segunda-feira, 1 de junho de 2009

devaneios na tarde de springfield (I)

ando meio encucado com minhas postagens. a distância e a total ausência de comentários me fazem titubear e pensar se vale a pena gastar meu tempo elaborando essas postagens. É certo que por vezes os comentários sáo muito cruéis, você passa às vezes dias pensando em como abordar tal assunto, escolhendo as fotos, as falas, os ângulos e piadas e em cinco minutos um breve comentário faz todo seu esforço parecer em vão, seu texto um lixo e suas idéias idem.

por outro lado, faz bem criar esses textos, pensar as possíveis expressões dos outros ombudsman e dos possíveis leitores. eu mesmo, vaidoso que sou, fico lendo e relendo por horas e dias minhas postagens, achando um erro aqui, um deslize ali, uma boa sacada acolá. de qualquer forma, fica patente ainda como reler os seus próprios textos em dias diferentes lhe faz abrir novos sentidos que talvez nem existiam no momento de sua feitura e publicação... pois é, sentidos copulam e se reproduzem pela ação do tempo e do espaço...

pensei em escrever algo que aprofundasse o sentido da realidade, ou da idéia de real que eu pretendia lançar aqui para um colóquio virtual com a Clê ou quem quer que queira dialogar sobre...

mas, não vi sentido nisso aqui agora...

por outro lado, fiquei pensando em temas mais quentes que pudessem gerar mais comentários e possibilidades de interação com leitores, e tal... mas acho que também não daria certo...

nenhum problema com discussões virtuais, acho ótimo, mesmo quando o clima esquenta e a gente usa de acidez, sarcasmo e ironia, ou quando mando anônimos mal intencionados à merda literalmente, sinceramente eu gosto disso. não gosto muito quando descamba para acusações pessoais, ou psicanalismos e orientações de como eu devo agir - coisa que eu realmente não suporto - mas, faz parte também. antes uma reação ainda que negativa que o silêncio...


mas, já que nada resta além do silèncio, falo sozinho, então...

não quero escrever num blog autista, mas também não acho legal ficar me adequando tanto aos outros, mais do que as inconveniências do dia a dia me obrigam.

bom, todo esse blá blá blá inicial é pra dizer que a ausência de comentários me dá uma sensação de morte (do texto postado) e um gosto amargo, mas que eu já estou até me acostumando, apesar de ser uma merda. Gosto amargo com o qual pretendo introduzir o assunto chapa-branca que eu quero dividir aqui, apesar de não saber e desconfiar que tudo isso pouco importa.

na verdade essa postagem foi motivada por um pequeno incidente no almoço de ontem. estávamos eu e amana com duas amigas brasileiras que dormiram aqui em springfield por conta do aniversário da amana no sábado, uma pernambucana e uma carioca, ambas residindo e estudando em NY.

fomos almoçar em um restaurante tailandês muito bem recomendado pelas pessoas que moram aqui. chegando lá, nos deparamos com o maior cardápio que eu já vi na minha vida, páginas e páginas e fotos e nomes orientais com traduções em inglês e, como era de se esperar, demoramos para decidir o pedido.

nisso, veio uma porra de um(a) tailandes(a) com pinta de hermafrodita (buba) nos atender, perguntando pelos nossos pedidos. como ainda não havíamos escolhido o prato principal, pedimos um aperitivo e perguntamos se podia ser servido inicialmente.

pra quê... o (a) filho (a) da puta (da mãe dele) fez uma esgar de insatisfação, disse que não, que os pratos deveriam ser pedidos todos juntos como quem dá uma bronca, expirou impacientemente o ar que infelizmente ainda o (a) mantém vivo (a) e foi embora soltando fogo pelas ventas e jogando o bloquinho de pedidos no balcão ao fundo onde outro garçom oriental, visivelmente do sexo masculino, lhe perguntava o que houve e tentava disfarçar a conversa quando viu que nós estávamos observando a cena perplexos. depois de algumas considerações sobre comer e não dar gorjeta, e tal, puxei o bonde para outro restaurante, levantando e indo embora...

pois uma coisa é certa: comer é uma hora sagrada e qualquer incidente ou aborrecimento pode comprometer o gosto e o prazer da refeição. ainda mais uma merda daquela...

realmente, inacreditável.

não quero dizer que o infeliz deveria ser uma máquina e me atender independente do seu dia, de seu humores e tal, mas foi demais, muita grosseria, a casa nem estava cheia para tanta impaciência. meu dindim ele nunca verá a cor, até porque o que não faltam são opções e restaurantes orientais em NY.

aliás, tenho que dizer, existem coisas muito bacanas nos restaurantes daqui, como a prática de servir água de graça e o quanto voce quiser - ao que parece, fruto de uma política pública de combate a obesidade que obriga os restaurantes a fazerem essa gentileza. por outro lado, nos restaurantes americanos, principalmente, eles te impõe um ritmo frenético de rotatividade e ficam te pressionando para você pedir e comer e pedir a sobremesa e comer e pagar e ir embora para que outros sentem no seu lugar e consumam... horrivel. você acaba de comer e a conta vem sem que você tenha pedido.

não obstante esse evento, tenho aproveitado minha condição de turista, onde pagar caro faz parte do pacote, para conhecer algumas culinárias interessantes. afinal, aqui tem restaurantes de todas as nacionalidades possíveis...

já experimentei diversas cozinhas e sabores... faço abaixo um breve apanhado dessas pequenas aventuras gastronômicas...

etiópia - a comida tem um forte sabor picante e, pelo que vi consiste basicamente em imensos e finíssimos pães abertos tais como pães arabes com pastas variadas de legumes, carnes e tal. vêm tudo numa bandeja, sobre um desses pães e outras fatias a parte e se come com a mão. adorei o vinagrete deles e um molho com tiras de cenouras cozidas e vagem, bem bacana.

jamaica - peixes fritos e frutos do mar, muita fritura e pimenta em geral, muito apimentada mesmo... mas com mojitos e margueritas fica o bicho!!

grécia - show de bola, nem sei descrever direito. tem muita coisa de frutos do mar e umas tortas salgadas com temperos bem suaves. comi uma sobremesa sensacional, galaktobourecos, uma coisa assim, show. é uma massa de mil folhas com um recheiro cremosos como um pudim de baunilha, muito bom. e tem uma outra com nozes, amêndoas e mel que é foda também.

turquia - tomei uma sopa de lentilhas diferente, deliciosa e comi a melhor pasta de grão de bico (hummus, né?) da minha vida. meu pedido era um prato com umas kaftas, kebabs de carneiros com arroz, legumes e um molho meio picante, delicioso.

china - mermão. olha, a china vale um capitulo a parte que escreverei em breve, junto com todo o universo paralelo que é chinatown. quem ainda me lê, aguarde...

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no mais, o computador deu tilt e o teclado nao me obedece mais, o dia esta acabando e eu fiquei no computador desde que acordei e preciso dar uma volta. mais tarde eu posto algo mais interessante (ou nao).

2 comentários:

leitor desconhecio de são paulo disse...

Não ter comentários não significa não ter leitores.

Rodrigo Bodão disse...

verdade... mas esse silêncio todo me atordoa...
obrigado por rompê-lo leitor desconhecido de são paulo... lembrarei de vc nas próximas postagens...
penso bastante em sua cidade enquanto perambulo por NY...