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* A agressão sofrida pelos jornalistas do jornal O Dia, assim como todo tipo de tortura que é praticado diariamente neste país, deixa claro como estamos longe de viver em uma democracia. Há muita luta pela frente para alcançarmos um patamar além do sufrágio universal
* O Rio de Janeiro inteiro sabe as comunidades que são comandadas por milícias e apenas metade dele conhece quem são seus chefes. O Rio inteiro, menos a Secretaria de Segurança
* A cobertura da mídia sobre o caso - como sempre acontece com a cobertura de crimes bárbaros e hediondos - tende à espetacularização. A exploração absurda e enfadonha dos 6 anos da morte de Tim Lopes (posso imaginar a cara dos editores com a coincidência de datas) só vem a comprovar isso
* A coluna do Ancelmo Gois de hoje noticiou que há políticos ligados à milícia da comunidade do Batan (jura???). O Ancelmo Gois sabe quem são, a Secretaria de Segurança não
* O cowboy de bombachas que se diz secretário, se restringe a afirmar que a quantidade de milícias no Rio caiu de 120 para menos de 100. Eu não conheço uma comunidade do Rio que era dominada por milícia e deixou de ser. Você conhece? Mas conheço aquelas em que a milícia local repassou o comando por uma quantia razoável
* E quando é que a Secretaria, a mídia e - meu-deus-que-não-existe - O MUNDO TODO, vai relacionar milícias com Garotinho e seu bando, PMDB e DEM?
* O PMDB é o partido do governador matador e teve seu presidente estadual preso por envolvimento com lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e outros crimes de "menor importância". A lista de deputados e vereadores do Rio envolvidos com o esquema só não tem parente meu, de resto, é boa parte da bancada do PMDB e do DEM (partido do prefeito fanfarrão). Isso não chama a atenção de ninguém?
* No dia que a batata do Álvaro Lins e do Garotinho assaram, O Globo dedicou 6 páginas ao tema e destacou 25 repórteres para a cobertura. Em nenhum dos 11 títulos nas seis páginas aparece a sigla PMDB. E em apenas um dos 14 subtítulos vemos a legenda. No dia seguinte foram 9 títulos e 12 subtítulos, sem que a sigla PMDB aparecesse em nenhum deles (com informações de Marcelo Salles do fazendomedia.com)
* Acabar com a violência na cidade não é, nem nunca foi interessante para o Estado. O plano de matança nas favelas e de reorganização urbana (leia-se PAC) têm muito mais a ver com a necessidade de conter a pressão que emana destes lugares e aprofundar o controle sobre os pobres baderneiros, do que conter a violência
* Ou ainda, como diria a professora Adriana Facina, hoje em dia, matar é preciso, uma vez que "as promessas do maravilhoso mundo das mercadorias, que agregam valor aos que as possuem, são uma realidade cada vez mais distante para bilhões de pessoas”
* A cobertura da mídia vai estar sempre aquém do esperado, uma vez que há interesses financeiros e de ordem política que vão muito além das vidas de qualquer jornalista ou cidadão que estejam sujeitos à violência
* De resto, de bom pra você, caro leitor, fica a completa certeza de que não há qualquer possibilidade de termos que suportar a esdrúxula campanha do Garotinho a qualquer coisa
* Tenho uma tia que diz que o carioca não sabe votar (ela é paraibana, mora aqui há 20 anos e discorre sobre essa tese de uma forma bem interessante, começando, se não me engano, em Lacerda, passando por Moreira Franco e acabando de forma brilhante com Rosinha Garotinho). Segundo ela, Garotinho fora do baralho dá um pouco mais de tranquilidade. A ver
2 comentários:
Tia otimista a sua. Sai Garotinho/a entra Crivella. Sempre haverá alguém nível Garotinho, afinal ele, também, é apenas fruto de uma corrente que estava aí muito antes.
A esperança (minha é que não é) é que o povo aprenda a votar mesmo.
"um pouco mais", andré. não que haja candidato melhor, mas a teoria da minha tia, é que o carioca tende sempre ao pior...
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