Bem, eu estou aqui pelas bandas de Nova Jersey. Olha, nem vi o jogo, mas só em saber que ganhamos nos pênaltis já dá pra imaginar a explosão rubronegra e a sensação de gripe canina que se disseminou no outro lado das arquibancadas que, certamente, estavam menos cheias que as da maior torcida do mundo.
Por aqui, diferentemente daí, só novidades para mim… Cheguei em Nova Iorque por volta de oito e meia da manhã, chovendo e fazendo um friozinho legal para quem vem do Rio. Minha mulher surgiu no aeroporto como um anjo encasacado e me levou para minha primeira viagem de metrô.
Olha, muito maneiro. Afora as referências cinematográficas que pululavam em minha mente (especialmente Matrix e Warriors ou guerreiros da noite), a fauna novaiorquina se me apresentava ainda que meio timidamente, uma vez que era uma manhã de domingo. Fiquei pensando que as novelas devem criar o mesmo efeito cinematográfico no Brasil...
Como Amana me indicou, vc percebe uma mudança no tipo e na cor das pessoas a medida em que o trem segue viagem, nesse caso, rumo a Manhattan, passando pelo Brooklin. No começo, muitos negros e negras, com cabelos rasta e pinta de rappers, andando gingando e com uma marra no olhar e no gestual em geral bem interessante. Depois, brancos arrumadinhos com cabelos imobilizados em gel ou lourinhas coloridas com olhos azuis, unhas rosa, bolsas verdes, botas marrons e casacos pretos. Aliás, muitos casacos pretos.
Engraçado, tal como a galera aí fica usando aqueles celulares com rádio, geralmente tocando funks, aqui a galera também tem essa mania. No trem vindo pra NJ, tinha um cara ouvindo um trash metal pesadaço e no metrô em NY tinha um moleque (cara de moleque e quase dois metros de altura) ouvindo um hip hop muito maneiro.
De modo geral, deu pra ver que Nova Iorque é uma cidada quente. As ruas são agitadas, mesmo num domingo. E a galera é tensa e, apesar de extremamente bem educada, parece estar com pressa e pronta para reclamar e brigar o tempo todo. Perto do aeroporto, o metrô demorou um pouco para abrir as portas – nada demais perto de um linha dois no Estácio – e um negão mais velho com cara de poucos amigos bradou ‘open this fucking door’, seguido por risos e outros gritos solidários. No trem para New Brunswick, rumo a Nova Jersey, mais confusão. A porta do vagão onde estávamos não estava abrindo, somente do vagão a frente. Daí, geral passou a reclamar com o ‘cobrador’, que respondia grosseiramente ‘go ahead, don’t piss me off’. Não falava palavrão, mas grunhia e gesticulava com raiva. Nesse momento, me senti no Rio de Janeiro, uma vez que as pessoas se solidarizavam na discussão e faziam piadas sacaneando o cobrador, a linha ferroviária, o governo dos EUA. O papo estava bacana, mas tenho certeza que era uma parada tipo comercial das havaianas com Lázaro Ramos: fosse algum estrangeiro concordar e falar mal da América que logo viriam respostas ufanistas e sacanagens variadas.
No mais está frio pra caralho. Vou sair daqui a pouco pra comprar tênis e moleton. Pra terminar, pegamos um taxista libanês em New Brunswick que tem família no Brasil, que gostam muito e elogiam constantemente as terras tupiniquins. Ao descermos, ele soltou a pérola “se meu país fosse tranquilo e bonito como o Brasil eu nunca iria sair de lá para vir pra um lugar como esse”... Ganhei o dia.
Porque a noite eu ganhei foi um tricampeonato a distância!!!!
Rodrigo Bodão, poeta, mestre em Piada Coletiva, pentatricampeão carioca, 31 vezes campeão estadual, cinco títulos nacionais, um mundial e uma libertadores, com superioridade de vitórias sobre todos os times cariocas!!!!!
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4 comentários:
saudades desses seus relatos bons de ler...
Como psicólogo você é um bom etnógrafo! Sempre que puder, atualize esse diário de campo. Por muito pouco vocês perdem esse título, e seria muito melhor se fosse com um gol contra de Obina...
Em tempo: Depois de me mandarem uma charge insinuando que o próximo Tri-Vice seria o Flu, busquei na história uma verdade. Tri-vice são vocês!!! E o que é melhor: São Tri-Tri vice!!!
Os dados estão aí abaixo:
ANO CAMPEÃO VICE
1936 Fluminense Flamengo
1937 Fluminense Flamengo
1938 Fluminense Flamengo
1982 Vasco Flamengo
1983 Fluminense Flamengo
1984 Fluminense Flamengo
1987 Vasco Flamengo
1988 Vasco Flamengo
1989 Botafogo Flamengo
Na bola, com garra, eu sou mais Flu.
Saudações Tricolores
Olha, essas coisas de futebol eu passo. Fiquei muito feliz com o título, mas prefiro não entrar na loucura da discussão acalorada.
Estou realmente feliz é com meu Bode por perto, como vcs podem imaginar. E temos tido tempo de sobra pra falar bobagem, pra dividir comentários sobre o dia-a-dia local, para pensar sobre a vida, pra namorar e para rir de possíveis posts de Bode para o Ombudsman. Vcs verão em breve...
Amanhã quero apresentar Bode à universidade. Levá-lo para a biblioteca, deixá-lo a par das tecnologias de empréstimos de livros e artigos internacionais daqui... ele me falou que vai aproveitar para produzir, escrever ler bastante. Temos cozinhado, comprado comidinhas saudaveis, e sofrido com o frio que resolveu voltar, coisa de 12 graus, com chuva.
Bom, o blog é de vcs, então vou deixar que ele mesmo conte as outras novidades, que são muitas.
beijossss!
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