tou eu aqui escondidinha em casa, curtindo preguiça, fugindo da ‘badalada night carioca’ (não que os convites tenham sido ruins. eu é que não tou pra eles) e ouvindo música sertaneja. isso mesmo, ando viciada numa tal dupla chamada victor e léo. na ida pra casa dos meus avós, em MG, me viciei nos caras. tem uma música ótima, chamada borboletas. experimenta aí, antes de criticar.
bom, tou aqui e tal, fazendo nada, já li umas coisas, folheei um poemas de um cara desconhecido que comprei só porque escreve hai-kais. mas o livro é péssimo. só gostei de um:
sem rodeios
os teens
justificam os seios
os teens
justificam os seios
enfim...daí fui mexer na minha caixa de e-mails e dar uma arrumada. foda arrumar e-mails. muita coisa que eu não lembrava. outras tantas que eu queria esquecer – aí deletei antes de chegar no fim.
Ok, nada interessante. o que eu queria colocar aqui é um poema que mandei pra uma amiga das antigas. o poema é do Brecht, mas nem parece. o interessante é que escrevi comentários ao final de algumas estrofes (entre parentesis).
Lista de preferências
Alegrias, as desmedidas.
Dores, as não curtidas.
Casos, os inconcebíveis.
Conselhos, os inexeqüíveis.
(com excessão dos seus)
Meninas, as veras.
Mulheres, insinceras.
(homens também, mas viva o amor livre)
Orgamos, os múltiplos.
Ódios, os mútuos. (sempre, os dois)
Domicílios, os temporários. (ainda que haja saudades)
Adeuses, os bem sumários.
Artes, as não rentáveis.
Professores, os enterráveis.
Prazeres, os transparentes.
Projetos, os contingentes.
Inimigos, os delicados.
Amigos, os estouvados.
Cores, o rubro.
Meses, outubro. (e viva a revolução)
Elementos, os fogos.
Divindades, o logos.
Vidas, as espontâneas.
Mortes, as instantâneas.
acho que hoje os comentários não seriam os mesmos. acho que comentaria mais tbm. isso tem apenas 2 anos e já sou tão diferente. é por isso que não tenho coragem de fazer uma tatuagem. imagina carregar o que eu era num dado momento pro resto da vida...
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uma vez eu li uma entrevista ping-pong em que o repórter perguntou ao cara: mentira? e o cara, fugindo do corriqueiro 'nunca', respondeu: apenas quando necessário. achei genial. não importa se são boas ou ruins ou se é pecado. elas são necessárias.
eu confesso que minto bem. sempre que necessário, claro. e me dá uma angústia profunda ver alguém que não sabe fazer. a mentira tem princípios básicos, por exemplo: não tente ser natural, apenas diga, diga sem pensar que está mentindo. vc tem que acreditar no que diz. e fundamental: sem furos, pelo menos não os óbvios. os furos que aparecerem depois, vc cobre com novas mentiras. mas os óbvios não podem existir.
no momento acompanho um caso de mentira bem ruim. a pessoa não sabe mentir, tenta ser natural e ainda deixou o furo mais óbvio à mostra. quer dizer...vai pra lugar nenhum. tem hora que me dá vontade de ligar e dizer: olha, faz assim, assim e assim que te garanto que conserta.
mas não dá pra mentir pra mim e ainda mentir pelos outros. deixa eu cá com minhas mentiras, que já me dãobastante trabalho.
6 comentários:
sabia que era mentira... e eu acreditando.
gosto de um hai-kai que é assim:
No subúrbio
as pessoas aplaudem
as casas sem campainha
adorei, faber!
e capilo: eu não minto pra vc. te conto as verdades na mesa do bar. a possibilidade de vc lembrar é quase nula.
gosto daquelas discussoes sobre logica que tomam como exemplo de paradoxo logico a frase "eu minto". Se o conteudo eh verdadeiro, a frase eh inconcebivel - a pessoa esta dizendo a verdade afirmando que mente. Se o conteudo eh falso, nao faz sentindo - pois mentir que mente jah eh uma mentira...
:)
Victor e Léo =)
(da roça, com muito orgulho.)
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