de um ataque de risos, lembrei porque tenho nojo do jornalismo. Eu reescreveria assim: ABSOLUTAMENTE, mas ABSOLUTAMENTE mesmo, tudo o que você precisa saber para ser um desinformado conformado. Ia ficar bem melhor.

- E sabe o cara do post da Doralice? O suicida apaixonado? Pois é, se matou. A pessoa é para o que nasce mesmo, já dizia Eduardo Coutinho. Tomou Bacardi com Naftalina.


* clementina está de mudança para as Ilhas Maurício (passagem só de ida) e anda intrigada embalando seus pertences. Ela parte qualquer dia desses e escreveu isso ao som de Waldick Soriano e Francisco Alves.

sábado, 4 de outubro de 2008

sem sono

num tem nada a ver com o blog, eu sei. mas eh um blog de devaneios. e desvarios. então foda-se. tirei daqui ó: http://resolviescrever2.blogspot.com/


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here’s the rule: remove one question from below and add in your personal question, make it a total of 20 questions, then tag eight people in your list, list them out at the end of this post. notify them in their chat box that he/she has been tagged. whoever does the tag will have blessings from all.


1. At what age do you wish to marry?
acho que não vai rolar

2. What color do you like most?
vermelho

3. Where is the place that you want to go the most?
(ai que coisa chata, na terceira pergunta já voltou o sono) - uma praia qualquer aí com cerveja e pouca gente. salvador, talvez. la paz também.

4. Which part of you that you hate the most?
pés

5. When you encounter a sad moment, what would you do?
bebo, dou murros na parede e como

6. What are you afraid to lose the most?
razão

7. If you win $1 million, what would you do?
bares, livros, ajudaria amigos e viajaria

8. If you meet someone that you love, would you confess to him/her? Or would you keep it to yourself and observe from afar?
eu confesso, sempre

9. List out 3 good points of the person who tagged you.
sabe escutar
escreve bem
é engraçada

10. Given the chance to meet a popular person, who’d that be (living or dead)?
odeio gente famosa

11. Till now, what is the moment that you regret the most?
depois de amanhã

12. Which type of person do you hate the most?
egoístas e de direita

13. What is your ambition?
um mundo sem desigualdade

14. Have you been into a difficult lovelife situation?
eu e todo mundo

15. If you had one wish what would you wish for?
agora? assim na lata? milkshake de ovomaltine

16. How would you celebrate new year?
uns amigos, umas cervejas e um balanço do ano que passou

17. Name one of your body part your hubby or boyfriend tells you he adores.
os seios fartos

18. What is your new year’s resolution?
escrever uma dissertação

19. Candidato a prefeito para domingo?
jandirão - 65

20. Uma piada babaca.
Eu tinha um pintinho que se chamava Relam. Toda vez que chovia, Relam Piava

hai-kai (ainda)

que tudo se foda
-disse ela,
e se fudeu toda


leminski

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tudo segue numa boa
só lamento, eu
não estou na proa