segunda-feira, 20 de outubro de 2008

o último de muitos: algumas coisas e o poetinha

Eu tava querendo escrever sobre o espetáculo que foi o lance do seqüestro lá em São Paulo. Assustador. Mas o assunto foi tão massacrado que não suporto mais. No almoço de família, hoje, foi o tema. Eu tentei mudar o rumo da prosa, falando de carne do sol e colocando Leonardo pra tocar no rádio. Adiantou nada. Aí coloquei Chico mesmo, e sentei só com minha cerveja e o jornal. Além do mais, procurei meu livro sobre o espetáculo, do Debord, pra ver se dava uma inspirada e não achei. Emprestei pra alguém que não me lembro. Fiquei pensando nesse lance de livros e tentei listar os que não estão aqui. São 9, que me lembre. Tomara que um dia voltem. Os que me lembro a quem emprestei, vou começar a cobrar. Viu, Capilo?

Bom, aí assisti o debate do Paes e do Gabeira na Record agora à noite. Deu vontade de escrever também. Eduardo Paes é um babaca. Gabeira é melhor de retórica. Aproveita também, claro, da experiência que tem e deita e rola no populismo pueril do Paes – tipo essa história das 40 UPAs. Mas o debate e a campanha em si têm sido algo tão esdrúxulo que desanima. Desanimei.

E daí que não tinha nada pra escrever. Mas decidi que ia escrever mesmo assim, porque tinha uma coisa pra dizer, que estou querendo dizer há um tempo – mesmo sabendo que a repercussão deste post pode não ser a esperada. Vamos a ela.

Este blog nasceu da iniciativa de nosso estimado Bodão. E depois de um tempo, tornou-se casa de mais 3 amigos seus, eu inclusive. Faveleiro logo deu o cano. Depois, rolava um protesto, o danado reclamava do controle ditatorial do Bode. Eis que um dia, Faveleiro retornou, e deu-se a abertura democrática nestas terras do capeta. Fato é que o retorno do favelado não durou nem um mês. Sumiu de novo. Ele agora só aparece pra cerveja de vez em quando, trazendo consigo revistas playboy na mochila. No rastro de Faveleiro, os outros dois foram desertando com o tempo também.

Pois bem, mas este é um blog coletivo e só assim sua existência faz sentido. Para falar só, arrumo um caixote e um megafone, dá mais público.

Assim sendo, informo aos raros e pacientes leitores, e aos outros editores dessa joça, que neste espaço, só retorno acompanhada dos meus diletos parceiros de pasquim. Ou vai, ou racha.

E tenho dito.

________

Para não perder o hábito, uma musiquinha. E pra quebrar o climão também, claro.

Hoje, se o capitão do mato Vinícius de Moraes, poeta e diplomata, estivesse vivo, estaria completando 95 anos. É dos meus compositores favoritos.

Saravá
A benção Vinícius, “o branco mais preto do Brasil, filho de Xangô”...



Se não tivesse o amor
Se não tivesse essa dor
E se não tivesse o sofrer
E se não tivesse o chorar
Melhor era tudo se acabar
...

Vai, vai, vai, vai amar
Vai, vai, vai, vai sofrer
Vai, vai, vai, vai chorar
Vai, vai, vai, vai dizer


* Roubei do blog do Nassif, o vídeo foi postado lá. E aqui, ele é postado tendo um tal capoeira chamado 'Covinha' em mente, porque adora essa canção, porque é 'homem de bem' e 'capoeira que não cai'.

7 comentários:

Faber disse...

capilo dedica mais tempo ao seu projeto individual que ao coletivo. os demais dedicam seu tempo sabe-se lá pra quê. será que não é hora de partir pro vôo solo?

torço para que o grupo retorne, mas, sabe como é, né...rpm, the police, spice girls, mutantes ou qq outra tentativa de 'olha nós aqui outra vez' não deu muito certo.

Clementina disse...

faber, a solidão não me agrada!!

Faber disse...

e por puro egoísmo a senhorita vai deixar um monte de leitores órfãos, é isso???

Vitor Castro disse...

vou postar qualquer baboseira aqui, e depois disso ela volta...
(deve estar angustiada, cheia de coisa pra postar, e fica fazendo charme)

Clementina disse...

capilo sempre sensível e delicado!!

Suzana disse...

HAHAHAHAHA

mas esse capoeira covinha tem muito bom gosto. simpatizo com a canção...
alias, me lembrei de vc nesse fds: estava eu tentando dormir numa trindade inundada, tipo por volta das 7h da manhã, depois de uma noite de mta cana. aí, chegou uma paulistada pra casa ao lado (ôh raça.) e ao invéz de eles descansarem ou, sei lá, colocarem as roupas de banho pra estarem pronto pra quando o sol saísse... não! resolveram ter aquela mania irritante de quem toca violão de achar que agrada todo mundo ao redor só por causa de uma meia dúzia de acordes mal-tocados.
daí que eles começaram a tocar "capoeirá-rá-rá-rá", e eu me lembrei de vc.

e, claro, pensei que estou pagando meus pecados com relação ao tema. o mundo conspira pra que eu não relaxe um minuto sequer. eu viajo, é capoeira. eu vou pro samba, é berimbau. eu vou nadar, é uma criancinha de abadá... misericórdia.

outra: se tem algum livro seu comigo, que pena... eu não devolvo mesmo. sou a favor da livre propagação da cultura. o que era seu, hoje é meu, um dia será de alguém.

Suzana disse...

invéz é com s.
max eu conkixtei minha lissenssa poética.