terça-feira, 11 de novembro de 2008

O capeta está à solta

O mundo está em crise nessas últimas semanas. Eu estou em crise – financeira – há pelo menos seis meses. Ninguém deu importância. Mas era um prenúncio do que nos esperava. A única vantagem é que a crise não me afeta em nada (pelo menos até agora), porque já estava preparado para o pior. Pior mesmo se o pior ficar pior ainda. Mas de nada adianta ficar sofrendo por antecipação. Vou deixar pra me preocupar quando não tiver mais nenhum amigo que possa pagar a cerveja do dia.

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Tou pra escrever pra cá, e nada. Falta tempo, e quando paro – como agora – com a intenção de escrever, nada surge. Só que o trabalho cansa. Estou cansado num é de hoje. Tirei duas semanas de férias que pouco adiantou. Só serviram mesmo pra desorganizar meu relógio biológico e só conseguir dormir depois das quatro. Já estou voltando ao normal, tenho dormido antes das duas (quando estou em casa. No bar espero esvaziar e diminuir o burburinho pra cochilar na mesa).

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Única vantagem do trabalho é quando algo que se fez com gosto dá certo. Uma galera organizou um encontro de comunicação e Clê e eu entramos na parada. Ajudamos carregando uns pesos, lavando umas alfaces, participando de umas reuniões super chatas, mas o legal foi a interferência que deu pra fazer no evento. Articulamos umas pessoas legais pra falar e para se apresentarem. Melhor ainda foi levar um bando de jovens pro Alemão (a imensa maioria que nunca tinham entrado em uma favela, menos ainda lá, a favela “mais violenta do rio” segundo nossos (?) principais jornais).

Mas foram. Uns 40 cidadãos, interagiram, gostaram, e acho que dos que estiveram lá, a maioria discordaria do nobre João Ubaldo Ribeiro, autor de crônica preconceituosa e escrota publicada no dia seguinte ao encontro, no domingo último. Eu, que não leio jornal a um bom tempo – e o João Ubaldo há mais tempo ainda – não tive o desprazer de ler. Mas a Clê fez questão de mencionar aqui (inclusive a importância que ele tem para a literatura latinoamericana(!)).

Pensando bem, dá uma certa pena dele. Coitado, vai morrer (figa) sem entrar no Morro do Alemão (figa de novo).

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Clementina tá cheia de teorias. Primeiro veio com a de que “a gente é o que é” (óbvio?), que por mais que tente mudar, tem algo que está sempre ali. Em seguida a dos “ímãs” e a terceira do “tem que morrer antes de fazer merda”.

Mas tem coisas que dão pra melhorar né minha cara – não consigo viver sem acreditar nisso. To pensando aqui especificamente em preconceito, como esse do escritor internacionalmente relevante para a literatura citado acima. Não penso nele, que ele eu não levaria a lugar nenhum. Mas no povo que esteve no Alemão sábado, alguma coisa mudou, não é possível. Ou sua teoria diz que a pessoa não mudou, mas algo que já existia dentro dela desabrochou, que ela já era isso? Sei lá. Agora também duvido que os opostos se atraiam. Essa idéia seria mais verdadeira se dissesse que os opostos têm curiosidades um sobre o outro. Se atraem até certa medida, e depois, naturalmente, se afastam.

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Ah Clê, deixa de ser ingênua. Acha que Faveleiro, aquele prego, vai escrever alguma coisa aqui? Só bêbado mesmo pra ele falar um negócio desse. E chama o Paulo paulista pra uma cerveja no Alemão.

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Wlado, cadê você. Tava esperando um comentário seu elogiando a trajetória do Corinthias, campeão (antecipado) da segundona. Tou torcendo pelo Santos, pra nos encontrarmos no próximo Brasileiro. Difícil vai ser se a arbitragem continuar prejudicando o peixe.

4 comentários:

Suzana disse...

não li tudo.
só li a parte do "chama o paulo paulista blá blá blá"...
que tal chamar a suzana carioca? ela chega bem mais rápido.

Suzana disse...

ah, sim, e bebe menos.

Vitor Castro disse...

suzana, e vc lá precisa de convite?

Anônimo disse...

Bom, vou começando... Estou p/ ir ao Rio, quero um convite p/ Alemão sim! Mas quero tbm uma Gelada na LAPA pq eu não sou de ferro!
Eu estive sumido, não foi por gosto não, eu embarco na selva Amazônica a cada 21 dias, fico praticamente incomunicável, mas sim, tem internet disponível! O Foda é que a Petrobras bloqueia alguns sites e o "OMBUDSMANDOCAPETA" é notoriamente discriminado por essa empresa! Acho que pelas idéias revolucionarias que aqui constam!
Agora, qnto ao Coringão, afirmo, eu sou o Santista mais corinthiano do mundo! Adorei a classificação de vcs, merecida, ainda mais batendo todos os recordes... Espero que possamos nos encontrar em 2009... A arbitragem contra o Santos já é histórica, mas vamos sobrevivendo!
Grande abraço
Obs: já me sinto convidado p/ cerveja!