quinta-feira, 23 de abril de 2009

o amor acaba?

para vivi – que possivelmente nunca lerá isso aqui,
mas é uma boa companhia para se discutir amores e ‘pra sempres’



O post não é original. É do Marcelo Rubens Paiva. Ele escreveu uma crônica sobre o fim do amor - ou não -, baseado num texto do Paulo Mendes Campos intitulado ‘O amor acaba’ – assim, duro e seco.

Diz Paulo Mendes, citado por Marcelo (e resumido por mim):

"O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas (...) e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado..."

A 'resposta de Marcelo' é a seguinte (também resumida por mim):

“O amor não acaba

O amor acaba? O cara disse. Numa esquina, num domingo, depois do teatro e do silêncio, na insônia, nas sorveterias, como se lhe faltasse energia. Ele não volta? Não deixa rastro ou renasce? Na esquina em que se beijaram uma vez, lá está, na sombra apagada pela luz, na poeira suspensa, na revolta da memória inconformada. Na solidão, lá vem ele, volta, com lamento, um quase desespero, e penso nos planos perdidos, que vida sem sentido... Na insônia, o amor cai como uma tonelada de lápide, e se eu tivesse feito diferente, e se eu tivesse sido paciente, e se eu tivesse insistido, suportado, indicado, transformado, reagido, escutado, abraçado? (...) Saudades é amor. Não se tem saudades do que não se amou. O amor não acaba, porque tenho saudades, me lembro dela, me preocupo com ela, torço por ela, e se sonho com ela, meu dia está feito. O amor não pode acabar, porque sem ela ou sem a esperança de revê-la, até a chance de tê-la de volta, não vejo a paz. Ela é uma trégua na minha guerra pessoal contra a minha paixão por ela. Amá-la me faz bem. Mesmo que ela não me ame, amo amá-la. (...) Amor. O não-amor é o vazio. O antiamor também é amor. Eu te amava quando você respirava no meu ouvido. Lembra do meu dedo dentro de você? Amo-te, amo-te, amo-te. Instante secreto, sua boca incha, seus olhos apertam, suas unhas me arranham e você diz: Eu te amo! O amor acabou quando você se foi? (...) Pode virar amor não-correspondido. Pode ser amor com ódio, paixão com amor. Tem o amor e o nada. Ah, mais uma coisa. Antes que eu me esqueça. O amor não acaba. Vira. Se acabar, não era amor”.

A íntegra do post do Marcelo Rubens Paiva e de seu texto, estão aqui.

______

“O amor não acaba. Vira”. Contempla muitas das minhas questões filosóficas e metafísicas a respeito do amor. Não é pra sempre. Não acaba. Ele existe. Ele deixa de existir.

Ele vira.

E que isso se aplique a algumas outras questões da vida.

Nisso tudo, até a Vivi concordou comigo, ontem na mesa do bar, depois das minhas 4 latinhas de Pepsi e seus 10 chops.

Vira.

5 comentários:

Vivi disse...

Quem disse que eu não iria ler???
Aqui estou eu...mais uma vez para defender o amor eterno...kkkk

Bom, vou usar um trecho de uma música do Renato Russo:

"...se lembra quando a gente, chegou um dia a acreditar, que tudo era pra sempre sem saber, que o prá sempre, sempre acaba. MAS NADA VAI CONSEGUIR MUDAR, O QUE FICOU..."

É isso, concordamos em um fato, mesmo com teor alcoólico diferente, nada consegue mudar o que ficou....logo(tentando te convencer mais uma vez...)o amor, verdadeiro, é para sempre!!!

Adorei Mari...o post em minha homenagem :)

Muitooooossss beijos

Luana Pinheiro disse...

"Marianna conta um, um conta Marianna. É um, é um é Anna, viva Marianna, Viva Marianna!
Marianna conta dois, dois conta Marianna. É dois, é um, é um, é dois é Anna, viva Marianna, Viva Marianna!
Marianna conta três, três conta Marianna. É três, é dois, é um, é um, é dois, é três é Anna, viva Marianna, Viva Marianna!..."

Já ouviu essa musiquinha?

Cara, tu é do caralho!
Adoro as coisas que escreve!

Gostei da postagem do Che, concordo que Estômago é bom pra caralho e essa postagem aqui então!

Tô te esperando aqui em Nova Iguaçu. Sábado dia 2 de maio tem cineclube. Sessão Buraco Negro. Te espero pra beber cerveja e conversar!

Bjo!
Lua

André Lima disse...

Olha Vivi,
achei seu comentário (para citar Marianna) bem pertinente!

O incondicionado disse...

O amor é incondicional.

Sendo assim,
ele não pode acabar,
pois aquilo que não está sob condições,
nenhum limite pode a ele colocar.

Clementina disse...

seria o incodicionado um racionalista?