quarta-feira, 28 de maio de 2008

Até que enfim!!!! Até que enfim!!!!

Pois é... até que enfim...
Já fazia muito tempo que eu não postava nem escrevia nada que prestasse.
Pior, nem me dava ao trabalho(toc, toc, toc).
Mas ontem, numa aula na Uerj, durante um devaneio, nasceu esse desvario:


Pequenas Megalomanias

quando pequeno
sonhava ser artista
e ria tarde e noite afora
deitado num colchão de aplausos

vez por outra
flagrava delírios de entrevistas
num teatro improvisado
em fantasias de menino

hoje prefere o silêncio
de paisagens impressionistas
que a brisa apronta
quando menos se espera

diz contentar-se
com o aplauso de amigos
familiares

amantes
e bêbados ocasionais


mas

vez por outra

durante o banho
no meio
de um pileque
ou do caminho de volta pra casa
ainda se flagra gesticulando
altivo e imponente
em insondáveis colóquios marejados
por não sabe bem que coisa é essa que se dá

êta prosa maluca sô


ao poeta

sem métrica nem beira

sobrevivente
de naufrágios não vividos

resta

uma lembrança doce

de tudo aquilo
que poderia ter sido

se fosse

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