segunda-feira, 7 de setembro de 2009

13:31h do dia 07 de setembro (selva! Salve brasil) de 2009. Aeroporto de Curitiba.

acordei depois das 10h (perdi o café do hotel de novo). Arrumei minha bagunça, fui ao banco, paguei 8 reais pelos dois (eu disse dois) chocolates que comi no hotel e andei algumas quadras até o ponto de ônibus. Tudo em Curitiba é muito organizado e planejado. O horário do ônibus era 12:30h. chegou às 13h, lotado – ponto pra minha sorte. Vim em pé, ouvindo um carioca malandro explicando para um curitibano o que é o microondas (aquele esquema que usaram para matar o tim lopes) e falando sobre favelados, traficantes e afins – sim, eu atraio gente dessa espécie que fala desses assuntos. Nem dava pra ouvir música porque o ipod parou de funcionar ontem. Chegando aqui foi que lembrei das músicas no celular.

No momento toca maria bethânia. O vex não funciona, então não há internet. Pedi um pão de batata porque quem tá ligando em estar gorda? Pedi o pão de batata de entrada. Minha meta mesmo é uma pizza meio calabresa, meio mussarela. Como faltam só duas horas pro meu vôo sair, com jeitinho ainda como uma fatia dessa porra de pudim que tá me olhando, aqui à esquerda.

Sacou qual é a do post? Eu tou sozinha no aeroporto, faltam duas horas para o meu vôo. Tou ouvindo uma lista de 10 músicas no celular repetidamente, meio cansada porque as noites foram meio intensas, sem internet e nem um livro eu trouxe. Me resta escrever.

Ai, nesse momento avisto o professor mais sequelado da minha faculdade. Evandro, pra quem passou por aquele hospício. Ele me dá medo. Ele é mala e sem noção. É por isso que não tenho muita paciência pra essas paradas. Porque só tem gente chata, é um social desgraçado, eu não concordo com 9 entre 10 discussões. E tipo, Curitiba nem ajudou. Porque ano passado, Natal tratou de transformar o congresso mais estúpido do século nas melhores férias do milênio.

Cara, olha como se justifica minha falta de paciência. Eu vou a essa merda de congresso há uns 3 anos. E em TODAS as minhas sessões tem um mala – sei lá se de mestrado ou doutorado -, um tal de Daniel, que faz a MESMA pergunta. Eu me apresento, falo em favela, opressão, classes dominantes e grande mídia. Ai vem ele: vc não acha que essa dicotomia é perigosa e bla bla bla. No primeiro ano, em Juiz de Fora, eu respondi toda contida e tal. Ano passado eu tava bêbada ainda na sessão e nem lembro como se desenrolou. Esse ano: então, essa sua percepção é equivocada, deve ser porque eu já parto daquele pressuposto anacrônico e tão pouco usado na comunicação de que a história das sociedades é a história das lutas de classes. Ponto, próxima pergunta. Das dez perguntas da sessão, 8 foram pra mim e pra capilo. É incrível, vc abre a boca pra falar de favela nego dispara a falar. Só que assim, nenhuma pergunta útil. Nenhuma não, exagerei. Mas cara, teve um paulista que veio perguntar de baile funk e tim lopes e que no baile funk as meninas eram obrigadas a fazer sexo. Oi? O que eu respondi: eu nunca vi isso e quem tá te falando é alguém que frequenta baile. Risada na platéia. Entende? Meio que caguei pro social e saí falando o que vinha na cabeça.

Mas ok, fiquei pouco por lá e consegui não esbarrar em metade dos malas. E parti rumo ao bar…

No bar, não teve jeito. Cheio de congressistas. É sempre assim. Você é turista, a cidade tá vazia e isso tudo potencializa a possibilidade de você encontrar os congressistas. Ia tudo muito bem, tudo muito ótimo quando uma dessas figuras achou em mim uma companhia para conversar – não que eu tenha me oferecido. Meia hora de papo depois e um emprego oferecido pra eu dar aula num sei aonde (ainda tem essa, além do social, rolam negociações intensas), eu comecei a me afastar no banco, dando sinais de que eu queria fugir. Adiantou um pouco e ela pelo menos parou de falar. Foi a deixa. Virei a cara pro outro grupo e pouco depois, longe, a ouvi tentando retomar. Ignorei.

Pedi a pizza. Calabresa só.

Nem sei o que eu ia escrever mais. Enfim: fim de semana quase perdido. Salvo por poucas boas companhias, 25 chops no sábado e num sei quantos ontem. Pensa numa cidade vazia. Cara, sábado eu tive que implorar pra dona de um restaurante me deixar comer. Isso pq às 14h de sábado todos os restaurantes perto do meu hotel já estavam fechados. Quer um banco? Ande 10 quadras. Um bar? Ande mais de 20. Isso, 20. No sábado, eu e capilo andamos como que do santos dumont a sei lá, Copacabana, pra achar um lugar aberto. Mas enfim, era chop duplo e nos azulejos tinham hai-kais do leminski pintados, valeu a pena. Táxi é um roubo. Faz frio. Não tem gente na rua. Tudo é muito longe, umas avenidas largas nada a ver. Lembra brasília de longe.

Explicaram que era por conta do feriadão que tava tudo fechado e sem gente – aqui é feriado terça também. Mas opa? Minha cidade fica mais movimentada em feriados? Bom… o hotel era maneiro e barato e ônibus aos domingos custa 1 real.

A pizza chegou. Vou comer e sentar na la selva pra ler o livro do padre fábio de mello sem comprar – porque se eu compro, nego me zoua. Correria, faltam só 55 minutos pro embarque.

Um comentário:

Daniel disse...

Livro do "padre" Fábio de Mello? Que isso Clementina! Nada, eu digo NADA, justifica você ler alguma coisa desse cara.