Fui ao Leblon ontem visitar um amigo e, como sempre, dividir com ele boas risadas, bom papo, café com açúcar mascavo, boa música e sanduíche de pão integral com tomate e queijo branco. Vou pouco ao Leblon, e na maioria das vezes, para visitar esse mesmo amigo. Então, quando penso no bairro, não imagino muita coisa além disso: boas risadas, bom papo, café com açúcar mascavo, boa música e sanduíche de pão integral com tomate e queijo branco.
Talvez por isso, toda vez que vou ao Leblon fico impressionada. É um lugar diferente do resto da cidade. Mas é um diferente, diferente. Penso, por exemplo, na Urca. A Urca é diferente do resto da cidade. Um bairro mais tranquilo, mais arborizado, quase nada de comércio, não tem muitas vias de entrada. Enfim, a Urca é meio oásis no caos carioca. Mas o Leblon não. O Leblon é o diferente no olho do furacão, o Leblon reproduz o caos, mas o faz diferente.
Cheguei no bairro um pouco antes do combinado com meu amigo. Resolvi fazer hora caminhando numa feira de livros que tá rolando na praça da Bartolomeu Mitre. No Leblon, as praças são espaços lotados de crianças, locais bonitos, bem cuidados. Achei um livro interessante. Não comprei. Porque na feira de livros usados do Leblon, o livro usado custa o preço de um novo.
Cansei da feira e fui num daqueles muitos locais aconchegantes, de mesinhas e cadeirinhas de madeira bem fofas, com carpete na calçada. Aliás, que calçadas. Minha gente, as calçadas do Leblon são tão largas, que os cafés e bares aconchegantes podem colocar um carpete nelas que ainda sobra espaço pro carrinho de bebê passar confortável sem incomodar os três seguranças do prédio ao lado. Haja calçada.
Sentei, então, numa das mesinhas fofas, pedi um café pelo preço de uma cerveja de garrafa nos bares da Zona Sul e um pão de queijo, no valor da quentinha que almoço aqui na Maré. Bom café, ótimo pão de queijo e aquele clima gostoso que só o Leblon tem: o segurança boa praça, os carrinhos de bebê passando, a velhinha simpática, e as crianças voltando da pracinha. Delícia de fim de tarde. Tão gostoso que me lembrei de uma música do Leandro Sapucahy com Marcelo D2, sorte que está na lista das tocadas ultimamente no celular...
Numa cidade muito longe,
Muito longe daqui
Que tem problemas que parecem
Os problemas daqui
Que têm favelas que parecem
As favelas daqui
Existem homens maus
Sem alma e sem coração
Existem homens da lei
Com determinação
Mas o momento é de caos
Porque a população
Na brincadeira sinistra
De polícia e ladrão
Não sabe ao certo quem é
Quem é herói ou vilão
No início da noite voltei pra minha cidade. A viagem é tão longa que só me dei conta que já tinha chagado nela quando vi o rapa dando dura em ambulantes
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Durante o cafezinho, escutei a conversa de dois desconhecidos que estavam na mesa ao lado. Escutei porque notei que estavam falando do Tricolinho, que perdeu na quarta pro Verdão.
- Fiquei sabendo que a Inter tá de olho no Fernando Henrique, rapaz.
- Ãhn? Só se for a Inter de Limeira - rindo.
- É sério. A Inter de Milão.
- Rapaz, o Fernando Henrique tem que dar graças a Deus se continuar nas Laranjeiras, porque ele nunca devia ter saído de Bauru.
Gostei do moço.
3 comentários:
Na minha primeira semana de férias já passei duas tardes na cidade, ops, no bairro do Leblon. É um negócio aquilo lá, né? Ai, ai... Mas sabe que pra mim, que morei no Méier a vida toda, o Flamengo é muito aprazível. O aterro, a paissandu, enfim...
E sobre o seu questionamento...um aluno me disse uma vez que o problema da violência no Leblon é que os pobres moram ali na Cruzada e acabam assaltando os ricos porque eles não podem ter o que os ricos tem. Em suma, pobre no lugar de pobre, rico no lugar de rico e tudo ficaria bem. Entao propus a ele: que tal então, se todos os ricos se mudassem para Rocha Miranda e o pessoal de lá viesse para o Leblon? Rico com rico, pobre com pobre. Resolvido, né? A resposta dele? Bem...ele achou que eu não devia ser tão radical! Ah...
o Leblon é o Projac
Realmente deve ser um cidade muito lonje daqui, eu por exemplo, não lembro de ja ter ir a esse cidade, mas já vi tapetes vermlhos em uma calçada em algum lugar do Rio. Devo ter ido ao Leblom e nem me dei conta.
Deve ser a cidade prometida
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