terça-feira, 11 de setembro de 2007

MAIS UM CRIME BANAL NUMA NOITE QUALQUER (e agora não tem poesia alguma nisso)

RELATO DE UM REFUGIADO DE UMA FAVEL A CARIOCA (LUTANDO CONTRA A MILÍCIA)

O relato a seguir nos foi enviado em julho e contém denúncias de próprio punho de Jorge, sequestrado e provavelmente assassinado (falta confirmação da identificação do corpo) no último dia 07/09. Como se pode ver, Jorge a esta altura (dois meses atrás), já havia procurado inúmeros órgãos sem sucesso, quando decidiu partir para a denúncia pública como uma forma de pressionar por providências. O primeiro órgão da grande imprensa a veicular a denúncia foi a Folha de São Paulo, em 05/08/2007, que divulgou que já havia inquéritos na Draco (Delegacia de Repressão às Ações do Crime Organizado) e na Corregedoria Geral Unificada da Secretaria Estadual de Segurança Pública sobre os policiais envolvidos. Mas foi somente após publicação de matéria em O Globo, em 25/08, que alguma coisa foi feita, e quatro dos cinco policiais acusados foram presos administrativamente (não foi prisão preventiva), para serem libertados no dia 03/09.

As palavras de Jorge e o trágico desfecho do caso dizem tudo sobre a participação e conivência do Estado na existência e ação dos grupos paramilitares assassinos. Esperamos, pelo menos, da sociedade civil, movimentos populares e organizações defensoras dos direitos humanos, o mesmo empenho na denúncia internacional e na busca da condenação dos assassinos (diretos e indiretos) de Jorge, que demonstraram em outros casos recentes, como o assassinato da freira Dorothy Stang em fevereiro de 2005.

Comissão de Comunicação da Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência

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Sou Jorginho,e gostaria de relatar a vocês o que vem acontecendo na comunidade na qual eu presido. Desde o dia 05 de Novembro de 2006 que nossa comunidade está sendo dizimada.Um grupo de extermínio composto por 5 Policiais Militares invadiu com seus colaboradores a comunidade e desde então vivemos uma verdadeira Ditadura. Nesses quase 9 meses de ocupação de nossa comunidade tenho contabilizado cerca de 200 mortos e as famílias dos mesmos não tem a quem reclamar.Isso porque tanto a 22 DP quanto o 16 BPM são omissos e todo o poder público protege esse grupo de extermínio denominado "Milícia"tanto que venho a todo esse tempo informando-os mais sem sucesso algum. Só para você ter uma noção menores são espancados diariamente, a associação não pertence mais aos moradores, taxas são cobradas aos comerciantes e empresários locais e moradores e o não pagamento de tais taxas implica até em ameaças de morte. Já informei a Comissão de Direitos Humanos da Alerj, a Corregedoria Interna da Pmerj, a Corregedoria Geral Unificada das Polícias, a Secretaria de Segurança Pública, ao Ministério Público do Estado, a 1 DPJM, ao 16 BPM ( Cel.Marcos Jardim tel.:9602-1616 ), a 22 DP (Dr.Alcides Ianturno de Jesus tel.:3399-6222) e a varios Deputados Estaduais mais sem sucesso. Inclusive pedi a esses Deputados que endosse meus pedidos de "Policiamento Ostencivo"na comunidade para guardar-nos tanto do grupo de extermínio quanto dos "Traficantes"que sempre vem à comunidade para tentar retoma-la mais nada acontece. No dia 5 de Abril de 2007 fui expulso de minha comunidade com direito até a "Ameaça de Morte", informei isso a todo o "Poder Público"mais nada aconteceu a esse grupo de extermínio ( Eu e Minha Família é Que Tivemos Nossa Dignidade Privada por esses "Marginais Pagos Pelo Estado Para Matar, Sequestar, Extorquir, Espancar e Fazer Toda Sorte de Maldade Contra a População". Já não aguentamos mais o descaso das Autoridades que com sua "Corrupção"está Dissimando as Comunidades Carentes para mostrar ao Mundo Exterior a aparente segurança com o intuito de promover o turismo quando os verdadeiros donos do estado, ou seja, a população não tem estrutura alguma.

Informações para serem apuradas,composição do grupo de Extermínio:

(neste ponto o líder comunitário dá o nome de cinco PMs)
UM ABRAÇO!

OBS: Bom, resolvi não postar os nomes dos caras... vide desfecho trágico da história...

Achou que sou covarde, medroso, tenho medo da polícia...tenho mesmo...

Assunto por assunto, sete palmos embaixo da terra não é propriamente a profundidade que eu me referi acima...

Rodrigo Bodão

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