quarta-feira, 13 de outubro de 2010

caiu na rede é post!!

acho engraçado determinadas críticas e questões levantadas com relação às redes sociais da internet, facebook, orkut, twitter e demais tramas virtuais. Em alguns aspectos, considero interessantes algumas colocações e problematizações, menos por uma experiência pessoal que encontra eco em postulações de outrem e mais até por imaginar que os riscos indicados possam mesmo ocorrer. Afinal, desse tal de ser humano eu espero qualquer coisa. Eu fico incrívi, como dizia Água da Chuva.

No entanto, tem determinadas críticas repetidas à exaustão, leituras do fenômeno que de tão preconceituosas e generalizadas agridem minha inteligência. Até porque, e aí sim, divergem de minha própria experiência e de relatos de diversos outros amigos reais e virtuais.

Uma crítica recorrente correlaciona intrinsecamente o fenômeno das redes virtuais com uma solidão moderna ou pós-moderna. Ou melhor, como um fenômeno atavicamente ligado ao esfriamento das relações sociais e da solidão gerada por este modo de vida contemporâneo, especialmente nos grandes centros urbanos.

Decerto a existência de redes sociais virtuais caem como uma luva para momentos de solidão, quando necessitamos a presença de alguém, necessitamos comunicar algo e não encontramos ou temos acesso imediato e concreto a esse interlocutor. De fato, as redes cumprem esse papel, muitas vezes até servindo de meio para externar essa solidão e, por vezes, reverberar em outras existências solitárias - conectadas, é claro. Torna-se quase uma forma de terapia, uma via catártica possível, uma maneira de ser escutado sem provocar suspeitas de transtornos mentais ou que a polícia bata à sua porta de madrugada chamada por algum vizinho querendo dormir incomodado com seu falatório tresloucado... mas a experiência virtual não se resume a isso.

No limite, eu diria que a experiência virtual tal como a vida, não se resume a isso ou aquilo, a essa forma de uso ou aquela. Ou melhor, não se resume sem que se perca o que ela tem de mais fundamental e, também diria, belo: sua irredutibilidade exposta pela multiplicidade dos momentos e dos humores relativos a eles.

Via de escape, via de encontro, via de comunicação, uma via: eis como percebo essas redes.

Não consigo crer que a vida hoje em dia seja mais ou menos solitária do que em outros tempos. Os tempos mudam, a experiência de solidão muda, seus contornos e sentidos são outros, assim como as suas formas de apaziguamento e remediação.

Os que coadunam com essa visão geralmente acabam por indicar um recrudescimento da solidão por via do mundo virtual, como se as pessoas passassem a viver num mundo à parte e optam por essa via por perceberem-na mais segura, por poder inventar um eu - ou vários - e assim se expor, não se expondo, ganhar visibilidade na medida em que não são vistos... Tudo bem, concordo, isso é possível, mas é apenas uma forma de navegar pelos bytes virtuais, não a forma por excelência.

Outro dia mesmo estava na porta do Canecão tomando cerveja e conversando com amigos esperando para entrar no show do Hypnotic Brass Ensemble - que eu, na condição de fã, talvez, achei fraco - e do Buraka - que eu adorei!!! - quando um desses meus amigos reais que encontro direto no facebook foi interpelado por uma menina - linda!! - se apresentando como "aquela menina X que é sua amiga do facebook, mas que você não 'conhece'". Rolou uma alegria incrível pelo encontro, houve uma retomada de conversas desenvolvidas na rede social, enfim, houve uma explosão de real somente possível pelo contato virtual anterior.

O virtual dando um plus no real!!! Sensacional!!!

Meu pai mesmo e diversos amigos vivem marcando encontros carnais com pretendentes virtuais via site de relacionamentos, de namoro, sei lá como se chamam. Estou até pensando em aderir para ver qual é... Eles adoram!!

Pois então. É óbvio que existem riscos no uso dessas redes, riscos muitas vezes potencializados pela sua existência, mas que somente vão existir na medida em que a vida real, por assim dizer, estiver sendo condicionada, por fatores internos e externos, a um uso específico dessas redes. E, assim, sem dúvida, pode-se cair num círculo vicioso. Pode se criar uma espécie de compulsão ou adicção, sim, como quase tudo, aliás, pode. Mas também podem gerar novas formas de vivência do cotidiano, podem aproximar e/ou afastar as pessoas, podem intensificar os encontros concretos.


[É engraçado como nos habituamos a pensar o real somente pela via do concreto, do que em nossas fantasias cotidianas acostumamos a rotular como real, ou mais real]

Eu tendo a dizer que o virtual também é real; não é menos ou mais real do que um encontro carnal. É limitado, como são limitados todos os encontros. Porém são outros limites, a falta de cheiro, de gosto, de tato, de relevo. Mas é também real. Diferente, mas real. E pode se esgotar em si mesmo ou avançar para outras formas de experiência, sendo delimitado, como tudo na vida, pelos desejos, sentidos, humores, momentos, distâncias, possibilidades e pelas contingências do acaso.


Enfim...

No mais, o assunto é cabuloso, e eu já estou muito tempo devaneando neste blog... Tem um monte de gente postando no facebook e eu tenho que tuitar ainda uma porção de coisas hoje!!


:)

mas o papo é bom... outra hora eu escrevo mais... aqui ou no face, no twitter, nos blogs alheios, nas mesas de bar, caminhando na praia, fumando um cigarro depois de uma bela trepada, esperando para entrar no Canecão, na fila do supermercado, numa voada no trabalho, quando a gente se ver de novo, ............................................

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Clecle2222...

... só tenho isso a lhe dizer...


http://www.fgv.br/cps/Pesquisas/miseria_queda_grafico_clicavel/FLASH/

terça-feira, 5 de outubro de 2010

no entanto, entretanto, masssss

Não vou entrar no mérito de julgar as pessoas que votaram na Marina, como tenho visto muita gente fazer. Ficar rotulando e desqualificando as pessoas definitivamente não me parece uma prática digna, democrática, respeitosa. Cada um faz o que quer.

Mas é quase impossível para mim não acreditar que no fundo, no fundo, o eleitorado verde, mesmo os de última hora, esteja traquilo e despreocupado com o que possa acontecer nesse segundo turno. E quem abriu as portas para esse possível retrocesso no país, sem dúvida alguma, é essa turma que acreditou nas bravatas messiânicas de uma candidata que afirma poder fazer tudo diferente na política, e engana seus eleitores com essa falsa ideia de que para mudar um país basta vontade política e ética. Pura bravata que encontra eco em milhões de pessoas desiludidas com a política, indignadas com a corrupção que é inerente, enquanto risco, a qualquer atividade humana que envolva dinheiro, seja ele público ou privado.

É verdade que houve uma onda meio verde de boutique nessa eleição, e daí eu tento me convencer com a ideia de que as pessoas não sabem o que é o PV na verdade, e tal, suas alianças, suas posições, etc. No entanto, o que mais me incomoda é o grau de alienação de alguns discursos pró-Marina pelo fim da corrupção. Houve um redimensionamento e reestrutuação das políticas sociais desse país como nunca houve antes, e muitas pessoas não viram. Ou se viram, se encheram de preconceitos de classe e toupeirices narcisistas de quem olha sempre o próprio umbigo e perderam a noção que um país melhor para os pobres também é um país melhor para todos. A economia se alimenta com a estrutura em classes, se ativa. E se pega um momento como o nosso, com certeza a redução da desigualdade acaba sendo boa também para as classes mais abastadas.

Mas não, a galera não quer abrir mão de sua moralzinha puritana de merda, subornando um policial na esquina, se dando bem em alguma jogada aqui, outra acolá e enchendo o peito para dizer que é contra a corrupção. Resta dizer que é a favor da hipocrisia e, no caso da Marina, da demagogia e do despreparo.

Eu não sou a favor da corrupção, mas entendo também que é um mal que assola todos os países, toda grande instituição, empresa, partido político, e sempre que se junta um grupo de seres humanos e dinheiro, o seu risco é iminente. E qualquer governo do mundo e qualquer oposição do mundo está atenta para os ganhos políticas de um escândalo que envolva atos de corrupção.

Não, não sou um oráculo de sabedoria e nem estou livre de preconceitos de classe e/ou de outra ordem. Entretanto, definitivamente, não consigo entender e apontar as causas dessa estúpida decisão de retroceder o país que parece estar sendo tomada por grande parte dos brasileiros de outra forma senão pela via do preconceito, da mesquinharia e da alienação política. Meu voto não é melhor que o de ninguém. Mas as pessoas fazem cada análise absurda que fica difícil dar crédito ao que pensam.

Agora, pasmem, a Veja, a Folha e o Globo são fontes respeitabilíssimas e tem uma credibilidade acima de qualquer suspeita. Pelo menos sustentam os discursos de uma imensa galera que até ontem falavam mal desses mesmos veículos de comunicação e apontavam com nojo a manipulação do povo exercida pelos mesmos.

Brincadeira...

Quero ver agora...

Nunca vi tanta gente torcendo para um país inteiro se foder porque assim vão se dar bem, pagarão menos impostos, verão o povão se foder e precisar de sua filantropia, e cada vez mais vão comer sardinha e arrotar caviar...

Só quero ver agora...