sábado, 29 de março de 2008
terça-feira, 25 de março de 2008
quinta-feira, 20 de março de 2008
As curvas da estrada de Santos
Eu piso mais fundo,corrijo num segundo
Não posso parar"
Porque eu troquei o forró por Roberto Carlos. Ele é rei.
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Hoje de manhã acordei animada. Tava sem internet. Fiquei escrevendo um monte de porcaria. Como era tudo porcaria, fui fechando sem salvar. Acontece que no meio da porcaria tinha um texto sobre o Nassif e alguns trechos da entrevista pra Caros. Não que fosse bom, mas eu queria colocar aqui. Isso mesmo, não salvei a parada. Agora já era. Perdi a motivação. Odeio quando pequenas coisas dão erradas, te fazendo crer que tudo a seu redor tende ao erro, só porque você tá levando a vida com um erro gigante. Incompreensível, eu sei. Mas isso aqui é um blog de devaneios e desvarios.
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A mulher mala para quem eu e Capilo estamos editorando um livro acha maneiro me acordar às 9h no dia em que não trabalho de manhã. Ela me adora. Praga de Capilo, só pode. Mas tem volta, pode aguardar. Ainda arrumo uma mala só pra ele.
domingo, 16 de março de 2008
Porca miséria
Mas o que escolhi pra postar aqui, é um poema do Glauco Mattoso que me lembrou o meu caro Bodão e outros tantos visitantes bebuns desse blog.
a câmera indiscreta e patrulheira
que há no supermercado, fotografa
os passos do moleque que se esgueira
por entre as prateleiras e as "abafa"
o jovem ladrãozinho faz a feira:
biscoitos, doces, balas... a garrafa
de uísque não lhe escapa à mão certeira!
minutos mais, e o jovem já se safa
detido na saída, foi levado
ao próximo distrito. o delegado
pergunta-lhe: "se é fome, por que uísque?"
o cínico ladrão nem titubeia:
sabendo que não fica na cadeia,
responde: "só por pão, tem quem se arrisque?"
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Ando ouvindo muito forró. Estranho e sintomático. Essa saudade do agreste que não passa. Daí começa a chover freneticamente no Rio. Tudo alaga. A cidade fica horrorosa, os cariocas andam de ônibus com janela fechada e tiram casacos do armário. Dá mais saudade da terra seca. Lá quando chove é sinal de bons ventos.
quinta-feira, 13 de março de 2008
O Segredo
Eu e Capilo estamos fazendo um trabalho pra uma empresa aí que nem vale a pena falar o nome. O trabalho é editar um livro. O livro é de fotos das ações da companhia e depoimentos. Os depoimentos são de muita gente: quem fez o trabalho e quem foi beneficiado por ele. Nada muito complicado, não? Errado!
Seria simples se não tivéssemos que aturar a diretora da tal empresa. Na verdade nem sei se a mulher é diretora. Não deve ser. Mas ela é o nosso contato lá, foi ela que nos contratou.
Pensa numa pessoa chata. Pensa bem.
...
Pensou?
Ela é pior. Ela fica mandando centenas de e-mail por dia com explicações esdrúxulas do que temos que fazer. Odeio gente exageradamente didática. Porra! Explica, se não deu certo, aí você aprofunda. Não dá pra trabalhar com alguém que depois de um mês não percebeu que você é tem o tele-encéfalo altamente desenvolvido e o polegar opositor. Ou seja, é capaz de repetir um mesmo processo sem que ela mande intermináveis tabelas de Excel.
Pra terminar a descrição - senão vou ficar horas aqui externando meu misto de ódio e cansaço –, a criatura tem a divertida mania de chamar todo mundo pelo nome e sobrenome. Muito engraçado. É Juliana Paixão, Fernando Simões, João Ferraz, Juliana Coutinho (esses são os sobrenomes com os quais me ambientei depois de um mês). Aí agora, quando eu ligo pra ela, ao invés de dizer: aqui é Clementina; eu digo: Oi, aqui é Clementina Silva. Imagino ela delirando do outro lado da linha. Pois não deu outra. Hoje tivemos uma reunião e ela me apresentou à Juliana Coutinho como Clementina Silva. A-D-O-R-E-I. Só pode ser TOC.
Sim, mas o que eu queria contar é que hoje era dia de encontrá-la e como na semana anterior Capilo já tinha passado por esse martírio, eu me ofereci. Depois de uma hora me explicando d-i-d-a-t-i-c-a-m-e-n-t-e o que íamos fazer, entrei no assunto do livro propriamente dito. Falamos sobre diagramação e edição (com o material que eu já havia preparado com Capilo pela manhã – pra vocês verem o que tenho que agüentar). Quando terminei de falar, ela comenta:
- Tem que ter muito cuidado com essa coisa de combinar os depoimentos com as fotos.
- Fica tranqüila. É justamente isso que faz o editor. Nossa idéia é reduzir bem os textos e carregar nos depoimentos, para ficar melhor de ler mesmo – tentei passar um pouco de segurança pra ela.
- Tem até um livro que foi todo feito com depoimentos, que eu gosto bastante. Assim, é bem diferente do nosso, mas é uma referência de como usar bem depoimentos.
- Hum... – comecei a sentir medo.
- É meio de auto-ajuda, mas eu gostei bastante. [comecei a suar frio e procurar uma maneira rápida de fugir do cubículo onde estávamos depois que ela repetiu que gostou] Você já deve ter ouvido falar, O Segredo.
Ahhhhh!!!! The Secret, O Segredo. O clássico do nosso tempo. Aquelas 150 páginas arrebatadoras e capazes de consertar qualquer coisa, curar qualquer doença. Só podia. Até jeito no nosso livro O Segredo pode dar. É a força da mente.
Prendi a respiração. Usei a força da mente. Mandei uma mensagem pra Capilo, apenas para pontuar que a próxima vez é dele. E pensei aliviada: Ombudsman nela!
quarta-feira, 12 de março de 2008
bora ver??
Todos os anos, a UFRJ celebra o início do ano letivo e das atividades acadêmicas com uma Aula Magna, solenidade na qual uma personalidade expõe à comunidade universitária seus conhecimentos sobre um assunto de interesse compartilhado. Este ano, a Aula Magna — intitulada "Terra, Saberes e Democracia" — será proferida por João Pedro Stédile, no dia 19 de março, às 10 horas, no auditório do Roxinho, no prédio do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), na Cidade Universitária.
Stédile é economista, ativista social e um dos atuais dirigentes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Grande defensor da reforma agrária no Brasil, o militante — além de cobrar do governo o assentamento de famílias — incentiva a organização de marchas com o objetivo de chamar a atenção da sociedade brasileira para a grave situação da pobreza e da desigualdade no campo. Stédile também defende maiores investimentos em Educação e o ingresso de todos os jovens brasileiros nas universidades públicas e gratuitas do país.
Essa não é a primeira vez que a UFRJ cria vínculos com o MST e com as questões agrárias. Durante o período de férias letivas entre 2004 e 2006, foi ministrado na Ilha do Fundão o curso "Teorias Sociais e Produção do Conhecimento", fruto de uma parceria nos âmbitos de Graduação, Pós-graduação e Extensão que envolvia a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), entidade de Ensino Superior do MST, e diversas universidades brasileiras. Além disso, o Núcleo de Pesquisa e Extensão sobre Poder Local, Políticas Sociais e Serviço Social (LOCUSS), da Escola de Serviço Social (ESS/UFRJ), mantém um projeto de extensão denominado "Pró-MST", que busca ampliar o campo de intervenção do Serviço Social junto a sujeitos atuantes na esfera da produção, contemplando fundamentalmente as próprias necessidades do movimento dos trabalhadores.
terça-feira, 11 de março de 2008
Estadão mata Galileu
Galileu Galilei ganhará estátua no Vaticano
O astrônomo italiano Galileu Galilei (1564-1642), executado pela Inquisição por proclamar que a Terra girava em torno do Sol, terá em 2009 uma estátua de tamanho natural feita em mármore erigida nos jardins do Vaticano. A retratação era um desejo antigo de alguns membros da Academia Pontifícia de Ciências.
O Estadão, hoje, 11 de março de 2008
Correção
Diferentemente do publicado ontem, o astrônomo Galileu Galilei (1564-1642) não foi executado por ordem da Inquisição. Ele escapou da morte retratando-se de suas descobertas.
segunda-feira, 10 de março de 2008
All we need is love
Eu andava querendo fazer um post sobre amor ou sobre relacionamentos, sei lá. Na semana passada, encontrei duas pessoas que me repetiram a mesma frase: “a pessoa da minha vida”. Isso me chamou a atenção.
A primeira foi uma menina, às 3 da matina, que havia se desencontrado do ‘homem da sua vida’ no lugar onde estávamos e não podia sair a procurá-lo enquanto não resolvesse o problema da perda de sua comanda com o gerente. Tudo bem, ela parecia meio louca, saiu perdendo tudo durante a noite, mas vocês não têm idéia de como ela afirmava que o cara era o homem da vida dela: olhos firmes, brilhantes, mãos rígidas e gestos rápidos enquanto me explicava, falava sem titubear e com uma satisfação que (quase) me deu inveja.
Dias depois a moça que faz minha sobrancelha terminou de me contar a história que havia iniciado no mês anterior. Ela foi casada com um cara por 7 anos e separou-se porque descobriu que ele tinha outra. Há 10, ela é amante desse mesmo cara, sendo que ele continua casado com aquela que outrora foi a outra. Explicação dela? ‘Homem da minha vida’.
Como eu disse, eu andava querendo escrever sobre isso. Mas agora a inspiração meio que passou. Relacionamentos não é lá um setor do qual eu entenda muito e ‘pessoa da minha vida’ é um crédito o qual eu imaginei que conferiria apenas à mamãe. Só que ainda tenho pensado, lembrando das duas mulheres e sua certeza em relação a seus homens. Tenho pensado também em como certezas sempre trazem incertezas grudadas nelas.
Viver as certezas e aceitar as incertezas talvez seja um caminho a ser percorrido por todos. Afinal, no fundo, não será o encontro com o ‘máximo denominador comum’ ou a sorte de um ‘amor tranqüilo’ o que nós desejamos? Tranqüilo, não eterno.
Esporte interessante a sinuca, vocês não acham? O único esporte para o qual a preparação requer consumo de cerveja. Não precisa acordar cedo; exige pouco esforço físico; pode fumar, se o ar condicionado do bar estiver desligado; e se cansar, senta um pouquinho e dá uma golada.
Ando viciada em sinuca. Quanto mais jogo, mais me dá vontade de jogar (claro, se é um vício). Tenho jogado sempre às quartas, num bar em Botafogo. Acho ótimo, porque quarta sempre foi um dia meio morto. Segunda é chato. Terça dá uma animada, porque passou a segunda, você até trabalha com gosto. Quinta é dia de profissional: matar trabalho pra ir à praia; sair à noite, afinal ‘amanhã é sexta’.... Sexta e sábado nem preciso dizer. E domingo é o dia da saideira. Já a quarta coitada, não tem nada. Você fica no resto na animação de terça e ansioso pela quinta (só salva se tiver futebol). Mas agora as quartas têm a sinuca!!!
Ontem eu fiquei escutando Raul Seixas. Lembrei de como ele é bom. Baita poeta. Cara inteligente. Baiano. Canceriano, do dia 28 de junho. Qualquer semelhança, eu juro que é coincidência.
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Juro também que vou pensar num assunto sério para postar nesse blog. Capilo e Bodão sempre falando sério e eu postando coisas nada a ver: rodas de capoeira, Big Brother (aliás, será que o doutor maluco sai amanhã?) e afins.
quinta-feira, 6 de março de 2008
Impotência social
Mas penso mesmo é nesses garotos, um pouco mais novos que nós e que não freqüentam nenhuma escola que tenha um ensino minimante de qualidade. A educação tá uma tristeza. Literalmente. Aluno no primeiro ano que não sabe ler direito. Que não lê nada, na minha época, não tão longe – coisa de 8 anos – num era tão ruim assim.
Há uns quatro anos atrás, em Valença (onde estudei e até não muito tempo o ensino público era bom – tanto que só estudei em escolas públicas, e, bem ou mal, estou aí, pelo menos lendo (bem) e escrevendo minimamente (isso aí que vocês lêem, nada muito bom, mas entendível) - recapitulo e completo a frase aqui, devido aos entrecortes de parênteses: Há quatro anos, um garoto, de seus 12 anos, veio a minha casa e pediu pra ajudá-lo a fazer uma redação.
Nada demais. Achei até legal poder ajudar. Aí falei, escreve aí. – Mas tenho dificuldade, respondeu. Falei que era pra escrever alguns tópicos que ele achasse importante estar na sua redação, que aí a gente montava junto a redação. Passa um, dois, cinco minutos e vou ver. Nada no papel. – E aí, num tem nada de importante? – Seguinte, vim aqui pedir sua ajuda porque eu não sei escrever e tenho que entregar a redação. – Num sabe escrever nada? – Só meu nome...
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Lembrei dessa história porque meu irmão agora está dando aula lá em Valença. Conversando com ele, e ele, recém-formado, falou que a grande dificuldade é que os alunos não sabem ler. “eu... tem...nho... ... ... um son... ...nho, ...maIs... ...e...u ... não...”, e assim vai a leitura, com erros de fala inclusive, como o MAIS usado como conjunção adversativa. Tá ele ali (meu irmão, não os alunos, infelizmente) lendo agora a Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire. Espero que ajude.
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Mas a história ainda é pior. Hoje, tava em uma favela do Rio. Coisa que não consigo me acostumar é com jovens armados e vendendo drogas, por mais que os veja com alguma freqüência. E lá estavam, mais de 10 garotos, de uns oito a uns 18 anos (se tivessem essa idade), um deles armado (o líder) e o resto vendendo drogas ou contando dinheiro.
Não vem ao caso contar a abordagem por verem um estranho por lá. É até natural que isso aconteça. Mas aí fiquei imaginando que nenhum deles estuda, não têm acesso nem a esse ensino de merda que temos hoje por aí. E aí?
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e aí que uma coisa (o aluno que não sabia escrever) e outra (os jovens no tráfico) me deixaram com a mesma sensação: impotência.
porque eles se superam...
O mesmo filho da puta, no finzinho do texto, diz que não se irrita propriamente dessas famílias estarem sendo beneficiadas com essa possibilidade de financiar a compra desses aparelhos, mas sim porque essa situação não se sustenta, essa estabilidade é transitória e se esgota com o fim do programa. Defende que o correto seria um investimento maciço na educação básica, uma vez que essa sim seria uma alternativa de mobilidade social concreta e duradoura.
Concordo. Longe de eu ser contra tal proposta de aprimorar o sistema educacional brasileiro. Concordo também com a maior sustentabilidade de um investimento em educação, mas discordo veementemente da prerrogativa antagônica desenvolvida onde ou se desenvolve um programa assistencial ou outro, educacional. Ao contrário, um não funciona sem o outro.
Imagino que o filho desse árabe de araque tenha um excelente computador, viaje para outros países com relativa freqüência, estude línguas, pratique esportes e seja alimentado com o que há do bom e do melhor, com direito a jantares em restaurantes caros, brinquedos de última geração, roupas da moda... imagino que deve ter mais de uma tv em casa, uma de plasma imensa, deve ter acesso a internet banda larga, tv a cabo, vai ao cinema, à praia... obviamente estuda em colégios caros e vai estudar em universidades públicas...
Agora imagina o garoto pobre, que segundo a vontade desse jornalistazinho de merda não deveria ter acesso caseiro a dvds, televisão ou geladeiras mais novinhas – computador então, nem pensar –, janta fora na barraca de açaí ou x-tudo, tem apenas um par de tênis, a polícia entra no seu bairro barbarizando, seu pai vive desempregado, sua mãe é empregada doméstica e se ele pensa que ela vai comprar roupa da moda para ele está muito enganado, se quiser ele que trabalhe e compre com seu dinheiro... Em compensação não paga para ir ao baile ou ao pagode, tem gatonet, joga bola, solta pipa e brinca livremente, sem grades ou muros ou playgrouns cercados... quer dizer, até a polícia invadir a favela e provocar outro tiroteio... semana passada um amigo dele da escola levou um tiro na perna quando ia à padaria e quase foi preso acusado de ser traficante...
Duas realidades tão díspares e tão próximas, retrato abominável da distribuição desigual da riqueza nacional... e o pai do bostinha de cima – porque filho de merda só pode ser bosta – fica revoltado com um programa de governo assistencialista que possibilita uma família apertar aqui, ali, pegar um empréstimo aqui, abrir um crediário ali e poder comprar um fogão melhor, um dvd, uma geladeira...
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Esse mesmíssimo filho da puta há um tempo atrás criticava o PAC porque traria melhorias para as favelas, facilitando a vida dos que moram ali, trazendo saneamento básico, ruas asfaltadas, áreas de lazer... sua revolta era que essa urbanização possibilitaria a expansão da favela com a chegada de novos moradores e novas invasões... quero ver se essa coisa ruim fica puto quando sabe de alguma grilagem de terra feita por algum fazendeiro milionário protegido de uma deputado do demo da bancada ruralista... ou quando algum ricaço invade uma área verde, subornando fiscais e prefeitura para autorizar sua obra...
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olha, eu tenho inúmeras críticas ao governo Lula, mas quando eu abro o jornal e vejo o bombardeio diário orquestrado por pessoas como Ali Kamel, Aluísio Maranhão e companhia, eu acabo achando que algo vai bem... deduzo isso do quanto esta corja está incomodada...
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Ah, só pra lembrar, a idéia do Bolsa Família é minimamente possibilitar uma pequena transferência de renda através da contribuição tributária tendo como mote central a permanência das crianças na escola.
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No fundo, no fundo todo esse auê é parte de uma concepção bem mais ampla, liberal, cuja ideologia se baseia na idéia de que o governo deve dar aos ricos para eles lucrarem horrores e explorarem os pobres, iludirem a classe média que um dia eles também podem chegar lá, até que um dia dividam o bolo, a classe média ganhe uma cerejinha que tinha caído no chão e os pobres fiquem incumbidos de lavar os pratos...
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Indubitavelmente o Bolsa Família tem interesses eleitorais...mas... menos mal...
Sinal que pobre não é burro.
terça-feira, 4 de março de 2008
golfada
Como desculpa talvez para a manutenção do vício, gosto de saber o que pensa e como age essa tal canalha neoliberal, suas artimanhas e manobras. E acaba sendo, acreditem, apesar de nojento, muito instrutivo...
Ontem, no quadro ‘minha opinião’, que acredito ser escrito pelo Aluízio Maranhão, o mesmo esculachava a Constituição de 1988, afirmando nela estar impresso todos os vínculos legais que obrigam o país ao atraso do assistencialismo e a uma máquina estatal obsoleta e custosa que impõe uma imensa carga tributária ao país... isso por conta de uma suposta constituinte que setores políticos estão propondo...
Olha, não sei se sou ingênuo ou se sou babaca mesmo, mas confesso que fico surpreso com esse tipo de gente e argumentos... fico estupefato... o mesmo desgraçado decifra esse arcaísmo constitucional indicando seus laços com teorias socialistas obsoletas que “junto com o Muro e o império soviético viraram pó”...
Confesso que essa gente me assusta...
A Constituição de 88, ao contrário do que prega esse miserável, é geralmente chamada de Constituição Cidadã por conta da ampliação do exercício da cidadania garantido formalmente em seu texto... amplia formas de participação política da população, institui processos democráticos de gestão e planejamento, estabelece a noção de universalidade para obrigar legalmente o Estado e a sociedade em geral a cumprir suas funções sociais elementares como saúde, educação e assistência social... estabelece ainda um sistema de proteção social nunca registrado na história dos instrumentos legais brasileiros...
Devo ser um babaca mesmo, a ponto de dar dinheiro para essa canalha que me odeia e quer de todas as formas transformar a minha vida e a de todos os cidadãos brasileiros num inferno, minando sua cidadania e roubando seus direitos mais elementares...
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Bem, essa discussão proposta pelo editor deste jornal é recente do ponto de vista histórico, mas já antiga de uma perspectiva prática... Já no século XIX, na Inglaterra, berço do liberalismo, uma lei chamada 'Poor Law', ou 'Lei dos Pobres' mobilizava a discussão e o embate de setores políticos e movimentos sociais. Para T.H. Marshall, sociólogo inglês autor de um estudo clássico sobre cidadania, essa lei é uma marco da origem da discussão e regulamentação dos chamados ‘direitos sociais’...
Segundo essa lei, era estabelecida uma assistência básica para a sobrevivência de idosos, deficientes, indigentes e miseráveis que eram então internados em casas de trabalho e perdiam o direito ao exercício do poder político... ou seja, era uma espécie de acordo tácito onde eu deixo de ser reconhecido como cidadão, perco minha liberdade e minha voz em troca de alimentos, vestuário e moradia... ou seja, não era nenhuma maravilha e tinha apenas como intuito diminuir os problemas urbanos e sociais causados por uma pobreza crescente...
Geralmente essas leis aparecem como soluções temporárias para momentos de crise e recessão econômica... no entanto, incomodam a burguesia dominante por, em seu modo de ver, produzir uma acomodação na pessoa que passa a se satisfazer com essas migalhas e, em tese, mantém-se por preguiça e comodidade nessa condição indigente...
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O pior nessa história toda é que os mesmos industriais e empresários que rejeitam essa medida, com o argumento da comodidade e do aumento da carga tributária, são os mesmos que lutam por subsídios governamentais para expansão do seu negócio, privatizam e dominam setores e bens públicos e o mercado formal impedindo a ascensão do empreendedorismo da população mais pobre, que passa a ser aprisionada na informalidade e na ilegalidade dos tráficos e piratarias (quer maior exemplo de empreendedorismo capitalista do que o tráfico de drogas), parasitam os espaços políticos das licitações e das leis que garantem e prolongam os monopólios e a exploração desmedida da energia e da vida dos trabalhadores... dentre outras ações de evidente dependência do Estado para expansão de lucros e mais lucros... e ainda dizem que seus argumentos são em prol de uma sociedade melhor e mais justa...
E eu aqui, sabendo disso tudo e dando dinheiro para esses filhos da puta!!!!!!
Sou um babaca mesmo...
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Sabe o que eu preciso????
É de um bom jornal carioca... de alternativas cariocas de jornais... de bons jornais...
Eu, sinceramente, me recuso a comprar jornais paulistas... e eles nem são assim tão melhores... não divergem dessa coisa que homogeniza a mídia mundial...
E ainda que eu seja mesmo um idiota dando dinheiro para facínoras, mal ou bem, essa porra me faz pensar, perceber o modo midiático de dominação e responder a meu modo...
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Tudo bem, temos revistas, sites, blogs... que, aliás, eu também consumo... mas eu quero e gosto de ler jornal!!!!!!! Será tão difícil assim????...
Aceito sugestões...
O caso "boimate"
O "fruto da carne" derivado da fusão da carne do boi e do tomate, batizado com o sugestivo nome de “boimate”, constituiu-se, sem dúvida, no mais sensacional "fato científico" de 1983, pelo menos para a revista Veja, em sua edição de 27 de abril. Na verdade, trata-se da maior "barriga" (notícia inverídica) da divulgação científica brasileira.
Tudo começou com uma brincadeira – já tradicional – da revista inglesa New Science que, a propósito do dia 1º de abril, dia da mentira, inventou e fez circular esta matéria. A fusão de células vegetais e animais, entusiasmou o responsável pela editoria de ciência da Veja que não titubeou em destacar o fato. E fez mais: ilustrou-o com um diagrama e entrevistou um biólogo da UPS, para dar a devida repercussão da descoberta.
Para a revista, "a experiência dos pesquisadores alemães, porém, permite sonhar com um tomate do qual já se colha algo parecido com um filé ao molho de tomate. E abre uma nova fronteira científica". O ridículo foi maior porque a revista inglesa deu inúmeras pistas: os biólogos Barry McDonald e William Wimpey tinham esses nomes para lembrar as cadeias internacionais de alimentação McDonald´s e Wimpy´s. A Universidade de Hamburgo, palco do "grande fato", foi citada para que pudesse ser cotejada com "hamburguer" e assim por diante. Mas nada adiantou.
A descoberta do engano foi feita pelo jornal O Estado de S. Paulo que, após esperar inutilmente pelo desmentido, resolveu "botar a boca no mundo" no dia 26 de junho. O espírito gozador do brasileiro, no entanto, não deixou por menos. Durante o intervalo entre a matéria da Veja e o desmentido do Estadão, cartas e mais cartas chegaram às redações. Um delas que, maliciosamente, assinou "X-Burguer, Phd, Capital", lembrava que no Brasil já haviam sido feitas descobertas semelhantes: o jeribá, cruzamento de jabá com jerimum, ou o goiabeijo, cruzamento de gens de goiba, cana-de-açúcar e queijo, e adiantava que seus estudos prosseguiam para criação do Porcojão ou Feijoporco, cruzamento de porcos com feijões que ele esperava dar como contribuição à tradicional feijoada paulista.
Finalmente, com o objetivo de pôr fim ao caso que já divertia as redações, a revista publicou, na edição de 6 de julho, ou seja, depois de dois meses, o desmentido: "tratou-se de lastimável equívoco". E justificou-se, explicando que é costume da imprensa inglesa fazer isso no dia 1º de abril e que, desta vez, havia cabido à revista entrar no jogo, exatamente no "seu lado mais desconfortável".
segunda-feira, 3 de março de 2008
domingo, 2 de março de 2008
Samba, suor e cerveja
"Acreditar, eu não
Recomeçar, jamais
A vida foi em frente
E você simplesmente não viu que ficou pra trás"
sábado, 1 de março de 2008
Cartões corporativos e meu instinto jornalístico
Comédia minha gente. Porque o cara recebe o tal cartão e tudo, tudo o que ele faz com o cartão vai para o site que tem acesso liberado. Mas, tem gente que é burra, ou melhor, não consegue entender a complexidade dos fatos. Notei que pouquíssimos ministros têm cartões em seu nome. Alowww, aprendemos quando criança que a melhor maneira de se safar de confusão é jogar a culpa no irmão mais novo. Orlando Silva e Matilde Ribeiro se fuderam porque foram otários.
Tem gente esperta como a Marina Silva que tem cartão, mas que quase não passa débito e quando o faz, só usa em coisa de fácil explicação. Todos os débitos dela são em hotéis, nada exorbitante. Como todo esperto, ela usa os saques. Rola muito saque. Muito. Vi uns de R$ 2000 (não na Marina, que fique claro, ela gasta pouco). Isso porque o cartão é pra despesas emergenciais. Aqui no meu hospício se surgir uma despesa emergencial de 2000 conto, eu morro sem grana. Quero ressaltar que esse tipo de coisa não acontece no Exército Brasileiro, essa instituição transparente, essa ode à honestidade. O Exército possui apenas UM cartão, com o qual foi feita apenas UMA operação bancária: um saque de 4 reais. Tá lá, pode conferir.
Notei que gastos com material de construção, papelaria e informática são os mais comuns. Fiquei curiosa pra saber o que tanto compram em loja de material de construção. Papelaria e informática eu até entendo. Se bem que R$ 1543,00 (cartão de um funcionário do IBGE) é um pouco demais pra se gastar numa papelaria.
Tem umas coisas engraçadas também. Como um funcionário da presidência da república, um tal de José Henrique Souza que deve gostar de comida boa, porque gasta horrores em padarias e mercados em Brasília (esse é dos meus, sabe apreciar o que é bom). Entre junho e dezembro de 2007 ele gastou R$ 114.944,73. No extrato consta uma compra de R$ 288,00 no Pão Italiano, uma padaria que ficava perto da minha casa, quando eu morava no planalto central. Lá tem uns croissants doces dos deuses. Mas, isso não é o melhor. O bruto gastou mais de R$ 8000 num espaço de 3 meses no La Palma, mercadinho que fica na Asa Norte em Brasília.
Pra completar a odisséia gastronômica brasiliense, o tal assessor ainda tem gastos enormes num espécie de açougue de luxo, a Reisman Carnes. Dá pra ver também muitas compras na Cia Brasileira de Distribuição, que nós conhecemos como rede Pão de Açúcar e num tal de Wine Company. O cara tem bom gosto, vai.
Interessante mesmo foi descobrir que o pessoal do Ipea utiliza os mesmos técnicos de informática que eu chamava quando morava lá, os caras da High Tech. Léo e Valtinho devem estar bem de vida. Mas, merecem, são bons profissionais e ralam pra caramba.