segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Amor e carne


"Fornicação e
qualquer impureza ou
avareza nem se quer se
nomeiem entre vós,
como convém a
santos"
(Ef 5, 3)

Cresceram juntos. Brincaram juntos. Nada seria mais natural do que se amarem juntos. Mas não foi assim que quis a vida. Ela partiu para longe. Ele aqui ficou. Rodeado pelas tias beatas, guiado pelo catecismo mais impoluto e adepto d’outras filosofias pueris. Ela, lá, devota de Santa Maria dos que Amam a Todos, tocava a vida entre camas e lençóis, procurando calor em peitorais generosos. Não amava a outros senão a ele. Não havia par de coxas que o tirassem de sua mente. A dificuldade é que entre os dois, além dos 1000 km de distância, havia o recato, a moral e os ensinamentos Papais. Fato é, que ela, em suas idas em vindas, sonhava com ele e desejava-o fervorosamente. Até que numa dessas viagens à terra natal, sabendo que tudo nessa vida se amolece, foi, aconteceu, insistiu, e enfim fez dele homem. De uma forma muito respeitosa. Uma verdadeira Phoda. Tudo de acordo com a decência e os melhores costumes. Então seguiu seu rumo, buscando trepadas melhores, porque não só de pão se alimenta o homem. É preciso carne também. E seguiu amando-o pelo resto de seus dias, encontrando-o no prazer de cada noite bem dormida.


*inspirado livremente e respeitosamente no excelente livro de xico sá: catecismo de devoções, intimidades e pornografias - que pode ser baixado aqui, com cuidado, que é só para maiores.

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