terça-feira, 16 de junho de 2009

desentendimentos a meia luz(a)

isso que vocês lerão abaixo foi escrito pelo suicida apaixonado (não o andré, mas aquele da doralice), antes daquela carta. ocorre que ele se apaixonou pela doralice e, como deu pra notar no outro post, tiveram uma história juntos que depois acabou com ela o deixando. enfim, mas isso é história pra ir se entendendo aos poucos.


você diz não me entender
mas seus olhos dizem sim
na dúvida, me faço de desentendido

fico olhando pro chão
e falando frases sem sentido
porque tudo que eu quero ver é seu sorrisso
e esses traços que minhas mãos reconhecem no escuro
mesmo sem nunca ter tocado

tudo que eu quero falar
é que você pode vir a qualquer hora
que se ligar me faz feliz
que amanhã eu saio mais cedo do trabalho
pra te fazer companhia na sala de espera,
na leitura sem pretensão
ou no quebra-cabeça

mas não adianta reclamar do meu olhar
e das minhas frases
porque eu não vou fazer diferente
não vou porque ele é mais alto
tem aquele cabelo moderninho
toma mais cerveja do que eu – você achando divertido
e até onde eu sei, te faz feliz
por que você está sempre sorrindo?

pode reclamar
que não faço diferente
porque se é com ele que você dorme
pelo menos é de mim que você reclama
e eu tenho a migalha de pão dormido
porque se reclama é porque ama
e se me ama eu durmo em paz

ainda que sem você nunca possa ser sono
não dá nem pra pesadelo
é mesmo castigo

e me ponho a pensar que sou capaz
de colocar as palavras melhor do que ele,
não que o menino que vive em mim te mereça
só não dá pra imaginar aquele rascunho mal escrito
na mesma prateleira dos três volumes que suas coxas inspiram

ah doralice, flor do meu sertão
vem ser best seller assim
aqui no meu colchão


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eu devo dizer que se trata de uma paráfrase vagabunda de um bom poema, escrito por um bom amigo, que eu postaria aqui - mesmo me sujeitando à humilhação das comparações - se o tivesse encontrado.

devo dizer também que é algo escrito há algum tempo (ainda que ajustado agora, por supuesto), mas que hoje brotou do subconsciente como um sonho (esse estranho acontecimento com o qual raramente me deparo, uma vez que raramente me deparo com o próprio ato de dormir).

devo dizer, ainda - e não finalmente -, que eu queria falar de outras coisas: da usp, da petrobras, do irã, da palestina, da guerra nas favelas e do novo corte de cabelo do lula. mas não consigo, nestes momentos que antecedem meu futuro, falar de outra coisa que não seja de mim ou de você, raro leitor. perdoe-me. acato as ocasionais reclamações.

e finalmente, devo dizer que os último dias foram de cão. capilo, se estou metindo, manifesta-te agora ou cala-te para todo sempre. mas hoje um sorriso maroto brotou nesse rosto cansado, ao ler um poeminha muito do bueno num blog que está linkado aqui do lado. não sou de ficar fazendo propaganda. mas esse poema aqui do tal bruno bandido, vale bem a pena.

de resto, máscaras de carnaval cairão em caso de despressurização - o que não significa que você irá viver.

2 comentários:

Anônimo disse...

lindo o poema lá de cima, lindo de um jeito que só esses casos tristes podem ser.

valeu pela propagandinha!

e, bah, ótimo saber que provoquei um sorriso.

e a frase pichada ali embaixo também é linda...
taí, comecei a achar tudo lindo agora que entrei aqui.
beijo

Coral disse...

selo pra vcs no meu blog...