sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

você já se boicotou hoje?

eu tenho pensado muito numa tendência que os seres humanos têm ao auto-boicote. ainda não desenvolvi uma boa teoria sobre o tema, mas tenho pensado muito e isso já é o suficiente pra escrever aqui.

primeiro é preciso distinguir o auto-boicote da ausência de sentimento de auto-preservação (eu estou bem achando que esses hífens não existem, mas rola uma preguiça de olhar no dicionár...google). porque o sentimento de auto-preservação, eu diria, é menos profundo. se eu não o tenho, eu encho a cara entre meus colegas de trabalho. agora, se eu me auto-boicoto, eu encho a cara entre meus colegas de trabalho e elogio a bunda da mulher do meu chefe para eles. entende? se não me auto-preservo eu me exponho, agora se eu me boicoto, dou as razões para a demissão por justa causa sem aviso prévio. e além disso, o sentimento de auto-preservação está muito ligado à exposição. o auto-boicote é isso e mais um pouco. exemplo: me boicoto profissionalmente quando não sou competitivo, quando não puxo saco ou quando acho que vou chegar a algum lugar sendo simpática com meus colegas, nem preciso me expor pra me prejudicar (análise feita em um cenário ideal: empresa capitalista padrão).

feita essa consideração inicial e primordial, vamos aos meus devaneios. o que eu acho é que todos, em algum lugar, temos uma tendência ao auto-boicote. agora, isso pode se desenvolver ou não. cabe a nós não criarmos as condições para que ele não se desenvolva e caso aconteça, nos previnirmos de nós mesmos - é como uma doença sem cura, onde apenas amenizamos efeitos.

mas nem tudo é tristeza. há pessoas que trabalham essa tendência e transformam o auto-boicote em um talento. não precisam de concorrência ou disputa, elas mesmas são capazes demonstrar sua total incapidade no que for que a possa promover em qualquer sentido. fazem sua própria propaganda negativa de uma maneira invejável. nem é preciso observar seus defeitos (fofoca nunca) ou tentar copiar suas ideias: simplesmente não há ideias e os defeitos/problemas saltam aos olhos nos momentos mais inoportunos - não que sejam cheios de defeitos, só que dão o azar de o vacilo mais grave ocorrer no pior momento (como o cara que conta uma piada de aleijado no primeiro encontro para a menina que tem um pai coxo).

meu dilema é se aviso aos amigos e demais chegados quando estão no ápice de seu auto-boicote. dúvida cruel. dúvida também de quando vou parar de me auto-boicotar orgulhosa - pelo menos já tenho consciência do processo. muitas dúvidas... porque, muito louco, o auto-boicote pode ter lá seus prazeres.

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verdades da vida que você precisa saber:

1. sinceridade é algo pra ser usado com parcimônia. todo esse papo de como é legal a sinceridade é hipocrisia no seu modo lenda urbana. não gaste a sua destruindo corações e mentes por aí.

2. se o que você faz, por mais legal que for, não for inteligível na sua fala e não puder ser compreendido por seus pares em 2 frases, então não é legal o que você faz - legal é aqui usado com o significado de: merece meu respeito e atenção.

3. coçar as costas é o carinho que vem depois de apertar as orelhas no top 10 dos carinhos que um ser humano pode fazer em outro.

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- pronto, já te dei 2 características minhas.
- falta uma.
- não sei o que pode ser.
- qualquer uma.
- me dá um tema.
- sexo.
- de manhã, antes do café.
- sem escovar os dentes?
- sem.

da série diálogos imaginários baseados em diálogos que realmente aconteceram e eu não tive a sacação na hora; ou diálogos imaginários baseados em diálogos que aconteceram, nos quais eu optei por não operar com sentimento de auto-preservação - nos imaginários eu penso em alternativas caso eu tivesse optado por me preservar.

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confuso né? mas o mundo é assim, gatinha...

gatinha?
gatinha?

Um comentário:

Fermím disse...
Este comentário foi removido pelo autor.