Chamavam-o Cartola por usar um chapéu côco para se proteger do sol quando ainda trabalhava de pedreiro. Fundou a Mangueira, dando-lhe as cores verde e rosa com base nas cores do seu time de coração, o Fluminense. Fala melosa, entonação perfeita, gosto musical apurado e não negava sua preferência pelo samba-canção. Finalmente, a poesia é de causar inveja àqueles que passaram a vida entre os livros.
Do pedreiro cantor e lavador de carros, que hoje faria 100 anos, escolhi duas canções. A primeira não é das mais conhecidas, é uma parceria com Carlos Cachaça - também brilhante -, tem uma cuíca nervosa na melodia e uma letra que eu amo. Chama-se "Não quero mais amar a ninguém". A segunda também é uma parceria com Cachaça e Hermínio Bello de Carvalho. Dizem que Carlos Cachaça saía do bar com Cartola, descendo o morro ao amanhecer. O Cachaça, então, o desafiou a fazer uns versos, já que era poeta. Ao que Cartola respondeu: alvorada no morro é uma beleza, ninguém chora não há tristeza. É o que conta a lenda, pelo menos...
Divirtam-se...
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