quarta-feira, 24 de setembro de 2008

eu sabia, eu sabia...

... eu sabia que a Clê não ia transcrever direito meus versos...

ztudubem... também tô bebim que só vendo...

(ah, e eu aproveitei pra fazer pequenos arranjos...)

Então lá vai:

hai kais de bêbado no chão


você quer que eu escreva agora
uns versos de bobeira
assim feitos na hora
oito da noite, quarta-feira

eu respondo: pera lá!
que inspiração demora
mesmo quando de bobeira

mas se é só para rimar
eu não vou contrariar:
mas eu quero a saideira!

***

se nunca te escrevi
não foi por falta de assunto
é que o papo só faz sentido
sentindo
você
junto

***

e agora vai outra que fiz ontem depois de assistir uma cena de um filme...

devaneio limítrofe da existência esvaída

aqui estás
inerte em meus braços
onde a presença invertida da morte grita
ausências de respirações e batimentos

aqui já não estás
mas
inerte em meus braços
sem verbos próprios jaz
a lembrança de tudo o que houve
e o que não houve
antes

aqui não estás
mas
em meus braços já te decompões
e
não fosse a estranha frialdade seca da pele
de olhos fechados
eu bem poderia pensar-te dormindo

[e tu bem poderias despertar
num susto meigo e felino
limpar a saliva ressequida na borda dos lábios
arrumar travesseiro e cobertor e posição
segundo necessidades térmicas de pouso
e novamente adormecer
buscando retornar ao mesmo sonho]

Rodrigo Bodão

3 comentários:

Anônimo disse...

Pooooorra brother! sai assim facil?
Quem me dera... Muito bom...

Rodrigo Bodão disse...

Obrigado Wlado.

na verdade, escrever não meé tãofácilassim. como eu falei com Cl~e neste dia mesmo, naquele momento, eu escreveria sobre qquer assunto. mas o que houve foi que na véspera eu havia sido fisgado pela inspiração. escrevi a poesia sobre a morte e continuei sob efeito alguns dias.

se fosse hoje, era capaz de não sair absolutamente nada.

ou não.

sei lá.

mas não é sempre assim não.

Lia Drumond disse...

Hai Kai de bêbado é o que há! Bjs