Há uns dias eu voltava de madrugada de carona com um amigo e ele me perguntou alguma coisa (não lembro bem). Só sei que falei:
- Deixei meu casaco na porra do carro.
- Meu carro não é porra – respondeu ele de sacanagem.
Eu poderia ter explicado o sentido daquela ‘porra’ ali. Mas deu preguiça.
Lembrei dessa história porque, cara, uma das melhores coisas de vir ao nordeste é o ‘reencontro’ com o sotaque. Porra, rei, é fantástico.
Estou em Recife, desde ontem, até quinta. Pois bem, logo que cheguei já senti a parada. Vim batendo altos papos com o taxista do aeroporto até o hotel. Apesar da entonação ser diferente, os pernambucanos têm muita coisa parecida conosco. Mas o negócio ficou bom mesmo, quando encontrei meu anfitrião (vim a trabalho e esse cara ta me acompanhando): o danado é baiano. Baiano do bom, que não perde o sotaque.
Rapaz, eu me acabei hoje. Pense... ‘Porra, velho`; ‘Ó paí, rei’; ‘Rapaz, aí você me lenha’; ‘Poorrra, lá é Babilônia’; ‘Mas num vou nem cum a porra’; ‘Foi na barrada’; ‘Colé de merma?’; ‘Tá me tirando, velho?’
E outras tantas... o essencial é que estou usando porra como se fossem vírgulas e todo mundo acha normal. Dia desses explico pra vocês o sentido de cada porra falada pelo baiano. Agora não vai dar tempo porque tô indo pruma porra duma festa que chama ‘Terça Negra’: maractu e côco, com umas bebidinhas... hum! Quem gosta de samba e cerveja aqui?
*clementina acha uma sorte da porra ter nascido baiana e não pode reclamar do seu trabalho.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
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4 comentários:
olhe,e eu aqui tô é cuma inveja da porra docê aí... ói, eu num conheço lugar melhor no mundo...
na bahia me parece que nós tomamos consciência da translação... ou não, vice... oxxxxee...que viagem da porra!!
Aonde...
não é assim também não...
Não conheço ninguém aqui que fala "vice".
Volta pra cá, Clementina!
luise, só eu entendi o que quer dizer seu aonde!
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