elegia:
poema lírico de tom terno e triste
perfume que eu sinto até dentro do ônibus lotado em dia de verão
mão no cabelo
mancha na nuca
nuca
nuca e um beijo
lóbulo da orelha solto
falha na sobrancelha
dedos gordos
óculos velho
mania de cheirar a comida
copo de cerveja perdido
flauta transversal
gaita também
uma coçadinha no nariz
covinhas nas costas
sorvete de côco
assovio desafinado
calça pescador verde-musgo
um cigarro com uma bala na boca
vento nas mãos
onda quebrando
céu de outono
dia amanhecendo
som do pandeiro
sentar na calçada
agenda em branco
allstar azul marinho furado
e o curioso hábito de ler revistas de trás pra frente
agora, depois de listar tudo que me faz pensar em você
é só compor versos hexâmetros e pentâmetros alternados
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2 comentários:
só passei pra dizer que me deu um silêncio terno
clementina está ficando cada vez melhor.
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